terça-feira, setembro 23, 2008

Oportunidade de trabalho em Angola

Bruno, Adelaide e Spíndola - Advance, Angola

Diariamente recebo pelo menos três e-mails de pessoas que visitaram o blog. Gostaria de dividir com todos a minha felicidade por esse fato, ainda mais pela quantidade de elogios. São muitas as questões levantadas pelos leitores, contudo qual seria o e-mail mais comum? Acertou quem falou oportunidades de emprego.

Angola é vista como o novo eldorado para os profissionais do Brasil. A idéia que se tem são bons salários e novas aventuras. Entretanto, na teoria a prática é diferente! Há bons salários sim, mas há uma série de dificuldades que se precisa transpor.

-Competitividade excessiva
-Distância da família e dos amigos
-Mudança de cultura
-Conflitos com os colegas do trabalho, pois se acorda, dorme, trabalha o tempo todo praticamente com as mesmas pessoas
-Etc.

Em minha opinião existe um perfil para se trabalhar em Angola. Pessoas novas, solteiras, qualificadas, boas de relacionamento e ambiciosas. Claro que não apenas nesse perfil se dá bem, mas como regra é isso ai.

Para todos os que me perguntam, “Vale à pena trabalhar em Angola?”, a minha resposta é sempre a mesma: Vale muito à pena.

Aos que desejam se aventurar por terras Africanas estão aqui dois ótimos canais. Empresas de consultoria em RH que contatam para Angola.

www.wrh.com.br
www.optimizarh.com

Boa sorte a todos!
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segunda-feira, setembro 22, 2008

Orgulho Negro

 
Crianças Angolanas - Província de Namibe


Há um modo de agir deferente, um olhar vitorioso, a certeza de simplesmente ser e estar feliz com isso. Existe mesmo em cada Angolano que conheço o orgulho de ser NEGRO.

Se em alguns países como África do Sul as pessoas tem problemas por serem negras, aqui isso é motivo de muita satisfação. É difícil explicar porque isso acontece, para mim, que sou uma mistura como todo Brasileiro, entender esse sentimento não pertence a minha essência. Da mesma forma nunca me senti humilhado por ser “branco”.

Perguntei-me: O que é ser negro? Do ponto de vista de um “misturado” como eu, acredito que ser negro é ser persistente. Depois de tantos anos de escravidão, Apartheid, Nazismo, Luther King e outros, a certeza de continuar aqui. Por outro lado, também há perguntas que sempre me ocorrem: Se a África é o berço da civilização, logo os primeiros habitantes, porque os negros não dominam o mundo? O que se vê é que tem muito mais brancos à frente das empresas e dos grandes cargos. Um exemplo disso é a fórmula 1, só agora um negro entrou na categoria. Outro são os governos, a exceção da África, onde mais os negros comandam os governos? Qual país governado por negros é um exemplo de evolução econômica e tecnológica? Essas perguntas eu não sei responder.

A verdade é que todo tipo de racismo é pura besteira, seja contra negros, seja contra nordestinos, mulheres, pobres, ricos, fracos, etc. o que vale mesmo é que somos todos seres humanos.
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terça-feira, agosto 12, 2008

Spíndola - Novo certificado PMP - Gerenciamento de Projetos

Fiquei muito feliz quando recentemente consegui uma importante certificação na área de gerenciamento de projetos, a certificação PMP do PMI. Escrevi um e-mail aos amigos e mandei para todos. Gostaria de dividir com as pessoas que acessam o blog.


E-mail:

Amigos

A comemoração faz parte de toda conquista. Sempre nos trás felicidade quando um amigo atinge uma conquista. Esse o meu propósito nesse e-mail, dividir com todos uma conquista.

Recentemente conquistei uma importante certificação na minha área de atuação. Como gerente de projetos um título como esse ratifica a experiência acumulada dando mais credibilidade as minhas ações e decisões. A certificação PMP – Project Management Professional, concedida pelo PMI – Project Management Institute, www.pmi.org – é a mais reconhecida certificação para gerentes de projetos do mundo.

Hoje trabalho na África, Angola, e com meu trabalho espero contribuir de forma responsável para a melhoria de vida das pessoas atingidas pelos restados dos projetos.

Gostaria de agradecer o apoio de pessoas fundamentais nesse processo que com certeza são co-responsáveis pela conquista. Lígia que abdicou de muitos finais de semana e noites, enquanto eu estudava, sempre ao meu lado apoiando e acreditando. Minha família que sempre me incentiva e me apóia. Vocês são fundamentais, obrigado.

A quem interessar conhecer mais sobre o PMI e a certificação PMP alguns links.

Um forte abraço a todos e mandem notícias.

Antônio Spíndola

Gerente de Projetos – PMP

segunda-feira, março 24, 2008

As zungueiras Angolanas no Brasil

Zungueira de tecido

Tudo o que está descrito na reportágem abaixo do Estadão é a mais pura verdade. É impressionante a quantidade de roupas e artigos brasileiros. Verifico andando pelas ruas que existem muitas lojas Portuguesas concorrendo com as Brasileiras, mas com certeza as Brasileiras fazem muito mais sucesso.

Recentemente ví as reportágens da Regina Casé no Fantástico, que por sinal aqui passa na segunda-feira a noite, falando das lojas de roupas Brasileiras. Conheci uma pessoa de Caruaru que têm 3 ou 4 lojas aqui e vive de vende roupa para Angolanos. Além do sucesso o nome das lojas sempre lembra a sua origem e em todas o nome Brasil aparece.

Realmente as novelas fazem muito sucesso e se depender do gosto do Angolano, o Brasil ainda vai vender muito para o publico daqui.


Domingo, 23 de Março de 2008 | Versão Impressa
Sacoleiras de Angola invadem SP

Já assíduas no Brás, elas seguem a moda de atrizes brasileiras e voltam à África carregadas de roupas e bijoux
Adriana Carranca
É hora do almoço de um dia ensolarado e as ruas estão cheias de belas mulheres negras alegres e falantes, de penteados caprichadíssimos, roupas de cores vibrantes e adornos dourados, mas sem fazer ''banga''. Elas falam um português muito ''giro'' entre si e estão carregadas de sacolas. São respaldadas por homens fortes que entram e saem dos pequenos hotéis da redondeza levando nos ombros imensas ''pastas'' lotadas de compras feitas por elas. Uma loja de calçados exibe a bandeira desse povo alegre e apaixonado pelo Brasil. Isso, unido ao burburinho e colorido nas ruas e, por um instante, tem-se a impressão de estar em Angola.

Mas o local descrito é a esquina das Ruas Cavalheiro e Joaquim Nabuco, no Brás, centro de São Paulo. Fazer ''banga'' é ostentar riqueza, ''giro'' é palavra herdada dos colonizadores portugueses e quer dizer legal e ''pastas'' é sinônimo de malas. São palavras que se aprende em um giro - este, do português brasileiro - pelo Brás. A cena se repete no Bom Retiro e, mais recentemente, nas pontas-de-estoque de Moema. As mulheres são sacoleiras e lojistas angolanas que vêm ao Brasil comprar roupas, calçados e acessórios para vender no seu país. Algumas atravessam o Atlântico a cada duas semanas.

No 5º andar do Hotel Vitória, na Rua Cavalheiro, Cristina Rafael, a Tininha, de 31 anos, abre a porta desconfiada. Como trazem muito ''kumbu'' para as compras, feitas à vista e pagas com dólares, as angolanas ficam espertas. Costumam viajar em grupo, não andam sozinhas e só se relacionam com outros angolanos. Mas ela logo abre o sorriso - tem um cunhado paulistano e está acostumada com os brasileiros.

No ''cubico'' com TV e ''geleira'', Tininha abre as seis ''pastas'', cada uma com US$ 2 mil em mercadorias, em média. São 204 kg de roupas e sapatos, 50 pares de Havaianas e cabelo. As angolanas adoram os fios lisos e os cachos soltos das brasileiras e chegam a pagar US$ 150 por um rabo-de-cavalo de madeixas naturais - o preço depende do comprimento. Na Mãe Lú, a primeira das oito lojas de cabelo no Brás, 90% das clientes são africanas.

Os jeans e as calças coloridas e justíssimas usadas por Solange e Gislaine, de Duas Caras (leia abaixo), são mais vendidos porque, segundo Tininha, as angolanas têm o corpo das brasileiras: bem distribuído, de coxas grossas e bumbum avantajado. E ginga, elas têm? Tininha acha graça: ginga, para ela, quer dizer bicicleta.

Com três filhos para cuidar, ela vende as roupas em casa. Paga cerca de US$ 100 por sete ou oito calças e blusas femininas no Brás e vende cada uma a US$ 30, US$ 40, US$ 100 em Luanda, uma das capitais mais caras do mundo. Mas para atravessar a alfândega em Angola ela paga entre US$ 100 e US$ 350 por mala e garante que o lucro é pouco. Com a valorização do real, a China passou a fazer concorrência, mas o sucesso das novelas brasileiras sustenta o comércio de moda entre os dois países. ''O Brasil é um bocadinho caro, mas compensa a qualidade'', diz Dolores Hilário, de 28 anos.

Sua clientela faz parte da classe média e alta de Angola, que aumenta no rastro do PIB, com taxa de crescimento de 20% ao ano, uma das mais altas do mundo, desde o fim da guerra civil. Ela busca a moda brasileira nas pontas-de-estoque de Moema. Na semana passada, embarcava com a amiga Fefinha, dona de um salão de cabeleireiro em Lubango (interior de Angola), com 408 kg de roupas e sapatos Jorge Alex.

Entre janeiro e março, mais de 800 angolanos desembarcaram em São Paulo, em dois vôos diários da South African Airlines - o dobro dos 385 que chegaram no mesmo período em 2007. O número pode ser muito maior. A Associação de Lojistas do Brás estima que 700 angolanas circulam todos os dias no bairro. De olho nelas, a OceanAir inaugura em 23 de abril o vôo São Paulo- Luanda três vezes por semana, em um Boeing 767-300 para 203 passageiros.

Hoje, único vôo direto entre Brasil e Angola faz a rota Luanda-Rio três vezes por semana em um 747-300 para até 400 passageiros. A companhia só permite 20 kg - e não há sacoleira que saia do Brasil com menos de 200 kg de bagagem. Para atendê-las, pipocaram no centro de São Paulo pequenas transportadoras como a Express Luanda, com matriz no número 99 da Rua Joaquim Nabuco e filial no Brás. Emprega 6 angolanos e 12 brasileiros e despacha 16 toneladas por semana para Luanda. Cobra U$ 5 por kg e faz a entrega em 15 dias.

Pelo menos oito hotéis simples do Brás são sustentados pelas angolanas. Com 84 apartamentos, a R$ 35 a diária com café da manhã, o Hotel Vitória tem 50% de sua ocupação garantida pelas estrangeiras. ''O Brás, hoje, depende das angolanas'', exagera o gerente Leonardo Hoeppner. Pelo menos 80 angolanos fazem ali o check-in semanalmente e ficam hospedadas, em média, cinco dias.

''As relações entre os dois países vêm desde o século 17, agora intensificadas pelo desenvolvimento de Angola. Embora tenha grande contingente de miseráveis, há uma considerável parcela da população com poder aquisitivo alto'', diz a professora de português e literatura africana da Universidade de São Paulo Rita Chaves. ''A concentração de renda e a fragilidade das instituições angolanas fazem o comércio informal sobreviver fortemente no país.''

GLOSSÁRIO

Avilo ou dikamba: Amigo

Bazar: Ir embora, vazar (gíria)

Bué: Muito

Chuimga: Chiclete

Cubico: Casa, quarto

Fazer banga: Ostentar marcas

Garina: Garota

Geleira: Geladeira

Ginga: Bicicleta

Giro: Legal (gíria)

Iá: Sim

Kandongueiro: Táxi, lotação

Kazucuteiro: Preguiçoso

Kumbu: Dinheiro

Machimbombo: Ônibus

Matabicho: Café da manhã

Musseque: Favela

Raias: Óculos de Sol

Salo: Trabalho

Zungueria: Ambulante

sexta-feira, março 14, 2008

Lubango - Huila

Abraçando a Serra da Leba - Lubango

Huila com certeza, dentre as províncias que visitei, é que tem a melhor estrutura. Além disso Lubango é uma cidade linda, conhecida por seus moradores como a Europa da África. O frio durante o dia e principalmente à noite dá o ar aconchegante a esse lugar.
Lubango, a Europa Africana

Logo na chegada ao aeroporto uma indicação de que estamos em um dos lugares mais altos e de Angola. Lubango, segundo a indicação, está há mais 1700 m de altura. A primeira coisa que se avista ao chegar é o morro do Cristo rei.

Chama muita atenção a infra-estrutura da cidade, as ruas asfaltadas e limpas juntamente com casas muito bonitas. Passei pelo hospital que está em reformas, realmente uma grande estrutura condizente com população da cidade que é de um milhão de habitantes.
Residência de Lubango

Lubango é famoso não só pelo seu clima como também pela serra da Leba. Me faltam as palavras para descrever tamanha beleza, é com certeza um dos lugares mais lindos que tive oportunidade de conhecer. A estrada da serra visa ligar o Namibe a Huila. Dizem que antes da estrada era necessário dar um contorno muito grande. A obra foi realizada por uma mulher, uma inglesa. Fico imaginando como deve ter sido essa aventura.
Serra da Leba

Como se não bastasse a estrada, que é uma beleza estonteante, no mesmo local uma cachoeira maravilhosa. O barulho das águas preenche lugar como se fosse uma música. Um frio gostoso da serra dá um ar todo romântico. As nuvens, que se formam no local, ficam abaixo do seu olhar, parece que estamos acima do céu. Nesse dia em especial um espetáculo a mais. Por trás das nuvens do fim de tarde, o sol projetava uma luz. Não consigo achar definição melhor para essa luz que “ a imagem de Deus”.
Cachoeira

Todo visitante ou morador de Angola deveria conhecer Lubango. Realmente vale muito a pena o passeio.

Luz entre as núvens

quinta-feira, março 06, 2008

Redondo, redondo, estou cada dia mais.... Redondo!!!


Oh saudade do tempo em que minha casa ficava dez minutos do trabalho, a academia a dez minutos de casa e por sua vez academia e o trabalho a dez minutos. Era um triângulo muito cômodo, adorava minha vidinha de acordar tarde e chegar na hora para bater o ponto e melhor ainda sempre almoçar em casa. A melhor parte porém, ou melhor, as melhores partes, eram justamente ir parar a academia ao meio-dia e não pegar engarrafamento.

Ontem, foi mais um daqueles dias normais em Luanda. Para chegar ao trabalho demorei 2h e meia, a volta para casa mais 2h e meia. Toda vez que pego trânsito me pergunto se as autoridades dia Angola não ficam presas no engarrafamento. Não é que seja chato... é que é muito chato mesmo.

Sempre me perguntam como é viver em Angola. Uma resposta clássica é que boa parte do meu viver se passa dentro de um carro, e olhe que a distância entre a minha casa e trabalho são de apenas 16 km. Nunca pensei que pudesse existir em um trânsito tão caótico como de Luanda. O pior é ver aquelas máquinas incríveis como as BMW, Mercedes, Hummer, Audi, Porche, Jeep, e outra infinidade de carros que alguns eu sequer conhecia, parados, presos sem poder se mexer em meio aquele mar de carros se movendo a 5 km/h.

Se juntar todo meu cansaço e essa disposição para a academia com toda a facilidade que Angola tem para se fazer regime, chegamos na fórmula de eu estar tão redondo. Realmente não me orgulho disso e fico pensando que quando voltar para o Brasil vou entrar na academia e pagar um personal trainner.

A minha compensação por enquanto tem sido trabalho e pensar que em breve terei a minha certificação.

Amor, não fica brava, é o trânsito!

quarta-feira, março 05, 2008

A residência dos leprosos

Recentemente estive na província do Cunene. Chamou-me a atenção, nos fundos do hospital, a existência é algumas pequenas cabanas feitas de alvenaria. Era realmente muito interessante rever aquelas construções que pareciam abandonadas.

Antes mesmo que eu pudesse perguntar ao guia do que se tratavam e foi explicado. Esse local era antigamente a residência pessoas leprosas, como o mesmo chamou. As pessoas doentes ficavam confinadas nesses ambientes e podiam circular apenas próximo à sua moradia. Pelo que foi contada se previa alguém para tomar conta das pessoas e garantir que elas não saíssem do local.

Recentemente as construções estavam sendo usadas como apoio para a epidemia de cólera, mas no momento estão desativadas.

As pequenas casas são herança da época colonial, construídas e pelos portugueses hoje servem mais como lembrança do tempo que se foi.

terça-feira, março 04, 2008

Feriado no domingo em Angola se comemora na segunda

Quem disser que não gosta de feriado com certeza não sabe aproveitar o seu tempo livre. Em Angola uma característica muito especial da cultura chama a atenção. Todas as vezes que o feriado cai no domingo este é automaticamente colocada para segundo. Para a lógica local, é quase um sacrilégio perder feriado, então se ele cai no domingo, nada mais justo que jogar para segunda-feira.


Angola é recheada de feriadão, o primeiro semestre então... lembro no ano passado várias segundas-feiras seguidas com aquele belo fim-de-semana prolongado.

Entretanto não concordo com senso comum que o feriado de um dia de preguiça. Se você é comprometido com os seus objetivos então deve utilizar a semana inteira para trabalhar. Os feriados e finais de semana serve para realizar outras atividades digamos pessoas. Particularmente gosto muito de cozinha e se você quiser ser uma cobaia gastronómica é só dar uma ligada.

Semana passada fiz tomates secos. Eu não fazia ideia o Tanto que demora para eles ficarem prontos. São 10h forma, mas realmente ficou uma delícia.

Façam bom proveito no final de semana, principalmente em Angola.