sexta-feira, dezembro 22, 2006

Contrastes tecnológicos


Entro em uma é pequena lanchonete, a variedade é pouca e a limpeza não são lá essas coisas, mas até que é organizado.Atrás do balcão, uma atendente mau humorada, com cara de quem não vai dizer nem bom dia. Ela olha para minha cara, fiquei com medo de perguntar qualquer coisa. O cardápio é uma lenda, a coisa mais parecida com isto é um quadro negro na parede com os pratos rabiscados. Misto, hambúrguer e outras coisinhas. Peço só uma água, não quero comer nada. Agora vem a surpresa.

A atendente pega o meu dinheiro e realiza o pedido em uma tela touch screen. Um software específico para restaurante, tudo muito simples e rápido. Instantaneamente, enquanto ela conta o meu troco, a fatura sai em uma pequena impressora térmica. Fico espantado com tanta tecnologia em um lugar que no Brasil chamaríamos de “birosca”.

Estou agora em um dos maiores hospitais do país. São 1000 leitos e aproximadamente 2500 funcionários entre médicos, enfermeiros e pessoal administrativo. O prédio construído a mais de 100 anos sofreu uma reforma logo após o fim dos conflitos, trabalho dos Japoneses. Esse é um dos hospitais que minha empresa irá informatizar e estávamos, em uma visita de prospecção, levantando as necessidades de equipamento. Acreditem nesse hospital há apenas 2 computadores, isso mesmo 2. A maioria da população sequer tocou em um computador, ver já deve ter visto, mas daí manusear, com certeza que não.

Ando pelas lojas de Luanda e os produtos mais modernos há aqui. Há modelos de celulares que sequer existem Brasil, aparelhos super modernos com câmeras de altíssima qualidade. A desigualdade no país não é grande, devido ao fato que todo mundo é pobre, ou para o padrão brasileiro, abaixo da linha de pobreza.

No projeto de informatização dos hospitais muito terá que ser feito. Entretanto não somente nos hospitais, mas em todo país. O desejo deles é ser como o Brasil. Agora vejo o quanto estamos evoluídos, basta apenas acabar com a corrupção que seremos um pais de primeiro mundo. O nosso país tem muito que evoluir, mas olhando para Angola, vejo o Brasil muito à frente.

terça-feira, dezembro 19, 2006

Fazendo do limão a minha caipirinha – Reflexão


Certa vez o meu pai me disse: Os sentimentos de alegria e tristeza são absolutos. Ele constatava que quando estamos tristes, esquecemos todas as coisas boas que nos aconteceram. Da mesma forma, quando estamos alegres parece que nada de mal nunca aconteceu.

Esse final de ano tem sido marcado pela ansiedade. Estou na expectativa de voltar para as festas de final de ano no Brasil. Essa volta está sendo tão esperada por ser a primeira volta de Angola, por ser final de ano - Natal e Réveillon – e por nunca ter ficado tanto tempo fora de casa, além de uma série de outros motivos. Entretanto devido a imprevistos e problemas inerentes a Angola, estou acreditando que a minha volta somente se dará em Janeiro de 2007.

Confesso que nas primeiras vezes que pensei sobre essa hipótese, fiquei realmente muito chateado, contudo agora, estou pensando de forma diferente. Esse ano foi tão maravilhoso para mim que eu só tenho que agradecer. Estou tendo uma oportunidade única na África, o meu crescimento profissional e pessoal, estou motivado e super feliz. Tive uma ótima namorada, que viemos a acabar sem brigas, muito mais pela distancia, decidimos assim antes mesmo do embarque. Fiz novos amigos, estou fazendo um MBA, vou começar um inglês no próximo ano e vejo que estou ascendendo na minha carreira.

A forma certa de pensar no fato de não viajar é: Tenho que tomar proveito e colocar a meu favor esse problema. Estou estudando a melhor forma de fazer isso. Entretanto desde já quero colocar para o meu chefe e a empresa que, estou disposto a vestir a camisa da Advance e pagar o preço para que o meu trabalho seja um sucesso. Se um dos preços a pagar para ter sucesso é esse, então considere pago.

Sou um homem de sorte, sou um homem feliz, com meu trabalho, com minha família, com minha vida. Evoluir, crescer e encontrar motivação e melhorias primeiro em mim, depois nas outras coisas e pessoas. Sempre melhorar e fazer do limão a minha caipirinha.

Tenho que registrar o grande empenho de uma pessoa em especial. Audrey, responsável no Brasil por marcar minha passagem, esta se esforçando muito para que eu volte antes do Natal. Escutou, com carinho e paciência, meus choramingos e está sendo muito atenciosa. Audrey meu muito obrigado, independente do resulto da empreitada.

Cabaz e o Pernil


O final de ano aqui em Angola estava caminhando para ser bem fraquinho, não iríamos comprar nem um panetone, até porque eu detesto panetone. Para a nossa sorte Sérgio ganhou na clínica Multi Perfil, onde ele trabalha, uma Cabaz.

Cabaz é uma cesta de natal que tem esse nome devido à forma como os Portugueses chamam cesta básica, bom pelo menos foi isso que o rapaz onde fui buscar me disse. Na Cabaz só produtos sofisticados, foram dois baús e mais uma caixa de papelão, fora os refrigerantes, cervejas e água tônica, uma caixa de cada. Dentre as iguarias 3 quilos de bacalhau, muitas guloseimas e chocolates importados, nozes e frutas secas e tantas conservas que não conseguira dizer. Além disso azeite, vinhos franceses e portugueses, conhaque francês, vinho do porto de 20 anos, whiskey 15 anos, dois champanhes franceses – até porque se não for francês não é champanhe, é espumante – e o melhor do Cabaz, um pernil inteiro defumado de mais ou menos 7 quilos.

Junto com o pernil um suporte de madeira e uma faca muito boa, específica para o pernil, com a qual já me cortei duas vezes, é muito afiada. Confesso que sempre tive vontade de comprar um bichão desses, do jeito que eu gosto de cozinha, apreciei cada momento desde que descobri que havíamos ganhado um.

Chegamos do Miss Angola na sexta a noite, por volta das 1:00 h manhã. No sábado pela manhã iríamos acordar bem cedo para ir pegar as Cabazes que a Advance havia comprado para presentear seus principais clientes. Apesar de ter poucas horas de sono fui brincar com o pernil. Peguei logo o meu copo oficial de vinho, um de cristal que comprei aqui. Abri um dos melhores vinhos que veio na Cabaz, um português, e fui limpar o pernil. O mais engraçado é que o pernil veio coberto por uma saco de pano. Devido ao tempo que de armazenagem, estava com mofo por cima do pano, Sérgio achou que estava estragado e me disse que ia jogar fora. Quase tenho um ataque com essa declaração. Tenho muito que ensinar a Sérgio sobre cozinha, a aula do próximo ano vai ser: Como fritar um ovo dos dois lados. O desafio é grande mas tenho certeza que chegamos lá.

Por fim foi só apreciar e tirar umas fotos para mostrar para o meu pai, adoraria que ele estivesse aqui comigo para comer o presunto. Veio estou aproveitando e pensando em você, te amo.


segunda-feira, dezembro 18, 2006

Miss Angola 2007

Fui pego de surpresa pelo convite, na última sexta-feira fomos para o miss Angola 2007. Rodrigo conseguiu convites para todo mundo da Advance, assim, por volta das 20:00 h saímos para a festa.

Realmente tudo muito diferente e bonito, logo na entrada haviam umas estátuas que vim a me assustar. Cheguei mais perto e achei de veras bastante reais as estátuas. Quando olhei para cima, o meu susto, a estátua estava olhando para mim. Na verdade eram modelos vestidas com roupas Angolanas, mas eu realmente pensei que fossem estátuas.

O presidente da república José Eduardo estava presente a cerimônia, junto com ele aquele batalhão de seguranças. O presidente por sinal foi vítima de um acontecimento no mínimo engraçado. Durante o processo de seleção das misses, foi chegada a hora de perguntas de conhecimentos gerais. Na última miss a pergunta que caiu para ela foi: “A importância do processo eleitoral para o país”. Na hora de responder, devido ao nervoso, a menina acabou dizendo: “É importante a votação para termos um presidente melhor e mais honesto”. Esse comentário foi seguido de uma vaia tremenda, a menina havia, provavelmente devido ao nervoso, chamado o presidente, na cara dele, de ruim e desonesto. Uma situação constrangedora mas muito engraçada.


Logo quando chegamos a festa, recebemos um folder com a foto de cada candidata. Estávamos eu, Sérgio e Schumacher na festa, além de Rodrigo e Renata. Entre eu, Sérgio e Schumacher escolhemos as nossas favoritas para ver quem acertava qual delas seria a miss. Schumacher venceu a aposta e a vencedora foi uma Angolana naturalizada Portuguesa, Micaela Reis.


As meninas todas eram muito lindas e eu realmente pude ver a beleza da mulher africana. A melhor parte foi o desfile de biquíni, as meninas com corpos perfeitos e que fogem até um pouco do padrão de modelo, sendo elas mais, digamos, redondinhas, apesar de serem super esbeltas.

Fora o desfile a festa contou com a apresentação do balé nacional que apresentou uma série de peças folclóricas. O tema da festa foi sobre a rainha NJinga Mbandi que lutou contra os Portugueses por volta do final do século 18. Fora as apresentações teatrais ainda houve a apresentação de cantores, incluído um que gosto muito chamado Konde. A melhor parte das apresentações contudo ainda estava para vir. Logo antes da decisão final quem se apresentou foi Lecy Brandão. O samba foi ótimo e ela levantou todos os presentes com musicas, que para o meu espanto, os Angolanos sabiam as letras.


Logo após o anúncio da vencedora, combinamos de sair rápido para não pegar engarrafamento. Infelizmente, como o presidente estava presente, todas as ruas próximas estavam fechadas e ninguém podia deixar o local até que o presidente saísse. Assim esperamos o José Eduardo sair e fomos para casa.

Foi uma festa bem legal, pude conhecer um pouco mais sobre a cultura Angolana. Cada dia que passa gosto mais desse país.

domingo, dezembro 17, 2006

Palestrei no CCTA para aproximadamente 300 pessoas


Quando surgiu a oportunidade me disponibilizei logo. Gosto muito desse tipo de coisa, sou bem atirado mesmo. Acredito que a melhor maneira de vencer os medos é ir e fazer logo.

Preparei uma primeira apresentação que estava mais institucional. Avaliamos que esse não seria o melhor caminho para a idéia da apresentação. No primeiro dia de feira, sendo a apresentação no segundo dia, discutimos pouco de como seria a apresentação. No segundo dia, praticamente desistimos, contudo ao final do dia uma ligação da vice ministra para o meu chefe nos fez mudar de idéia.

Sai da feira no final do segundo dia, corri logo para minha casa e comecei a preparar uma nova apresentação. Próximo de meia noite o meu chefe chegou a minha casa e ficamos até uma da manhã fechando o material. No terceiro dia estava tudo pronto e eu na maior expectativa.

Minutos antes da apresentação, meu chefe ainda não havia chegado, queria muito que ele assistisse. O tema, processo de informatização de hospitais.

O local da apresentação foi o auditório principal do centro de convenções de talatona. Com capacidade para 750 pessoas, nos três dias da feira palestraram ministros e presidentes de grandes empresas. Senti-me muito contente pela oportunidade que estava tendo e queria fazer o melhor.

Faltando poucos momentos para o início, fui tomado pelo nervoso, contudo sabia que não podia aparentar essa ansiedade. Quando fui chamado, respirei fundo e fiz a apresentação.

Lá no palanque via aquela quantidade enorme de pessoas me olhando, via todas, mas nenhuma em especial. Comecei nervoso, mas a medida que a apresentação seguiu fui ficando mais calmo e tudo correu tranquilamente.

Ao final as pessoas gostaram e me disseram que parecia bastante calmo e seguro. Tem que ser dessa forma, pode-se até estar inseguro mas é importante não transparecer. Se tem que ser feito, faça.

Por fim tudo foi ótimo e uma satisfação que não consigo descrever. Meu chefe ficou feliz e atendemos ao pedido da vice ministra. Realmente foi um dia especial, é dessas coisas que são feita a vida. Realmente um momento para recordar.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Racismo

Da próxima vez que alguém vier no Brasil falar qualquer asneira que remeta ao racismo ou preconceito, eu vou dar um fora tão grande que no mínimo a pessoa vai ficar constrangida. Essas pessoas com certeza não passaram por situações como as que eu passo todos os dias. Só quem é vítima de racismo sabe o quanto é ruim.

Mesmo antes de vir para Angola já não me considerava uma pessoa racista ou preconceituosa, muito pelo contrário, defendia a igualdade tanto para a cor, raça, região, sexo, idade e qualquer outro tipo de preconceito que existe. Com a experiência que estou tendo aqui, nesse país incrível, com certeza essa minha característica se acentua ainda mais. Refletindo agora acho que tenho um preconceito, sou preconceituoso com pessoas preconceituosas. Digo mais, remetendo a uma frase do meu pai que dizia: “Toda burrice será castigada”, me aproprio dessa frase para dizer, todo racista é burro.

Sou contra os pontos de vista absolutos, mas quando o assunto é preconceito sou absoluto, conforme frase que coloquei acima.

Em Angola sinto o racismo e o preconceito na pele e percebo de uma óptica que sequer imaginava como isso é humilhante, constrangedor e revoltante. Ouve uma situação, que se passou comigo. Em uma feira, um Angolano ficou insistindo para que eu comprasse na barraca dele. Eu educadamente, e sempre tem que ser assim principalmente aqui, disse que depois passava para ver as mercadorias dele. Após rodar toda a feira a última barraca que fui foi justamente a desse rapaz. Chegando lá não me agradei de nada e o rapaz que passou a feira toda me procurando e me chamando de amigo, olhou para mim e com uma cara de desprezo que não consigo descrever, disse: “Pula”.

Pula é a palavra usada pelos Angolanos para descrever o branco estrangeiro que vem para o país. É uma palavra pejorativa que seria o mesmo que chamar uma pessoa negra no Brasil de “negrinho” ou “macaco”. Eu fiquei muito chateado com isso.

Fiquei refletido o que levava uma pessoa a fazer isso. Com certeza ele perdeu o cliente, pois em outra visita à feira eu iria com certeza a barraca dele, agora, nem me pagando. Sem falar no sentido imediato da ação, não pensar que eu poderia voltar e comprar outro dia. Antes que qualquer leitor venha dizer que isso é coisa de Angolano ou uma coisa que aconteceu naquele momento, afirmo que isso não é verdade. É exatamente a mesma coisa que acontece no Brasil todos os dias, me arrisco mais, acontecem no mundo todo, todos os dias.

Outra situação foi de um amigo que foi a um supermercado. Chegando lá um militar Angolano, enquanto meu amigo estava parado no meiu de uma gôndola, olhando um produto, passou dando uma cotovelada nele. Ao olhar para traz, o meu amigo que esperava um pedido de desculpas, viu o militar olhar para ele e pronunciar um desprezível “Branco”.

Essas situações acontecem aqui todos os dias e é preciso estar preparado para isso, pois, apesar da situação ser incômoda, é preciso conviver com isso para se dar bem aqui. Tenho que alertar bem claramente, o racismo e o preconceito em Angola são muito mais fortes em comparação ao Brasil, mesmo quando comparando, no Brasil, o racismo do branco para com o negro..

Nem todo Angolano é preconceituoso, aqueles que convivemos cotidianamente não parecem ser. Mas em sua maioria o Angolano é preconceituoso.

Toda burrice será castigada. Todo racista ou pessoa preconceituosa é BURRA.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Dificuldades para viajar – Para que facilitar se pode complicar?


Esse fim de ano tenho esperado de forma ansiosa a minha primeira volta para o Brasil. Havíamos, eu e minha família, combinado de passar o natal em um hotel comemorando o bom ano que tivemos. Estava tudo certo, eu já havia falado com o meu chefe e combinamos, desde a minha chegada, que eu voltaria para o Brasil para as festas de final de ano. Mas, no caminho havia uma pedra, e a dificuldade tem um nome, Angola. Estou pensando seriamente que a programação do natal vai dançar.

Nem venha pensando que todo são flores por aqui, porque não são mesmo, assim tudo começa com a DEFA (Direção e Emigração e Fronteiras de Angola). Essa entidade é a responsável por emitir os vistos. Essa questão dos vistos é outra novela, pois, para dar entrada no visto de trabalho, e até que ele saia, passam-se de 10 a 12 meses, isso mesmo, um ano. Como visto de trabalho demora a maioria das pessoas aqui entra no país com o visto ordinário.

O visto ordinário é o equivalente ao visto de turista e vale por 3 meses. O complicado nisso é que ao entrar no país não é possível simplesmente entrar em passar 3 meses, como acontece não Brasil, aqui é preciso renovar o visto a cada 1 mês. Assim, ao final de cada mês, é preciso mandar o passaporte para a DEFA para que esta prorrogue o visto. Como todo serviço público do Brasil, aqui também essa agencia é complicada e a renovação do visto demora em média 20 dias para sair. Desta forma quando o passaporte chega, já está na hora de mandar de novo para a DEFA renovar. Há pessoas que chegam a ficar os 3 meses aqui sem tocar no passaporte, este está sempre na renovação. Além disso, já ocorreram casos de DEFA perder o passaporte no meio de tantos e a pessoa ficar sem recebê-lo, nesse caso, o único jeito é pedir um salvo conduto.

O salvo conduto é um documento que é emitido pela embaixada do Brasil, dizendo que você perdeu o passaporte e que pode entrar no Brasil. Se a DEFA não entregar o passaporte essa é a melhor solução, desculpem a única. Contudo tem um detalhe, o salvo conduto só pode ser usado você estiver viajando de TAAG (Linhas Aéreas de Angolanas), pois essa companhia é a única que vai de Angola direto para o Brasil e sem passaporte você não pode passar por outros países.

A TAAG é outra agonia. Para começa a empresa não emite o seu bilhete de embarque com antecedência, apenas faltando de uma semana a dez dias para o embarque. Mesmo que se tenha a passagem na mão, é preciso ficar correndo para tentar marcar a data. Para falar com a TAAG é uma complicação, na verdade toda vez que é preciso conseguir alguma coisa com algum Angolano é complicado, mas isso é outra história. Para se conseguir marcar a passagem, bem como dar tramite na DEFA, é necessário um bom despachante. O grupo de empresas para o qual trabalho tem 3 pessoas trabalhando só para isso, tamanha a dor de cabeça que é esse negócio de passagem e passaporte.

Outro grande problema da TAAG é que a qualquer momento pode chegar uma pessoa mais importante, isso também é outra história, e derrubar a sua reserva. Assim ao se vir para Angola tem que estar preparado, pois voar é apenas um dos estresses que se vai encontrar aqui.

Para que ficou curioso, há outra forma de chegar a Angola, pela TAP, Transporte Aéreos Portugueses. A Tap é mais organizada, contudo a passagem é mais cara e se passa mais tempo voando. Digamos que estou saindo de Recife para Angola pela TAAG. Primeiro pego um vôo para o Rio e em seguida para Luanda. Já pela TAP sai direto de Recife, contudo são 7 horas para Lisboa e mais 7 horas para Luanda. Do Rio para Luanda são também 7 horas, assim vir pela TAAG é bem mas rápido.

Vou te dizer, é muito estresse, mas como dizia o ditado, a Esperança é ultima que morre. Esperança bem que podia ser o nome da despachante, não é?

terça-feira, dezembro 12, 2006

Confraternização da empresa - Bubú e Kizomba

Esse final de semana houve a festa da holding da qual faço pare. Foi uma festa bem interessante que contou com praticamente todo mundo com quem trabalho diretamente. Esse tipo de integração é importante, nos faz reconhecer em que contexto estamos inseridos e de que forma contribuímos. Além disso, pude conhecer o outro sócio da minha empresa, um cara legal, me pareceu bem comunicativo.

Como estamos em Angola a exigência para ir para a festa era estar trajando um Bubú. Bubú é um traje típico de Angola, bem colorido, e que podemos ver no cotidiano pessoas usando essa roupa. Uma roupa bem colorida carregada de simbolismo, é legal ver o povo identificado por sua cultura.

Durante alguns minutos pudemos fazer parte dessa comunidade e toda a sua riqueza. Além das roupas a festa contou com uma série de música típicas que tenho certeza que fariam muito sucesso no Brasil. São músicas simples, mas em um ritmo muito gostoso de ouvir. Dentre os estilos que já conheci estão: Kizomba, Semba, Tarrachinha, Cú duro e a Dança da Família.

A Kizomba é a mais legal, lembra um pouco o forro. É uma dança em casal em que os movimentos são suaves com a sensação de uma sincronia entre o par. Diferente do forro em que não mechemos muito o tronco, na Kizomba o balanço do corpo é que faz toda a diferença. A Dança da Família tem esse nome por lembrar uma Macarena. A musica um pouco agitada e com uma coriografia em que todos participam, muito interessante.

O povo Angolano é realmente muito animado e uma festa com eles nunca fica parada. Eles sempre que começam tocar uma música sem põem a dança. Os Brasileiros, coitados, ficam tímidos em um canto, mas os Angolanos vão logo puxando pela mão e levam todos para dançar. Uma festa onde há Angolanos é sucesso garantido.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Igreja Universal do Reino de Deus


O país realmente está aberto para novos negócios. Uma das construções que mais chama a atenção por toda cidade, seja pelo seu tamanho, seja pela quantidade de pessoas que circulam nesses “templos”, é a Igreja Universal do Reino de Deus.

Outro dia estava lendo no jornal um artigo que falava justamente da Igreja Universal. O jornalista se dizia um ex-fiel e que em tom de desabafo demonstrava toda sua decepção para com a instituição. No relato foi colocado a forma como os pastores invocavam as pessoas que não pertenciam a igreja como sendo “feiticeiros”. Após uma análise da forma como a igreja funciona o jornalista conclui, “Os feiticeiros são os pastores da Igreja Universal”. Desabafava sobre a forma como os pastores tiram dinheiro da população e como essa continua cada vez mais pobre. Criticava também a falta de ações sociais por parte da entidade que apenas se concentra em conseguir mais dinheiro dos fieis. Ele também questionava o fato dos templos serem tão grandes e cada vez mais ricos enquanto que os fies estavam cada vez mais pobres. Além disso ele relatava as promessas de emprego e dinheiro que eram feitos para chamar as pessoas que não fazem parte para participar. A promessa é clara, faça parte e ganhe dinheiro. Como uma igreja pode prometer uma coisa dessas.

Assim como no Brasil essa entidade, a Igreja Universal, que possui até plano de negócio e investimento para se criar uma empresa dessas, com metas de lucro e auxílio ao franqueado, vem sugar a população. Particularmente não consigo expressar em palavras o meu sentimento negativo sobre esse tipo de pessoas que se aproveitam do desespero alheio, principalmente dos mais humildes e ignorantes, para tirar dinheiro.

Por outro lado há de se ver um dos lados positivos dessa igreja, os fieis ficam mais dóceis. Com isso nos locais que existem a igreja a tendência é a população ficar mais calma e menos violenta, o que leva a outro ponto negativo. Lembro do deputado federal Brasileiro que foi pego com dinheiro em um avião, dinheiro não, malas de dinheiro. Uma vez o povo mais dócil fica mais fácil manipular suas mentes em prol de mais corrupção.

Impressionante, onde houver pobres e pessoas desesperadas, sempre haverá pragas como essa Igreja. Fico abismado como as pessoas não percebem que tudo não passa de um truque para tirar o dinheiro delas, realmente uma pena.

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http://pt.wikinews.org/wiki/Deputado_brasileiro_da_Igreja_Universal_do_Reino_de_Deus_%C3%A9_detido_com_7_malas_de_dinheiro

Brasil — O Departamento de Polícia Federal deteve na manhã desta segunda-feira (11), no aeroporto de Brasília, um deputado, duas mulheres e dois pastores. Eles eram passageiros de um avião particular Citation 10, pertencente ao Bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Com os passageiros a polícia encontrou sete malas cheias de dinheiro. O piloto e o co-piloto do avião também foram detidos.

O deputado detido é João Batista do Partido da Frente Liberal (PFL) e bispo da IURD. Com ele foram encontradas sete malas cheias de dinheiro, com notas de R$ 10,00 a R$ 100,00. Estima-se que o valor total das malas chegue a R$ 6 milhões.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Xixi na rua

Imaginem a cena: Um super engarrafamento voltado para casa, super mesmo, tipo 2:40 h para chegar. Aquele monte de carros que parecem não ter fim e muita vontade chegar. A conversa já começa a se repetir. Olho para a cara do motorista e seu olhar denuncia que se eu falar qualquer coisa, o mínimo que vai acontecer é ele olhar para mim com cara de quem quer me matar. Algumas pessoas passam vendendo pipoca, cabides de roupa, sapatos, comida, mas sinceramente, se oferecessem um atalho para chegar rápido eu seria capaz de pagar até uns U$ 100,00 dólares.

Quando tudo parasse fadado ao marasmo e a irritação, eis que surge de um Corola “Rabo de Pato” - já explico o que é isso. Uma senhora negra sai do veículo, provavelmente Angolana, bem vestida, com uma saia longa, aparentando um bom nível social quase uma socialite. Delicadamente ela sai do seu veículo numa classe que poder-se-ia chegar a pensar que esta descia para uma festa, na base de uma grande escadaria de mármore, no melhor estilo baile de debutantes. Olho para aquela mulher e minha imaginação vai longe, imagino a sua vida e que coisas fantásticas ela deve realizar. Penso como seria bom ter alguém ao meu lado e como minha vida seria muito mais prazerosa e tranqüila nesse lugar. Uma companhia de classe e estilo que pudesse me mostrar o melhor de Luanda, suas belezas e segredos que só quem é da terra conhece. Meu coração pulsa acelerado ao vê-la se aproximar do meu lado do carro, o do carona. Eu estava próximo à calçada, o que deixava o terreno livre para uma conversa informal sobre qualquer assunto, afinal, o que iríamos falar seria o menos importante, queria mesmo era conhecer aquela mulher de cabelos bem cuidados, roupa fina e um boca carnuda que até a Agelina Jouli ficaria com inveja.

No ápise da minha viagem, essa mulher passa por mim e se direciona para próximo ao muro, que estava ao meu lado. Sem sequer olhar para os lados e sem nenhuma cerimônia, puxa a saia para cima como se tivesse sido contratada para aquilo. Minha cabeça vai a mil e a essa altura todo mundo do meu carro, a exceção do motorista, está olhando para aquela bela mulher que de forma simples mais provocante continua a subir sua roupa.

Como que acordado de um sonho bom, ou melhor, iniciando um pesadelo, aquela mulher simplesmente baixa a calcinha e sem a menor cerimônia faz um belo de um xixi. Meu queixo veio na altura do joelho ao ver cena tão difícil de imaginar no Brasil. A mulher que até pouco tempo eu estava fantasiando em conhecê-la tinha feito um xixi para todo o engarrafamento ver. Todo o meu encanto acabou.

Perguntei ao motorista sobre aqui, ele sem sequer virar o rosto, disse que aquilo era normal. De fato com o passar dos dias fui vendo que as mulheres fazem se a menor cerimônia xixi nas ruas. Diferentemente dos homens que pelo menos se escondem atrás de um poste ou muro, as mulheres baixam onde estiverem e fazem.

Cultura realmente é algo que pregar peças, xixi em Angola é assim, tudo muito normal e natural. Deve até ser legal, no meio de um engarrafamento da uma boa relaxada. Entretanto tenho que confessar, não é nada normal para mim, todo o encanto por aquela mulher foi por água abaixo, ou melhor xixi a baixo.

Ah, Rabo de Pato é um modelo de Corola da Toyota do tipo Hatch ou Hatchback se preferirem. Durante muito tempo foi o carro mais importando para Angola vindo da Europa. Ainda se vem muitos exemplares desse na rua, alguns novos outros nem tanto e alguns que deveriam estar parados a muito tempo. Logo acima da mala tem uma pequena saliência, tipo um pequeno aerofólio que por ser arredondado dá a impressão de ser um rabo de um pato.

Internet, o mundo todo conectado, menos eu!

Oh saudade dos tempos em que eu somente fazia ligar o computador para estar conectado na Web. Esse processo era tão automatizado e simples para mim que nunca pensei que iria passar por tanta dificuldade.

Aqui, nessa terra maravilhosa que é Angola, tenho passado maus bocados com a minha conexão. Em casa, no condomínio, existe um link que é mais lento que o meu de casa em Recife e é compartilhado com 100 apartamentos, só há um para todos os moradores, resultado, a internet discada do Brasil é mais rápida do que a que tenho na minha casa aqui no Talatona.

Minha salvação que até então vinha sendo conectar do trabalho, foi por água abaixo. Por uma questão administrativa não pagaram a conta da internet. Já começo a olhar a internet de casa com outros olhos, pois, apesar de esta se comunicar através de sinais de fumaça, ainda assim se comunica. Já no trabalho, só lamento, torcer para as pessoas serem visitadas pela fada do Peter Pan, Sininho, ou quem sabe uma lâmpada do Aladin, e do dia para a noite aprenderem a se organizar.

A quem pensar em vir para o país, tenha em mente, aqui, do ponto de vista de facilidades do dia a dia, é tudo muito complicado. O bom é que será você quem vai construir, assim, por favor, acerte, senão vai ter outro cara daqui a alguns anos reclamando como eu.

Ai ai, ainda vou penar muito com coisas simples aqui nesse país. Mas continuo dizendo, foi a melhor decisão que já tomei na minha vida. Continuo muito feliz, doido para rever a família, mas querendo voltar e realizar um grande trabalho. Que venham os anos.

quinta-feira, novembro 30, 2006

Primeiro dia de feira

Esses dias eu estou em uma correria só. Não tenho tido tempo para atualizar o blog, assim resolvi falar rapidamente sobre a feira e como foi o primeiro dia do evento, detalhe, hoje vai sem foto mesmo.

Uma correria foi o primeiro dia! Acordei as 7:00 e comecei a arrumar tudo para estar pronto as 9:00, hora de abertura da feira. Um agradecimento todo especial a Renata e Sérgio e Matias que foram fundamentais me ajudando na montagem da feira. O sucesso é com certeza compartilhado entre essas pessoas.

Após levantar, tive que carregar o carro e levar tudo para o fórum. Bebidas, comidas, material de limpeza, e acreditem, por mais que eu fizesse listas, sempre falta algo para levar. Resultado, tive que voltar 3 vezes para o Talatona, as 9:15 da manhã eu estava pronto e com todo pronto. O stand da Advance foi o primeiro a ficar totalmente pronto e arrumado no inicio da feira. Fiquei realmente muito feliz com isso.

Para o primeiro dia me parece que correu tudo bem, vamos deixar os outros dias correrem e ver no que dá.

Hoje o pessoal da Orcangola veio até a feira. Foi muito bom rever Andressa, Silvia e as outras meninas. O stand da Orc logo ficou cheio, afinal, bela campanha de marketing, encher de mulher bonita o stand, realmente imbatível.

Conheci uns dos donos da minha empresa ontem. Esses dias tem sido incríveis para network, tenho conhecido muita gente importante. Os próximos meses prometem.


Familia desculpem mas não consigo entrar na internet esses dias para conversar com vocês. Vou tentar falar com vocês mais tarde. Amo muito vocês!

Domi, boa sorte na prova! Estou na torcida.

terça-feira, novembro 28, 2006

Musseque


Luanda, antes da guerra, é contada como uma cidade linda e super estruturada, coisa de primeiro mundo. Vi umas fotos de cartão postal, que inclusive mandei para casa, e realmente a cidade dava gosto de ver. Casas novinhas, ruas asfaltadas e nada de favelas, bom pelo menos é o que contam.

Passo pelo mesmo local da foto do postal que mandei para minha mãe e o cenário, apesar de ainda bonito pelas belezas naturais, está um pouco diferente. Junto com as casas, um pouco acabadas, é possível se visualizar os Musseques.

Os Musseques estão por todo lado e estes existem em vários tipos. Há os de alvenaria como também existem os feitos de madeiras de compensando, plástico e todo tipo de coisa que se encontra na rua. Os Musseques são conhecidos pelos Brasileiros como Favelas.

Praticamente toda população vive em algum tipo de Musseque, habitação em Angola é realmente muito caro. Para se ter uma idéia, moro em um bairro afastado, Talatona, mas considerado nobre, a empresa paga por quarto, em um condomínio de prédios caixão que sequer tem elevador funcionando, U$1500,00 dólares. Como divido o apartamento com o Kamba, Sérgio, e são dois quartos, a moradia sai por 1000,00 dólares para a empresa. Pelo que andei sondando morar no centro é ainda mais caro e a infra-estrutura é ainda pior.

O salário médio de um vendedor de loja é de U$ 600,00, esse mesmo valor se aplica ao motorista. Já secretária, que arruma e cuida da minha casa, custa em torno de U$ 350,00 dólares. Com esses salários não é de se estranhar que a maioria da população viva nos Musseques.

O problema dos Musseques se deve com a guerra. A população fugia do conflito, que acontecia muito no interior, e vinha para a capital, onde praticamente não houve luta armada. Como resultado da falta de política publica de habitação, somado ao fato da guerra civil, os Musseques tomaram conta de Angola. Agora, para onde quer que se olhe, vemos esse tipo de habitação.

É certo que nem toda cidade é feita por Musseques, há prédios bonitos e muitas construções novas, contudo onde vive a massa da cidade é realmente lá.


segunda-feira, novembro 27, 2006

Ministério de Ciência e Tecnologia de Angola


No último passeio do sábado passado, passei de frente ao ministério de ciência tecnologia de Angola. O prédio é bastante imponente apesar de um pouco antigo. Lembrou-me muito, a fachada, o hospital da restauração, em Recife, que tem o mesmo estilo de janelas e, assim como o ministério, é bastante largo e majestoso.

Me pego a refletir a importância de uma entidade como essa para um país com Angola. Em países onde existem várias tecnologias, e várias vertentes a seguir, qualquer decisão sobre que rumo a tomar significa priorizar um ou outro interesse. No caso de Angola, o ministério pode se dar ao luxo de, com um trabalho sério, colocar desde o início o país no melhor caminho a ser tomado. Em contrapartida, caso nenhuma medida seja tomada, a empresa que chegar primeiro vai determinar a tecnologia a ser implantada. No fim das contas é sempre o mercado que determina que tecnologia será utilizada, contudo o papel do governo é fundamental no sentido de favorecer determinada tecnologia e influenciar significativamente a evolução tecnológica, acadêmica e empresarial do país.

Nas pesquisas acadêmicas, investimentos na área da saúde, devido escassez de recursos de quantidade de pacientes, podem, assim como em Cuba, tornar Angola um novo seleiro de descobertas médicas. Pesquisa em petróleo, com possíveis parcerias com o governo Brasileiro, poderiam resultar em um avanço inimaginável. Computação e demais áreas de tecnologia da informação precisão de incentivos e políticas claras, facilitando o intercambio de profissionais e acadêmicos, no sentido de avançar a passos largos com nações que já se encontram muito a frente e que tem muito a ganhar com o ingresso de um mercado tão grande, como é um país, a sua tecnologia.

A entidade que me parece representar o ministério de ciência e tecnologia quando o assunto é tecnologia da informação é o CNTI (Comissão Nacional das Tecnologias da Informação) -

Vale apena visitar o site www.angola-online.ao onde é possível encontrar informações sobre ciência e tecnologia em Angola.
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Mensagem do Presidente sobre Tecnologia da informação
http://www.angola-online.ao/pt/index.html (Mensagem)


Angola, país diverso na sua composição cultural e nas suas estruturas territorial, económica e social, pode, através do uso inteligente das Tecnologias de Informação e de Comunicação, fortalecer a sua unidade nacional, reduzir as assimetrias, diminuir as distâncias inter-provinciais, fornecer informação igualitária e proporcionar oportunidades similares aos seus cidadãos, incrementando deste modo a dinâmica do seu desenvolvimento.

Com efeito, o uso das novas Tecnologias de Informação e Comunicação é um dos pilares indispensáveis à estruturação e reforço das sociedades contemporâneas. A emergência da Sociedade do Conhecimento exige do nosso Governo e de todos os cidadãos a adopção de novos paradigmas de governação e de novos modelos de relacionamento entre governantes e governados, a fim de se conferir outra plenitude à sua participação na vida social, cultural, educativa, académica, económica e política do país.

A riqueza da Sociedade do Conhecimento reside na sua multiplicidade e na participação dos vários actores sociais que garantem a sua interligação e criam condições para a sua convergência. A construção sólida da Sociedade do Conhecimento impõe, pois, uma congregação de esforços públicos e privados, por forma a que a mesma se implemente nas instituições, nos órgãos de soberania, nas escolas, nas cidades e comunas, na administração pública e no sector privado.

Neste domínio, devemos ser ambiciosos e a nossa ambição deve ter a dimensão do nosso território nacional, imprimindo-se um ritmo mais rápido à adopção, utilização e domínio das Tecnologias de Informação e Comunicação, tendo sempre em conta a nossa realidade, fundamentalmente o nível dos nossos Recursos Humanos e a nossa diversidade cultural e linguística.

A construção da Sociedade do Conhecimento em Angola deve ser encarada como um desígnio nacional e uma prioridade política do Governo, como consagra o Plano de Acção aprovado em 2005 pelo Conselho de Ministros. Efectivamente, o Plano de Acção para a Governação Electrónica, bem como o Plano de Acção para a Sociedade de Informação, constituem duas provas cabais da nossa ambição, no nosso interesse e da nossa visão de futuro, para a concretização de uma Estratégia para o Desenvolvimento das Tecnologias de Informação até ao ano 2010.

O Governo pretende desenvolver uma acção catalisadora, por forma a transitarmos de uma sociedade reconhecidamente analógica para uma sociedade definitivamente digital, isto é, a passarmos de uma sociedade onde a informação e o conhecimento se encontram apenas ao alcance de uma minoria esclarecida para outra na qual a informação e o conhecimento são produtos ao alcance de todos.

Tenhamos todos, pois, a ousadia e a determinação de criarmos as condições que permitam a emergência e a solidificação da nova era da Sociedade do Conhecimento, a fim de o Povo Angolano poder desfrutar um futuro mais desenvolvido, mais digno e mais sábio.

Luanda, 28 de Outubro de 2005
JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS
PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE ANGOLA

domingo, novembro 26, 2006

Aventuras em Angola


Ontem eu e Sérgio participamos de uma aventura, pela primeira vez saímos pela cidade sozinhos, de carro. Queríamos ir ao supermercado mais famoso daqui, Shoprite. Fora a adrenalina, o passeio foi bem legal e conseguimos ver muitas coisas diferentes.

Antes disso fomos junto com Rodrigo, Renata – esposa de Rodrigo, Vilmar e André, almoçar em um restaurante muito bom. Lagosta é uma coisa comum aqui, tão comum quando comer um filé em um fast-food no shopping Recife. Comi uma lagosta que estava muito gostosa, temperada com limão e pimenta que pude reconhecer.

Voltando ao passeio, dentre outras coisas, duas me chamaram muita atenção. Próximo ao Shoprite existem “lojas” de venda de estofados, poltronas ou coisas do tipo. Muitos dos sofás que são vendidos são na verdade as cadeiras das Candongas – vans, combes, lotação, besta – que são reformados. São realmente muitos locais que vendem esses sofás e parece ser um negócio bem tradicional daqui, pois, encontramos vários locais os vendem.




Fora isso, passamos por um mercado de roupas. O mercado são várias pessoas juntas, quase que amontoadas. As roupas ficam no chão, sobre umas esteiras ou panos, as pessoas circulam entre as mercadorias e os vendedores ficam sentados, atendendo os compradores.

Centro de Convenções de Talatona


O Centro de Convenções de Talatona (CCTA) está situado na província de Luanda Sul na zona de Talatona. Está instalado em um terreno de 100 hectares e sua principal sala de convenções tem a capacidade para 750 pessoas, bem como pode ser utilizado para banquetes para até 400 convidados.

É de propriedade da Sociedade Nacional de Combustíveis (SONANGOL) e teve o custo de 60 milhões de dólares. Como conseqüência será criado 800 novos empregos, diretos e indiretos.

O local foi construído pelos Sul Coreanos em incríveis 8 meses. A obra surpreende tanto pelo tamanho como pela qualidade do material utilizado. O complexo inclui ainda nove salas de reuniões, vários gabinetes de trabalho, restaurante, centro de imprensa, posto de primeiros socorros e parque de estacionamento, além de 20 moradias de luxo destinadas a convidados da SONANGOL.

Os chalés, de primeira classe, contam com 3 suítes cada, contudo o preço é uma atração à parte. Cada hospedagem sai pela bagatela de U$ 1.500,00 dólares dia. Tudo bem que os preços aqui em Angola são caros para hospedagem, até porque há muito mais procura que oferta, contudo esse preço é um exagero até para os padrões locais. Está prevista a construção de um hotel, no mesmo espaço, visando criar condições de suporte logístico para os futuros eventos.

O primeiro fórum de IT de Angola acontecerá nesse local e podemos dizer que já começa com o pé direito, afinal uma super estrutura o comporta. Vamos torcer para o fórum ser um sucesso, tenho certeza que será.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Montagem do Stand – IT Fórum 2006 Angola


Ontem fui visitar a montagem dos stands no centro de convenções de Talatona. Realmente me impressionou o tipo de estrutura que foi montada para o evento e a qualidade do centro de convenções. O CCTA (Centro de Convenções de Talatona) não fica a dever em nada para os que eu conheci em São Paulo, Rio e Recife, pelo contrário, acredito que até supera.

A organização para o evento está a todo vapor, após ir verificar o andamento das obras no centro de convenções de Talatona (CCTA), fui conversar com a empresa que está responsável pela montagem, para acertar alguns detalhes. A Line Stands, empresa responsável pelos Stands, é formada por brasileiros. Muito profissionalismo e qualidade encontrei nessa empresa, fui atendido por um Coritibano, Fábio. A cada dia me surpreendo com casos como esse de produtos e serviços que não ficam a dever em nada aos encontrados no Brasil.

O Stand realmente está muito bonito. São 36 metros quadrados quem dispõem, entre outras coisas de: uma sala com mesa, sofá, poltrona e um frigobar, na área externa, duas mesas altas com três tamboretes cada e um balcão para as recepcionistas. Duas recepcionistas, Angolanas, farão o protocolo dos clientes.

Estou realmente muito empolgado com o fórum, tenho certeza que será um sucesso.




quinta-feira, novembro 23, 2006

1º Fórum de IT de Angola



Acontece de 29 de Novembro a 1 de Dezembro o primeiro fórum de TI de Angola (www.itforum.ao). O evento é um marco para o país, que de forma agressiva, abre o seu mercado e viabiliza maciçamente investimentos em todas as áreas.

O evento tem patrocínio e total apoio do Governo de Angola, sendo organizado e coordenado pela CNTI - Comissão Nacional das Tecnologias de Informação. Tamanha a importância desse evento pode ser exemplificado pelos participantes do Fórum: Ministério de Angola, Ministério de Portugal, Ministério da África do Sul, Sonangol, Esso, Total, Microsoft, Dell, Chevron, Accenture, Delloite, Banco de Moçambique, Ministério das finanças de Angola, Ministério das finanças de Moçambique, Unitel, Movicel, entre outras. É pouco ou quer mais?

A abertura do evento se dará no dia 29 de Novembro, aberto pelo primeiro ministro de Angola. Serão várias palestras, debates, mesas redondas e discussões, tamanha é a quantidade de encontros que estes se darão simultaneamente e em vários salões. Os temas dos encontros são: a modernização do setor público, tecnologia e a extração de petróleo, informatização hospitalar e o setor médico, TI em Angola, etc. Além dos encontros, um feira de exposição vai acontecer, contando com a presença das principais empresas de TI em Angola.

A Advance é uma dos principais patrocinadores juntos com a Sonangol ( www.sonangol.co.ao), Promosoft (www.promosoft.com), Jupiter, Fesa (www.fesa.og.ao), Orcangola, Dgm, Pararede.

Fiquei responsável por organizar tudo para a empresa que vai ter um dos principais stands da feira na exposição, muito grande. Além disso, a empresa vai participar como palestrante, discutindo o processo de informatização dos hospitais de Angola, um projeto nosso.

Estou correndo muito para organizar tudo para o evento, por conta disso não postei ontem. Ao longo desses próximos dias vou contar o que estou fazendo para a organização dos eventos. Preparem-se para muitas emoções.

terça-feira, novembro 21, 2006

Mussulo, mais uma das maravilhas de Angola!

Próximo ao litoral de Luanda existem duas ilhas que se sobressaem à paisagem por sua beleza e proximidade. Uma delas, a ilha do Mussulo, que também forma a baía do Mussulo, fomos visitar uma desses finais de semana.

A ilha tem praias belíssimas e de tão belas até o presidente José Eduardo tem uma casa lá. Se sobressaem as paisagens os peixes, que pulam na frente do barco, os manguezais, muitas casa de praia e uma areia branquinha e bem limpa. A água é bem quente, agradável e muito limpa, apesar de um pouco turva.

Para chegar a ilha fomos de barco, apesar de parecer obvio a minha afirmação, na maré baixa, por se tratar de uma baía, é possível se passar de carro por uma faixa de terra que se forma. Contudo para realizar essa travessia tem que ser bom de 4x4 e possuir um excelente carro.

Existem muitos barcos de pescadores e essa atividade parece ser ainda muito boa na capital, pois, a geografia ajuda e até o momento não vi grandes barcos de pesca, apenas pequenas embarcações.

Pescar é uma das coisas que pretendo fazer aqui. O litoral de Angola é famoso por sua riqueza e é possível ver nos mercados grandes peixes de 50, 100 quilos pescados próximo a cidade. Em um dos restaurantes que gosto de ir, Lua Nova, de um português, que chega a ser engraçado de tão grosseiro, há muitas fotos das pescarias dele. Dentre os peixes alguns de mais de 100 quilos como um Mero que pude identificar nas foto. Gosto muito de pescar e com certeza esse será um dos meus passeios aqui.

Ficamos em um bar chamado Barssulo, realmente muito lindo. Eles construíram umas palhoças na beira da praia, cada uma com duas espreguiçadeiras. Perto, por trás, um bar que serve de tudo, desde drinks exóticos há refeições, e claro a especialidade são os frutos do mar. Os preços não são baratos, mas sinceramente, por um lugar como esse, vale cada centavo.

As fotos foram todas tiradas no passeio, abaixo delas uma pequena legenda.


Cachorro na Janela!


Saída para o Mussulo


Vista da ilha distante


Casas de praia do Mussulo


Tô em paz


Embarcações para a ilha


A ponta do barco


Oh vidinha mais ou menos!!!


Eu e Fred


Os Kambas


Praia no Barssulo


Praia no Barssulo 2


Instalações do Barssulo


Barssulo 2


Volta para casa