terça-feira, outubro 31, 2006

Sabores de Angola. Parte 1 de ....



Posso afirmar, após esses dias que: as descobertas, o desconhecido, o novo, assustam! Porém como é maravilho a descoberta. Os sabores de Angola tem me surpreendido. A culinária local tem influencia de muitos frutos do mar além de uma mistura de todos países da África mais Portugal.


Difícil dizer, mas com certeza já provei muitas coisas que gostei. Comi na semana passada um prato muito tradicional, base da alimentação da população, principalmente no interior. O nome do prato é FUNGE. Basicamente um pirão feito só com farinha e água, que pode ser de milho ou de mandioca – para os nordestinos a boa e velha macacheira, porque esse negócio de chamar mandioca é coisa de paulista.


Hoje comi um fruto do mar muito comum em Luanda, chama-se Choco. O Choco é uma espécie de lula gigante. Branco, com uma pele bastante grossa, me foi servido com um molho de verduras e arroz branco. Muito gostoso. A carne é macia e não é nada parecido com o, gostoso mas burrachudo, Polvo. Comemos em um restaurante chamado Venesa.


Vale colocar a excelente companhia que tive no almoço. Eduardo e Dr. Sérgio são figuras constantes. Hoje nos acompanharam também Paulina, Andrea, Márcia. Ressalto, mulheres encantadoras, duas médicas e uma enfermeira, todas brasileiras. A Andrea, inclusive, estudou no mesmo que colégio que eu em Recife, Santa Maria. Ela é recifence e eu tenho a impressão já tê-la visto. Sabe quando a pessoa não parece estranha? A Paulina é um doce, Márcia e Andrea também, mas a Paulina tem algo mais. Serão com certeza, e um pouco de sorte, grandes amigas no futuro. Um beijo grande para as três.

---------------------------------------------------------

http://pt.wikipedia.org/wiki/Choco

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Choco Classificação científica Reino: Animalia Filo: Mollusca Classe: Cephalopoda Ordem: Sepiida Famílias SepiadariidaeSepiidae Os chocos ou sibas são moluscos marinhos da classe Cephalopoda, ordem Sepiida.


Os chocos têm uma concha interna, bolsa de tinta, oito braços e dois tentáculos. Possuem uma capacidade de mimetismo considerada superior à de um camaleão.

---------------------------------------------------------

http://www.katembe2.com/choco.htm

O choco, carnívoro e caçador rápido e astuto, bastante voraz, tem o trato digestivo completo, complexo, com tratos ciliados para seleccionar partículas pequenas; boca com uma faringe muscular e com um par de mandíbulas córneas semelhantes a um bico de papagaio invertido e uma rádula, apresenta fileiras transversais de diminutos dentes quitinosos para raspar alimentos, abrindo-se o anûs na cavidade do manto e uma glândula digestiva grande, A cabeça de bom tamanho tem dois olhos conspícuos e uma boca central, a qual é circundada por 10 braços carnosos, contendo ventosas em forma de taça; o quarto par de braços são tentáculos retrácteis longos.


Para caçar. o choco nada para a frente com os braços unidos e lança-se sobre a presa ejectando repetidamente água pelo sifão; os braços separam-se, a presa é agarrada e levada para a boca, mordida pelas mandíbulas e deglutida. Tem uma enorme capacidade de fuga aos predadores, não só pela sua velocidade como pela capacidade de alterar a sua coloração para se confundir com o ambiente e o jacto de "tinta" que expulsa da bolsa do ferrado, destinado a turvar a água permitindo-lhe a fuga.

segunda-feira, outubro 30, 2006

Matéria para o Jornal do Comercio - Recife / Pernambuco / Brasil

Na próxima quarta-feira, 01/11/06, ou na quarta-feira da semana seguinte, 08/11/06, deve sair uma matéria no JC que fiz muita força para que saísse. Através de um contato por meu amigo Lúcio, consegui me comunicar com o JC e ai as coisas fluíram. Devo colocar que doce de pessoa é a Mona Lisa. Lisonjeios a parte, em um das rodadas de perguntas, o texto produzido, com muitas informações sobre a minha vinda para Angola, no que eu estou trabalhando e o que é Angola, gerou um texto muito interessante.


Vou colocar o texto abaixo e espero vê-lo no caderno de informática nesses dias. Não esqueçam de comprar eh, nem que seja para prestigiar o amigo.

------------------------------------------------------------------

- Você disse que foi contratado para desenvolver um projeto de monitoramento e controle da Aids no país. Gostaria de saber mais detalhes sobre o projeto e a sua função nele. Qual o período previsto da sua permanência em Angola?

Estou trabalhando para Instuto Nacional de Luta contra a Sida – INLS http://www.angolainls.org/. Fui contratado como Gerente de Projetos por minha formação no MBA em gerência de projetos da FGV e por já ter trabalhado com isso ai no Brasil. Além disso acumulo função de analista de sistemas. No próximo ano devo contratar mais pessoas. A minha expectativa é que eu contrate mais duas pessoas, analistas, de Recife.

O projeto é de controle e monitoramento da Sida no país. Vou desenvolver três sistemas e 4 ou 5 projetos em um prazo aproximado de dois anos.

O primeiro sistema é de ATV – aconselhamento e testagem voluntária. Basicamente mapeia os pacientes que realizam teste de SIDA de forma voluntária. Tem como objetivo verificar o perfil das pessoas que realizam o teste e onde devem ser aplicados os recursos de prevenção. Por exemplo, ao final espera-se, com cruzamento de dados, verificar a faixa etária, bairro ou província, sexo, religião, dentre outras coisas onde as políticas de controle serão mais eficiente.

O segundo sistema é de notificação. Uma vez realizado o teste de SIDA e verificado que a pessoa está infectada, um outro mapeamento é feito. Da mesma forma espera-se fazer um planejamento dos locais mais necessitados, além de determinar a política de compra de medicamentos e contratação de médicos.

Por fim o sistema de notificação. Esse sistema permitirá consolidar os dados de todos os sistemas integrados e de todo país. Tem por finalidade acompanhar a evolução do vírus e também ajudar na política de combate a doença.

Um outro projeto que vou desenvolver após os sistemas será de implantação e treinamento dos sistemas. Vou percorrer todo o país implantando e dando treinamento, vai ser um grande desafio.

Como te disse, sou o gerente de projetos responsável pelos sistemas e infra-estrutura do instituto. A previsão é de no mínimo dois anos.


- Em que empresa/instituição você trabalhava no Recife?

Trabalhei durante 1,5 mês no TRF como terceirizado. O projecto que eu estava envolvido era para implantação de um sistema de RH e folha para toda a quinta região – todos os estados do nordeste menos Bahia. Entretanto o local onde estive antes ao TRF tem muito mais importância. Trabalhei na MV Sistemas – http://www.mv.com.br/ - nos últimos 3,5 anos. A empresa tem como negócio um sistema de gestão hospitalar, consultoria hospitalar e tecerização de faturamento. Era responsável pela equipe de faturamento de convénios para correção de erros do sistema. Nesta empresa exercia a função de analista de sistemas.

- Para qual empresa você está trabalhando aí? Ela é angolana?

Trabalho para uma empresa Angolana chamada Advance. Essa empresa foi formada a partir da necessidade da holding que controla o grupo de ter um braço de sistemas para a área hospitalar. Todas as empresas da hold são da área hospitalar.


- Quantas empresas de TI há no País?

Difícil precisar, mas o país está em pleno crescimento. Há lojas de informática com os últimos lançamentos. No final do mês haverá o primeiro congresso de informática de Angola, a minha empresa e eu iremos participar do evento. Estou negociando para palestrar nesse congresso, mas no mínimo vamos expor. Há faculdades de informática, mas muita carência de profissionais. Contudo aqui a vida é muito cara, tudo é importado, o que dificulta um pouco trazer estrangeiros.

- Por que o interesse de Angola em profissionais de TI brasileiros?

Acredito que três coisas principais fazem com que os Brasileiros sejam atractivos para os Angolanos. Primeiro a língua, português. Segundo a excelente qualificação que temos ai, os profissionais do Brasil não ficam a dever para nenhum país em termos de informática. Terceiro, o valor da mão-de-obra, em dólares, é mais barata que se comparado com outros países. Contudo há pessoas de todos os países aqui. Nessa hold há predominância de Brasileiros, contudo todas as nacionalidades como Russos, Cubanos, Europeus, Americanos, Japoneses, de países da Africa e da América latina, são fáceis de ser encontrados no país.

- De que modo a TI irá ajudar Angola a se erguer?

É difícil conceber uma empresa mesmo que pequena sem a informatização. Angola compete não com ela, mas com o mundo. Como praticamente tudo é importado, sistemas que controle as vendas, estoque, controle gerencial, financeiro, ou seja, em tudo a informática é necessário.

Além disso a venda de serviços, como mão-de-obra, tem se tornado um negócio para mundo. Um excelente caminho será Angola investir na qualificação dos seus profissionais. Como a mão obra local é barata, poderá em poucos anos exportar mão-de-obra como a Índia, China e outros países.


- De que estrutura de trabalho você dispõe aí?

A melhor possível. Melhor que a maioria das empresas do Brasil. Quando se chega aqui você recebe um notebook e um celular. Internet no trabalho e em casa. O carro a disposição e a ajuda de custo dá com sobra. Dá por exemplo para pagar todas as contas, sair a noite e ainda sobra dinheiro.

A noite aqui é legal, tem uns lugares bons para sair. Os maiores problemas são os mosquitos da malária, então as portas vivem fechadas, bem como as janelas. Dá uma olhada no meu blog para você saber um pouco sobre a estrutura de Angola, tem muita coisa que escrevi lá sobre isso – spindola.blogspot.com. Além disso praticamente não tem mulheres aqui para se conhecer. Sair na noite é com certeza, sem exagero, uns vinte homens para cada mulher. O pior é que as mulheres aqui não saem sozinhas, logo, as que tem, estão acompanhadas.


- Você tem idéia de quantos brasileiros, e recifenses especificamente, estão trabalhando aí?

Não consigo mensurar, mas são muitos. Vou dar um número. Nesses vinte dias aqui já conheci uns 100 brasileiros. Conheci ou ví. Recifences hoje acredito que uns 6.

O condomínio onde moro tem muito brasileiro. Vem tanta gente para cá que esta difícil de encontrar novos apartamentos para alugar.

- Como você avalia a experiência? Depois de encerrado o trabalho no País, quais as suas perspectivas?

A experiência vai ser muito grande, posso dizer que com certeza serei outro profissional. Tenho muita autoridade e autonomia para decidir. Estou em contato direto com a diretora do instituto e de grandes hospitais. Falo constantemente com os donos das empresas e diretores. Estou numa posição importante e tenho uma grande chance de me tornar um profissional realmente super valorizado. Tenho certeza que vai dar tudo certo e ao final, quero ir para os EUA ou algum país da Europa.

- Quais as maiores dificuldades enfrentadas no campo profissional e pessoal em Angola?

Saudade da família e cultura. A saudade da família é complicado, você vive para o trabalho. Tenho trabalhado em média 11 horas por dia incluindo finais de semana. Quero fazer bonito aqui. Praticamente só se trabalha e trabalha.

Falta luz o tempo todo e água, isso é complicado. Tem muita malária e a pobreza assusta. Ficar restrito a um grupo de pessoas também é complicado.

Culturalmente os Angolanos não gostam muito dos brancos, existe um racismo ao contrário. Isso é difícil também. Há basicamente dois tipos de pessoas que vem para cá: A primeiro para juntar dinheiro e a segunda para crescer profissionalmente. Me enquadro na segunda categoria.

Há de se colocar também que não há lojas, shopping, cinema, livraria, teatro e nada de nenhuma diversão. É só trabalho. Fazer amizades com os Brasileiros daqui e torcer para se dar bem com eles, senão vai ter que ficar só.

domingo, outubro 29, 2006

Minha mãe é o máximo

Nunca pensei que iria sentir falta das “chatisses” da minha mãe. Lembro da mania de ir ao supermercado e ir me levar para ver tudo na geladeira e nos armários. Ou ainda de ficar me perguntando o tempo todo sobre tudo. Tem também o fato de ficar me beijando o dia inteiro, pelos menos umas 15 vezes.


Esse final de semana fiquei pensando na minha rotina em Recife quando ao chegar do sábado e domingo. Gostava de ficar em casa aperriando minha irmã. Mainha, quando acordava, ia lá no quarto com a cara toda amassada deitar por uns 20 mim na minha cama. Depois que ela estava esperta ficava lendo fazendo alguma coisa com
agente. Nesse horário meu pai chega, vamos para o mercado comprar o almoço e voltamos para casa. Eu sempre quero comer na rua, mas quase nunca consigo que todos saiam de casa, assim, geralmente, vou para a cozinha. Depois do almoço mainha vai dar mais uma dormida. A noite conversar um pouco e ver o fantástico, por fim dormir.


Minha mãe nas suas qualidades e defeitos é uma pessoa muito importante na minha vida. Parte das minhas melhores qualidades vem dela, como conversar com as pessoas, fazer amigos, contornar situações difíceis. Há ainda outras grandes qualidades na minha mãe: Carinhosa, atenciosa, companheira, fiel, caridosa, muito comunicativa, consegue deixar o ambiente feliz com a sua presença, corajosa, briguenta, não desiste dos seus ideais.


Dona Lúcia é uma pessoa maravilhosa! Hoje, olhando para trás, vejo que sou realmente uma pessoa de sorte em ser filho dela, gosto muito das qualidades que herdei e aprendi com ela, são fundamentais na minha vida. Em outro contexto eu não seria da forma que sou.


Mãe, eu te amo muito, sou muito feliz em ser seu filho. Obrigado por tudo, parabéns por estar crescendo, evoluindo. E saiba que penso muito na senhora todos os dias. Tenho o evangelio que a senhora me deu com a foto de vovô na minha cabeceira. Espero que vovô esteja orgulhoso de mim lá no céu, tenho certeza que a senhora está.


Beijo enorme do filão Angolano.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Aniversários do dia 26/10

Muitas saudades dos amigos que aniversariam hoje.

Banana – Leonardo Pacheco
Mais que um grande amigo, um irmão de escolha. Amo esse cara, é tido como um filho lá em casa. Está meio distante nesse momento, morando em Maceió, mas é sempre bem-vindo e muito querido lá em casa.
Sinto muitas saudades dele e da época que andávamos praticamente colados. Chegamos a ter tanta intimidade que ele tem, até hoje, a chave da minha casa. O melhor é que ele anda com a chave no chaveiro dele.

Te amo meu irmão, parabéns pelo seu aniversário.

Ah, a família aumentou, agora tenho uma nova irmã, Renata. Beijo cunhada.


---------------------------------------------------------------
Andrea Godoy

Conheci num dos últimos trabalho em que estive envolvido. O projeto de integração de folha e RH do TRF. Uma mulher maravilhosa que aprendi a gostar. Apesar do pouco tempo ganhamos muito proximidade. Adoro essa mulher.

Dea, meu grande beijo para você.

---------------------------------------------------------------
Luis Augusto

Meu grande irmão Guga. Conheço esse meu irmão, mais um grande amigo, a muitos anos.

Meu amigo, te amo muito, saudades suas.

Beijo

segunda-feira, outubro 23, 2006

Comecei uma dieta, e em 14 dias, perdi duas semanas!
















Fiz uma lista de objetivos ao vim para Angola, as prioridades são:


1° Dar o máximo no trabalho e crescer profissionalmente
2° Continuar estudando (através do MBA on-line da FGV - começando)
3° Fazer um regime


Quanto aos dois primeiro, tudo indo bem. Mas o terceiro, ihhhhhh, essa minha eterna vida de sanfona. Como tenho muito tempo livre no fim-de-semana, e tenho um amigo que adora cozinhar, Eduardo, ficamos na cozinha, literalmente, colocando a mão na massa.


Esse sábado fomos as compras, supermercado é de lei nesse dia, compramos coisas para a semana e para o almoço. O cardápio era arroz a piemontesa com um file acebolado e molho de vinho verde. Estava muito gostoso, somando isso a duas garrafas de vinho que eu derrubei, um Português verde e um Chileno tinto, pense no que deu. Comi feito um tanque de guerra, parecia até que eu estava na África. Por fim um bolo de chocolate e cama, dormi a tarde toda.


Domingo Eduardo fez um frango com molho de alcaparras. Estava fantástico! Mais uma refeição maravilhosa e tantas outras calorias, e eu achando que ia passar fome aqui. Os restaurantes aqui são bem fraquinhos, mas quem precisa de restaurante, em casa é muito melhor.


Resultado da brincadeira, ou eu me cuido agora ou vou voltar um bolão para o Brasil. É porque não dá mesmo.


Mas, tristezas lipídicas à parte, to melhorando na cozinha. Família quando voltar vocês vão adorar me ver. Posted by Picasa

domingo, outubro 22, 2006

Bem vindo a Angola – Energia, Água e Paludismo (Malária)

Estou com um problema sério para resolver na semana que vem. Estou preparando o projeto de infra-estrutura do instituto onde estou trabalhando - www.angolainls.org. Bom, até ai tudo bem, sem problema algum. O que vou fazer eu já sei, um servidor de banco de dados e arquivos, um outro para Internet e e-mail e coisas do tipo. Vou providenciar uma estrutura de backup raid para o banco de dados e uma unidade de fitas. Como conto com a ajuda da equipe da Advance, principalmente meu “camba” Sérgio, que sabem tudo de infra-estrutura, não vou ter maiores problemas.


Entretanto há um pequeno probleminha que vai ser difícil de resolver, ENERGIA. As faltas de luz aqui são frequentes e a corrente elétrica fica variando muito. O pior é que terei que manter os equipamentos funcionando corretamente e constantemente. Os no-breaks aqui tem tempo de vida curto, havia um para o instituto mas vou ter que providenciar outro, esse “já foi para o saco”.


Trabalho a parte, meio dureza se acostumar com isso em casa. O tempo todo falta luz e água, as vezes durante alguns minutos, as vezes por algumas horas. Me disseram que os primeiros a chegar aqui, a mais ou menos uns 4 anos, passaram por uma situação muito pior. Faltava água e luz durante dias. A iluminação pública também não é boa, assim a rua é um escuro só. Fico a imaginar as primeiras mulheres que chegaram aqui.


Mas, como diria Joseth Clinber - http://www.youtube.com/watch?v=f0TzmgeTGf8, qualquer um ficaria desanimado, abatido, sem vontade de cantar uma bela canção, mas a melhor parte vem agora. Esqueça ficar com a porta ou as janelas abertas, pois aqui tem muita Malária ou Paludismo, esse último nome como normalmente chamam aqui.


As piores partes do dia, para a contaminação, são pela manhã e no fim de tarde, quando a fêmea sai para o café da manhã e jantar, e com ela leva o protozoário. Tinha que ser mulher mesmo! O macho do mosquito é um cara legal e naturista, se alimenta da seiva das plantas, muito mais legal. Já a danada da “Mosquita” tinha que inventar, queria uma coisa mais sofisticada, coisa de mulher. Brincadeiras à parte tem que tomar cuidado e ficar com as portas e janelas fechadas, depois é só torcer para não faltar luz senão nada de ar-condicionado.


---------------------------------------------


Malária
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mal%C3%A1ria


Malária ou Paludismo, entre outras designações, é uma doença infecciosa aguda ou crônica causada por protozoários parasitas do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada do mosquito Anopheles. A malária mata 2 milhões de pessoas por ano, uma taxa só comparável à da SIDA/AIDS, e afecta mais de 500 milhões de pessoas todos os anos. É a principal parasitose tropical, e uma das mais frequentes causas de morte em crianças nesses países (mata um milhão de crianças com menos de 5 anos a cada ano). Segundo a OMS, a malária mata uma criança africana a cada 30 segundos, e muitas crianças que sobrevivem a casos severos sofrem danos cerebrais graves e têm dificuldades de aprendizagem.

Malária no Mundo
Todos os anos há mais de 300 milhões de casos de malária, 90% dos quais na África Subsariana. As actuais tecnologias médicas podem evitar que esta seja fatal, mas a falta de acesso significa que a malária mata 1 milhão de pessoas por ano. os mais pobres são tipicamente os que mais sofrem.


Relatório do Desenvolvimento Humano, 2002

Transmissão

Fêmea de Anopheles alimentando-se de sangue humanoA malária é transmitida pela picada das fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles. A transmissão geralmente ocorre em regiões rurais e semi-rurais, mas pode ocorrer em áreas urbanas, principalmente em suas periferias. Em cidades situadas em locais cuja altitude seja superior a 1500 metros, no entanto, o risco de aquisição de malária é pequeno. Os mosquitos têm maior atividade durante o período da noite, do crepúsculo ao amanhecer. Contaminam-se ao picar os portadores da doença, tornando-se o principal vetor de transmissão desta para outras pessoas. O risco maior de aquisição de malária é no interior das habitações, embora a transmissão também possa ocorrer ao ar livre.

O mosquito da malária só sobrevive em áreas que apresentem médias das temperaturas mínimas superiores a 15ºC, e só atinge número suficente de indivíduos para a transmissão da doença em regiões onde as temperaturas médias sejam cerca de 20-30ºC, e umidade alta. Só os mosquitos fêmeas picam o homem e alimentam-se de sangue. Os machos vivem de sucos de plantas. As larvas se desenvolvem em águas paradas, e a prevalência máxima ocorre durante as estações com chuva abundante.


Progressão e sintomas
A malária causada por P.falciparum caracteriza-se inicialmente por sintomas inespecíficos, como dores de cabeça, fatiga, febre e náuseas. Estes sintomas podem durar vários dias (seis para P.falciparum, várias semanas para as outras espécies).

Mais tarde Caracterizam-se por acessos periódicos de calafrios e febre intensos que coincidem com a destruição maciça de hemácias e com a descarga de substâncias imunogénicas tóxicas na corrente sangüínea ao fim de cada ciclo reprodutivo do parasita. Estas crises paroxísticas, mais frequentes ao cair da tarde, iniciam-se com subida da temperatura até 39-40ºC. São seguidas de palidez da pele e tremores violentos durante cerca de 15 minutos a uma hora. Depois cessam os tremores e seguem-se duas a seis horas de febre a 41ºC, terminando em vermelhidão da pele e suores abundantes. O doente sente-se perfeitamente bem depois e até à crise seguinte, dois a três dias depois. Se a infecção for de P. falciparum, denominada malária maligna, pode haver sintomas adicionais mais graves como: choque circulatório, Síncopes (desmaios), convulsões, delírios e crises vaso-oclusivas. A morte pode ocorrer a cada crise de malária maligna. Pode também ocorrer a chamada malária cerebral: a oclusão de vasos sanguíneos no cérebro pelos eritrócitos infectados causa défices mentais e coma seguidos de morte (ou défice mental irreversível). Danos renais e hepáticos graves ocorrem pelas mesmas razões. As formas causadas pelas outras espécies ("benignas") são geralmente apenas debilitantes, ocorrendo raramente a morte.

Os intervalos entre as crises paroxísticas são diferentes consoante a espécie. Para as espécies de P. falciparum, P. ovale e P. vivax, o ciclo da invasão de hemácias por uma geração, multiplicação interna na célula, lise (rebentamento da hemácia) e invasão pela nova geração de mais hemácias dura 48 horas. Normalmente há acessos de febre violenta e tremores no dia 1, e passados 48 horas já no dia 3, etc, sendo classificada de malária ternária. A infecção pelo P. malariae tem ciclos de 72 horas, dando-se no dia 1, depois no dia 4, etc, constituindo a malária quaternária. A detecção precoce de malária quaternária é importante porque este tipo não pode ser devido a P. falciparum, sendo, portanto, menos perigoso.

Sintomas crónicos incluem a anemia, cansaço, debilitação com redução da capacidade de trabalho e da inteligência funcional, hemorragias e infartos de incidência muito aumentada, como infarto agudo do miocárdio e AVCs (especialmente com P. falciparum).

Se não diagnosticada e tratada, a malária maligna causada pelo P. falciparum pode evoluir rapidamente, resultando em morte. A malária "benigna" das outras espécies resulta em debilitação crónica mas mais raramente em morte.


Epidemiologia
É uma das doenças mais importantes para a humanidade, devido ao seu impacto e custos, e constitui um fardo extremamente pesado para as populações dos países atingidos, principalmente em África, incomparável aos custos sociais de qualquer doença ocidental. A malária existe potencialmente em todas as regiões onde existem humanos e mosquitos Anopheles em quantidade suficiente, o que inclui todas as regiões tropicais de todos os continentes e muitas regiões subtropicais. Hoje em dia, a África é particularmente atingida, estando poupadas apenas o Norte e a África do Sul. Na América existe em toda a região central (México e países do istmo) e norte da América do Sul, incluindo mais de metade do território do Brasil (todo o Nordeste e Amazónia) e ainda nas Caraíbas (não existe no Sul incluindo Sul do Brasil). Na Ásia está presente em todo o subcontinente indiano, Médio Oriente, Irão, Ásia central, Sudeste asiático, Indonésia, Filipinas e sul da China. A malária já existiu mas foi erradicada no século XX da região mediterrânea, incluindo Sul da Europa: Portugal, Espanha, Itália, sul da França e Grécia; e no Sul e Oeste dos EUA. Ao todo, vivem quase 3 mil milhões de pessoas em regiões endémicas (ou seja, metade da humanidade) em mais de 100 países.

Há, todos os anos, 300 a 500 milhões de casos da malária, dos quais mais de 90% em África, a maioria com resolução satisfatória, mas resultando em enfraquecimento e perda de dias de trabalho significativos. Ela mata, contudo, cerca de 2 milhões de pessoas em cada ano, cerca de um milhão das quais são crianças com menos de 5 anos.

Na Europa e, mais especificamente, em Portugal, os casos são muito menos graves, havendo apenas alguns milhares. A grande maioria dos casos, e provavelmente a sua totalidade, são importados de pessoas que visitaram países tropicais.


Prevenção

Dormir coberto por rede anti-mosquito protege significativamente contra a MaláriaA melhor medida é a erradicação do mosquito Anopheles. Ultimamente, o uso de insecticidas potentes mas tóxicos, proibidos no ocidente, tem aumentado porque os riscos da malária são muito superiores aos do insecticida. O uso de redes contra mosquitos é eficaz na protecção durante o sono, quando ocorre a grande maioria das infecções. Os cremes repelentes de insectos também são eficazes, mas mais caros que as redes. A roupa deve cobrir a pele nua o mais completamente possível de dia. O mosquito não tem tanta tendência para picar o rosto ou as mãos, onde os vasos sanguíneos são menos acessíveis, quanto as pernas, os braços ou o pescoço os vasos sanguíneos são mais acessíveis .

A drenagem de pântanos e outras águas paradas é uma medida de saúde pública eficaz.


Diagnóstico
Diagnóstico Clínico

O elemento fundamental no diagnóstico clínico da malária, tanto nas áeras endêmicas como não-endêmicas, é sempre pensar na possibilidade da doença. Como distribuição geográfica a malária não é homogênea, nem mesmo nos países onde a transmição é elevado, torna-se importante, durante o exame clínico, regastar informações sobre a aréa de residência ou relato de viagens de exposição ao parasita como nas áreas endêmicas (tropicais). Além disso informações sobre transfusão de sangue, compartilhamento de agulhas em usuários de drogas injetáveis, transplante de órgãos podem sugerir a possibilidade de malária induzida.


Diagnóstico Laboratorial

O diagnóstico de certeza da infecção malárica só é possível pela demonstração do parasito, ou de antígenos relacionados, no sangue periférico do paciente, através dos métodos diagnósticos especificados a seguir: Gota espessa - É o método adotado oficialmente no Brasil para o diagnóstico da malária. Mesmo após o avanço de técnicas diagnósticas, este exame continua sendo um método simples, eficaz, de baixo custo e fácil realização. Sua técnica baseia-se na visualização do parasito através de microscopia ótica, após coloração com corante vital (azul de metileno e Giemsa), permitindo a diferenciação específica dos parasitos a partir da análise da sua morfologia, e pelos estágios de desenvolvimento do parasito encontrados no sangue periférico. Esfregaço delgado -Possui baixa sensibilidade (estima-se que, a gota espessa é cerca de 30 vezes mais eficiente que o esfregaço delgado na detecção da infecção malárica). Porém, o esfregaço delgado é o único método que permite, com facilidade e segurança, a diferenciação específica dos parasitos, a partir da análise da sua morfologia e das alterações provocadas no eritrócito infectado. Testes rápidos para detecção de componentes antigênicos de plasmódio-Testes imunocromatográficos representam novos metodos de diagnóstico rápido de malária. Realizados em fitas de nitrocelulose contendo anticorpo monoclonal contra antígenos específicos do parasito. Apresentam sensibilidade superior a 95% quando comparado à gota espessa, e com parasitemia superior a 100 parasitos/µL.

São recolhidas amostras de sangue. Os parasitas são observados no interior dos glóbulos sanguíneos, e a sua conformação e número permite determinar a espécie.


Tratamento

Cinchona contendo Quinina, o primeiro antimalárico. A malária maligna, causada pelo P.falciparum é uma emergência médica. As outras malárias são doenças crónicas.

O tratamento farmacológico da malária baseia-se na susceptibilidade do parasita aos radicais livres e substâncias oxidantes, morrendo em concentrações destes agentes inferiores às mortais para as células humanas. Os fármacos usados aumentam essas concentrações.

A quinina (ou o seu isómero quinidina), um medicamento antigamente extraído da casca da Cinchona, é ainda usada no seu tratamento. No entanto, a maioria dos parasitas já é resistente às suas acções. Foi suplantada por drogas sintéticas mais eficientes, como quinacrina, cloroquina, e primaquina. É frequente serem usados cocktails (misturas) de vários destes fármacos, pois há parasitas resistentes a qualquer um deles por si só. A resistência torna a cura difícil e cara.

Ultimamente a artemisinina, extraída de uma planta chinesa, tem dado resultados encorajadores. Ela produz radicais livres em contacto com ferro, que existe especialmente na hemoglobina no interior das hemácias, onde se reproduz o parasita. É extremamente eficaz em destruí-lo, causando efeitos adversos mínimos. No entanto, as quantidades produzidas hoje são insuficientes. No futuro, a cultura da planta artemisina na África poderá reduzir substancialmente os custos. É o único fármaco antimalárico para o qual ainda não existem casos descritos de resistência.
Algumas vacinas estão em desenvolvimento.


Efeitos genéticos nas populações afectadas
A anemia falciforme é uma doença genética recessiva (os dois alelos do gene em causa têm de estar mutados) que ocorre nas mesma regiões de alta incidência de malária. No entanto os portadores da deficiência (com apenas um alelo mutado e o outro normal), têm altas taxas de sobrevivência à malária, sendo parcialmente resistentes a ela.

Outros portadores de doenças genéticas, como algumas talassémias, ou deficiências no gene da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase, existentes no Mediterrâneo também poderão ser o produto de selecção natural positiva dos portadores devido a maior resistência ao parasita. Algumas dessas mutações aumentam os radicais livres nas hemácias, aos quais o parasita é susceptível.]


História
Os seres humanos são infectados pela malária há 50 000 anos. O baixo número anterior de casos em humanos, se em comparação com os elevados índices em outros animais, implicava que os mosquitos que se alimentam dos outros animais fossem muito mais frequentes que o Anopheles, que tem predilecção pelos humanos. Só com o início da agricultura, há 10 000 anos (em algumas regiões, mas noutras só há 5000 anos) e com o crescimento populacional e destruição dos ambientes naturais desses outros animais e seus mosquitos, é que as populações de Anopheles explodiram em número, iniciando-se a verdadeira epidemia de malária que existe hoje.

A malária foi uma das doenças que mais atingiram o Império romano e a sua base populacional e económica, levando à sua queda.

Em Portugal houve até ao início do século XX alguma malária transmitida por Anopheles que se multiplicavam em pântanos. No entanto, nunca houve uma situação catastrófica como a actual em África, porque o clima frio nunca permitiu a multiplicação de suficiente número de mosquitos. A drenagem dos pântanos, como as ordenadas pelo Rei Dom Dinis, reduziram certamente a incidência da doença. Hoje não há malária transmitida em Portugal. O último caso autóctone foi em 1962, tendo no fim do século XIX afectado principalmente o Ribatejo, Alentejo e Trás-os-Montes, com algumas dezenas de casos anuais causados por P. falciparum ou P. vivax, transmitidos pelo Anopheles maculipenis, que prefere o gado ao Homem.

A malária foi uma das principais razões da lenta penetração dos portugueses e outros europeus no interior da África aquando da época colonial. Mesmo no caso dos portugueses, que devido à sua maior propensão para casar com nativas, rapidamente desenvolveram descendência parcialmente resistente, as colónias de Angola e Moçambique continuaram por muitos anos a situar-se na mais fresca e salubre costa.

Na América do Sul, os nativos (índios) dos Andes e outros tinham desde tempos imemoriais usado a casca da árvore da Cinchona para tratar a malária, assim como os Chineses já usavam a planta Artemísia (uma "nova" droga antimalárica revolucionária "descoberta" só recentemente). Em 1640 o espanhol Huan del Vego usou a tintura da casca da cinchona para tratar com sucesso a malária. No entanto, só em 1820 os franceses Pierre Pelletier e Joseph Caventou extraíram com sucesso a quinina, o princípio activo antimalárico, da tintura.

Foi o italiano Giovanni Maria Lancisi que, em 1717, notando que eram os habitantes dos pântanos os que mais sofriam da doença, renomeou o Paludismo de Malária, significando maus ares.

Só com o desenvolvimento da quinina (hoje a resistência do parasita é quase universal devido ao mau uso), o primeiro fármaco antimalárico, puderam os europeus sobreviver em grande número no interior africano, dando finalmente origem, no fim do século XIX, à corrida pelas colónias africanas e partição do continente entre Portugal, Reino Unido, França, Alemanha, Bélgica, Itália e Espanha.

O causador da Malária, o Plasmodium, foi descoberto pelo médico do Exército Francês, Charles Louis Alphonse Laveran, trabalhando na Argélia, que recebeu o Prémio Nobel da Fisiologia e Medicina pelo seu trabalho, em 1907.

A existência de malária e outras doenças debilitantes como a Doença do sono é, segundo muitos especialistas, a razão do não desenvolvimento de muitas civilizações (houve ainda assim algumas) proeminentes na África a sul do Saara. A África, como berço da humanidade, é também o berço de quase todos os parasitas e doenças infecciosas humanas, muitas das quais não existem em mais nenhum lado. O custo económico e social da malária e outras doenças africanas é inimaginável para um ocidental ou mesmo um americano ou asiático da região tropical. Com o desenvolvimento futuro (hoje ainda é um flagelo) de medicamentos e terapias eficazes contra a Malária bem como outras doenças, incluindo a SIDA/AIDS, espera-se que o progresso económico e social dos africanos seja grandemente acelerado.


Outras designações
Carneirada
Paludismo: nome antigo
Batedeira
Febre palustre
Febre intermitente
Febre terçã benigna ou febre terçã maligna ou febre quartã
Impaludismo
Maleita
Maligna
Malina
Perniciosa
Sezão ou sezões
Sezonismo
Tremedeira

sexta-feira, outubro 20, 2006

Saudades de Domi

Poucas coisas me fazem tanta falta como minha irmã Lyud, como gosto de chamar Domi. Pense numa mulher para me aperriar, um verdadeiro “pé de galo”. Cansei de chegar em casa, no meu quarto, e ela estar lá, com mil livros espalhados na minha cama. Além disso sempre haviam vários copos, canecas, xícaras ou qualquer outra coisa que pudesse conter líquido, coloque também na lista umas vasilhas e o copo do liquidificador, espalhados pelo meu quarto todo.


Existem muito mais coisas que ela me enchia, mas agora, todas parecem adoráveis, bom pelo menos até eu voltar a conviver com isso. Assim, uma vez longe, até que era legal, contudo Domi, vê se toma jeito quando eu voltar visse?


As coisas boas com certeza superam tudo isso. Confiança e amizade sem igual, minha irmã é de longe minha melhor amiga junto com minha mãe. Olhe que tenho grandes amigos, irmãos mesmo, mas nem assim minha irmã é superada. Ela é fantástica, inteligente, perspicaz, sagaz, corajosa, ousada, dinâmica, desenrolada, carismática, entusiasta, competentíssima, acolhedora, carinhosa, bonita, elegante, vaidosa, com visão de futuro, estrategista, centrada, calma e braba ao mesmo tempo, uma excelente advogada. Fora as qualidades, é a melhor irmã que alguém poderia desejar. Me apoia sempre, mas nem sempre concorda comigo, isso faz com que ela procure me mostrar o outro lado. Me respeita, arretada, mas respeita a minha decisão.


Além disso tudo atua como minha consciência, amiga, mãe, confidente. Minha irmã é a melhor irmã do mundo.

Te amo Domi, muito.

Inventou agora de tocar maracatú, vai ver que é para ficar com um pezinho na África.

 Posted by Picasa

Kwanza

Com o fim da guerra e a abertura económica do país, o povo teve que se adequar a novos produtos e investimentos. Para fortalecer a moeda local, assim como aconteceu na Argentina, foi feita uma dolarização, acredito que proposital mas informal, do Kwanza.

Kwanza é a moeda oficial do país. Hoje não se vê nas ruas mais moedas, entretanto oficialmente existem moedas de 10 e 50 centavos - http://pt.wikipedia.org/wiki/Kwanza. A abreviação para o dinheiro é Kz.

Juntamente com as cédulas de Kwanza circulam notas de Dólar. Apesar do governo não incentivar as duas moedas andam juntas. O câmbio atual está mantido desde o início do ano de 2006, sofrendo pequenas variações mas sempre em torno de Kz 80,00 = U$ 1,00. Com essa estabilidade monetária, a tendência é o fortalecimento da moeda local e a desvinculação da moeda americana, bem como seu desaparecimento na circulação cotidiana.


Câmbio em Kz.em 20/10/06 ( http://www.jornaldeangola.com/ )
Moeda Compra Venda
USD 80.17 80.57
EUR 100.54 101.05


As cédulas da Kwanza atualmente em circulação são:
1 kwanza
2 kwanzas
5 kwanzas
10 kwanzas
20 kwanzas
50 kwanzas
100 kwanzas
200 kwanzas
500 kwanzas
1000 kwanzas
2000 kwanzas

---------
Textos extraídos do site do Banco Nacional de Angola - www.bna.ao
---------

História da Moeda (http://www.bna.ao/30anos/artigo.aspx?c=3&a=6)
Do Zimbo ao Kwanza



Segundo registos históricos, muito antes da época colonial utilizava-se em Angola colares formados por rodelas de conchas de caracóis e outras conchas, furadas no centro e enfiadas em fios de fibras têxteis, como instrumento de troca.
Todavia, apesar da variedade de conchas, foi o Zimbo, pequeno búzio cinzento, um dos mais importantes e dos primeiros instrumentos de troca constituindo funcionalmente autêntica moeda local.



O Zimbo – njimbu ou lumache - , búzio do tamanho de um bago de café, teve curso como “ moeda” em quase toda a costa ocidental africana.
Apareciam em toda a costa de Angola, embora os mais belos fossem da ilha de Luanda. Dentre os mais valiosos era de cor cinzenta.
Pescavam-nos as mulheres, na contracosta da ilha, por alturas da praia-mar, sendo até frequente algumas serem atacadas por tubarões e tintureiras. Avançavam pela água alguns metros e, mergulhando, enchiam de areia uns cestos estreitos e compridos, a que chamavam “cofos”. Em seguida retiravam os “zimbos” da areia recolhida, que depois separavam, segundo o critério de classificação em “ puro”, “ cascalho”, e “meão”.
Com o passar do tempo o Zimbo começou a ser desvalorizado, e, assim, um “cofo”, que no tempo de Mbemba a Nzinga, valia trinta e três cruzados, desce para dez mil réis em 1615. Porém, já em 1616 não valia mais do que três mil réis.
A queda do valor do Zimbo deu lugar à predominância dos “panos” como moeda mais generalizada. Por outro lado, o sal, o cobre, os panos, os escravos, o marfim eram também outros instrumentos de troca utilizados na altura.



O Sal

Provinha de duas fontes distintas: as minas e as salinas. Em Angola, as minas mais importantes foram as de Ndemba, na Quiçama, onde os povos extraíam as pedras, a escopro, e moldavam-nas em barras de dois ou três palmos de comprimento e uma mão travessa de largura.
Foram também importantes as salinas de Benguela. O sal de Benguela vendia-se em Luanda à razão de mil réis de panos o alqueire.



O Cobre

Um dos metais que mais larga aplicação teve como meio de troca foi o cobre, e o conhecimento da sua existência em Angola vem de tempos muito remotos. Os Luchazes eram hábeis na confecção das manilhas, utilizando o cobre que os Lobares lhes levavam da Lunda para permutar a cera.
Os registos históricos da época permitem concluir que os povos de Angola sabiam extrair e trabalhar o cobre, fazendo pequenos objectos, quase todos para enfeites, como as manilhas, colares e outros ornatos. Fabricavam também peças e acessórios para as suas armas e até um fio de cobre muito semelhante ao actual.
Todos estes objectos serviram de instrumento de troca, mas o mais característico foi, sem dúvida, a “cruzeta”. Esta peça que circulou em Angola e no Congo, tinha a forma da cruz de Santo André, geralmente atribuída por alguns autores à imitação do X romano inscrito nas primeiras moedas portuguesas que apareceram em Angola no século XVII.
A origem desta peça monetária à Angola, depois de averiguações feitas, parece conduzir à conclusão de que ela provinha da Lunda, território confinante com o Catanga.
No reino do famoso Garangaja da Lunda, que usava o nome de “ Musiri Maria Segunda” dedicava-se uma especial atenção ao negócio do cobre. A sua extracção era feita por processos primitivos baseados na fragmentação. Derretiam o metal em fornos ou panelas, de onde derivavam tubos ou calhas de argila para os moldes, que iam desde a forma grosseira da cruz de Malta até barras longas ou quadrangulares.
Desde muito cedo os portugueses interessaram-se pelo cobre angolano, contudo, em 1801 ainda se desconhecia em Angola o local da minas de onde os povos extraiam o cobre.
No entanto, os povos que fundiam o cobre guardaram este segredo durante anos, chegando ao ponto de deixar de fundir as cruzetas, dedicando maior interesse ao negócio do marfim.



Os Panos

Os “panos” foram outra mercadoria-moeda de larga circulação entre os povos locais. Sucederam praticamente ao “Zimbo”.
Consistiam os panos, na acepção da época, em pequenos pedaços de tecido, feitos á base das fibras da palmeira-bordão, e tinham geralmente a dimensão duma mabela.
Tinham os “panos” duas origens distintas: o Congo e o Luango, onde os contratadores iam adquiri-los, trazendo-os para Luanda, onde circulavam como mercadoria moeda.
Os do Luango chamavam-se “libongos” e dividiam-se em “bongos”, “sangos” e “infulas”, enquanto os do Congo, denominados “panos limpos”, se repartiam, consoante o tamanho, em “cundis” e “meios “cundis”. Corriam ambos em Luanda.
Tanto os panos do Congo – panos limpos – como os Luango – libongos – só, passavam a ter curso monetário após haverem sido marcados pelo Senado da Câmara, com a marca real “R”.
Com os “panos” comprava-se tudo, cobrava-se os impostos e remunerava-se a tropa.



Os Escravos

A sua utilização com funções monetárias encontrou fundamento no generalizado comércio de escravos, praticado, desde épocas muito remotas pelas mais diversas sociedades, que o encaravam como coisa natural e o haviam enraizado nos costumes da época. Os escravos não foram apenas instrumento de trabalho, acabaram também por servir de espécie monetária.



O Marfim

Sem nunca ter atingido a projecção de outros instrumentos de troca, o marfim teve, no entanto, a sua época como meio de pagamento. O volume e o valor das transacções desta mercadoria cedo despertaram a atenção dos poderes públicos coloniais.
Constituindo objecto de contrato privado da Fazenda Real, proibiu-se a sua exploração por entidades privadas. Terá sido em consequência deste contrato privado que o marfim começou a revestir o cunho de meio de pagamento, pois a Fazenda Real aceitava-o em pagamento de impostos e utilizava-o em transacções como se tratasse de dinheiro corrente.
Comercializado em abundância no interior, principalmente nos sertões de Benguela, o marfim ocupou, durante largos anos, lugar de relevo no quadro das exportações, chegando a constituir, juntamente com os escravos, a principal fonte de receita do comércio com o exterior.



Valores Pré-Monetários de Proveniência Exterior

O “Cauris”, concha branca de rara beleza, cuja designação tem sido aplicada com frequência por vários autores a outras conchas (nomeadamente ao Zimbo) que tiveram igualmente função monetária, é conhecido desde tempos pré-históricos e constituiu moeda corrente em vários continentes. Pescava-se em Zinzibar e Moçambique, na Ásia, na América e na Oceânia.
A sua generalização em Angola e no Congo teve lugar a partir do século XVI e foi consequência das relações comerciais dos mercadores portugueses, que, por via marítima, o importavam do Oriente.



As Contas

A partir do Séc. XVI começaram a invadir o sertão contas e missangas das mais variadas cores e feitios. Muito apreciadas pelos povos de Angola, acabaram por suplantar as conchas, em especial o “zimbo” e o “cauris”, tanto na sua função ornamental como na de moeda. As contas azuis, pequenas, chegaram mesmo a usurpar o nome ao próprio “Zimbo”.
Constituíam um índice de riqueza das mulheres, que se enfeitavam o mais possível com elas, dispondo-as pelos cabelos, nos colares nas tangas, de onde as retiravam quando necessitavam de fazer compras.
As mais divulgadas foram a “missangas grossa”, a “miúda” – também chamada “olho de rola”-, a “Maria II” – pequena conta, encarnada na face exterior e branca no interior, com cerca de três milímetros de diâmetro - , a “ Cassungo” – conta de bordado -, a “ almandrilha” – apipada ou riscada, de forma alongada e um centímetro de comprimento - , e outras de menor importância, como a “missanga leite” e a “missanga azul celeste”.
Ao contrario das “fazendas”, que eram aceites como moeda em toda a parte, as “missangas” exerciam essa função com carácter mais regional.
No Bailundo, por exemplo, circulava a “missanga preta”, que, no entanto, já não tinha “curso legal” no vizinho Bié
Na Lunda era muito apreciada a “missanga branca”, grande, o que não acontecia no Sul. Como excepção a esta regra, apenas se aponta a “Maria II”, que circulava praticamente em toda a África Austral.



As Fazendas

De entre as mercadorias inicialmente introduzidas em Angola algumas pela sua utilidade especial, tiveram intensa procura, por parte das populações locais. Daí resultou que, com o correr do tempo, se passasse a aferir o valor de qualquer outra mercadoria em função dessas autênticas mercadorias – moeda, geralmente denominadas “fazendas”.
As fazendas inicialmente mais correntes foram a “garrafa”, o “pano”, o “cortador”, a “peça” e a “espingarda”.



O Surgimento da Macuta

A cunhagem das moedas de cobre constava de peças de 1 macuta, ½ macuta, ¼ de Macuta e 5 réis, atribuindo-se à Macuta o valor de 50 réis.
Quanto à emissão de moedas de prata, constava de peças de 12, 10,8,6,4 e 2 macutas, sendo estas, de uma forma geral, semelhantes às de cobre.
Neste período viviam-se tempos particularmente difíceis na colónia, motivados pelo monopólio da moeda.

Em 1960 a situação económico/financeiro em Angola era de facto deplorável.

Havia pouco dinheiro, as receitas que entravam nos cofres públicos eram na sua maior parte constituídas por letras e títulos de divida.
Com o objectivo de fazer afluir metal sonante aos cofres, decidiram as autoridades coloniais suprimir a aceitação de letras, limitando os pagamentos apenas a dinheiro e aos irrecusáveis títulos de divida.
Mas esta medida também não surtiu efeito, extinta a moeda de cobre carimbada, assim como as cédulas de papel, passou toda a moeda circulante da colónia, a macuta ( moeda de cobre angolense), a exprimir-se pelo valor Real, moeda do reino português.

Até 1864, a actividade económica em Angola repousava essencialmente sobre os mecanismos do tradicional sistema de permutação de géneros.
Nesta permutação os meios mais correntes de pagamento eram as fazendas, o Zimbo, as pedras de sal da Kissama (que corriam em toda a parte) e os libongos.
A quantidade de capital circulante, já por si diminuta, em virtude da ausência de indústria, perdia-se nas mãos de meia dúzia de particulares, geralmente contratadores.
Não existiam instituições de crédito, e em virtude disso eram os particulares que, regra geral, prestavam serviços próprios dos bancos, cobrando pelos empréstimos juros ruinosos.
Porém, com a ampliação do comércio e a criação de indústrias em Angola a situação modifica-se.
De 1910 a 1962 lança o Estado colonial português no mercado a emissão “Vasco da Gama”, o “escudo”, as cédulas do Banco Nacional Ultramarino, as “ritas” e os “chamiços”, os “angolares” e por último, em 1953, o “escudo” como unidade monetária.



Finalmente o Kwanza

Depois de algum tempo chegou o tempo novo e com ele o Kwanza verdadeiramente a moeda de Angola.
Considerando que um dos atributos da soberania de um Estado Independente é a faculdade de emitir moeda; Considerando que, com a Lei n.º69/76, que criou o Banco Nacional de Angola, a República Popular de Angola ficou dotada da instituição que beneficia de exclusivo da emissão monetária; Considerando que já se encontravam satisfeitas as condições de ordem técnica para o lançamento de uma nova moeda; Nestes termos ao abrigo da alínea a) do artigo 38.º, da Lei Constitucional o Conselho da Revolução decretou a Lei da Moeda nacional. À 11 de Novembro de 1976 , em cumprimento do disposto nos artigos 8.º e 30.º da Lei Constitucional, é criada a unidade monetária nacional designada o Kwanza. O Kwanza tinha como fracção o LWEI correspondendo cada Kwanza a cem Lwei. O Kwanza era representado materialmente por notas e moedas metálicas. O Lwei era representado materialmente por moedas metálicas com valor facial de cinquenta LWEI-0.50. 8 de Janeiro de 1977 foi uma data fundamental o Kwanza entra em circulação.

---------


Moeda em vigor (http://www.bna.ao/30anos/artigo.aspx?c=3&a=7)

A Lei n.º 11/99, de 12 de Novembro, criou e deu curso legal à moeda nacional, o Kwanza, tendo a Lei n.º 12/99, de 12 de Novembro, autorizado o Banco Nacional de Angola a pôr em circulação as notas de Kz: 1,00; 5,00; 10,00; 50,00 e 100,00.

Entretanto no prosseguimento do processo de estabilização e dada a necessidade de prover a economia nacional dos meios de pagamento adequados à normal realização das transacções, visando a redução do seu custo;

O Banco Nacional de Angola, em conformidade com o estipulado pela Lei nº30/03 de 30 de Dezembro de 2003, lançou no dia 19 de Julho de 2004 as notas de maior valor facial de 200, 500 e 1000kz.


Das Características e Elementos Comuns das Notas

O papel em que as notas são impressas tem incorporado uma marca de água fixa ou filigrama exclusiva para o Banco Nacional de Angola, representando a figura do Pensador, símbolo da cultura nacional.

As notas têm as seguintes cores predominantes segundo o seu valor facial:

a) Kz: 200,00: lilás;
b) Kz: 500,00: laranja;
c) Kz: 1000,00: rosa;


Na face das notas, o motivo principal representa duas efígies ligeiramente sobrepostas em dois planos, respectivamente a do Fundador da Nação, Doutor António Agostinho Neto e a do Presidente da República, José Eduardo dos Santos.


Na face das efígies está a inscrição “ A Vitória é Certa”, ladeada dos nomes “ José Eduardo dos Santos” e “ António Agostinho Neto” e ornamentada com folhas.


Numeração tipográfica é constituída por um elemento alfanumérico, impresso a preto com duas letras e sete dígitos com a seguinte disposição:

a) numeração no ângulo superior esquerdo com 3mm de altura;
b) numeração no ângulo inferior direito com 3,25mm de altura.


O elemento alfanumérico, a que se refere o número anterior, está colocado na horizontal na face das notas, figurando duas vezes, no lado superior esquerdo e inferior direito da faixa de ornamentos horizontal, que representa uma mabela, motivo da cultura nacional.


Na face das notas, centrada na parte da faixa de ornamentos figura a data de Novembro de 2003 e por baixo desta duas assinaturas legendadas com os dizeres à esquerda Governador e à direita Vice-Governador.


Na face das notas figura ainda a designação Banco Nacional de Angola, situada à direita da parte superior da faixa de ornamentos horizontal.


O fundo das notas tem uma cercadura que limita a faixa de ornamentos horizontal.


A insígnia da República de Angola está colocada no canto Inferior esquerdo do verso das notas.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Suco da Tia - Saudades da “voadinha”

Agora em Luanda, são exatamente 16:30 h, justamente a hora em que em Recife, quando trabalhava na MV, íamos tomar um suco na tia. Procurávamos sempre ir o mais rápido possível, para voltar para o trabalho, e nem todo dia dava para ir, mas com certeza, quando acontecia, era a melhor parte do dia. Ir na “Tia” é tão bom que mesmo quando sai da MV e fui para o TRF, quando podia, na sexta-feira que saíamos mais cedo, passava lá para rever os amigos.


Podia ir qualquer pessoa, contudo a reunião só estava completa quando comparecia o trio ternura. O trio ternura era formado pelos seguintes integrantes.

- Cabeleira (Eu - Chimbinha)
- Alicate (Raphael – PH, cabeça de coxinha)
- Marreco (Carlos Alberto Wanderlei – Caruaru, Malaça, Venta, etc...)


Como sinto saudades desses dois, a companhia deles era fenomenal. Sempre tinha uma fofoca para contar, Caruaru é bom nisso. Tinha ainda a risada estafúrdia de PH, aquela figura.


Lembro de muitos causos que se passaram por lá. Foi lá por exemplo que PH me falou que ira me apresentar minha última namorada, Lívia. Ainda lembro dele dizendo:
- Chimbinha, tenho uma boisinha massa para te apresentar. Sempre quis que vocês se conhecem mas nunca houve a oportunidade.
Hoje digo, valeu PH, grande mulher essa sua amiga, tive o prazer de conviver e conhecer a maravilhosa pessoa que é Lívia.

Outra situação que sempre acontecia era Caruaru roubando o suco, colocando mais para ele, brigando por um pouquinho a mais. Foi lá, também, que surgiu o apelido de asterisco e ponto de referência.

Amo esses dois, estou com muitas saudades deles. Quando chegar ao Brasil uma das primeiras coisas que quero fazer é: Marcar um suco na tia.

O pedido – Casamento à Angolana

Ontem foi mais um dia de descobertas, na verdade todo dia vejo e aprendo algo novo. Ontem também, em mais outras 2:30 h de engarrafamento, aprendi sobre o casamento Angolano com o nosso motorista, Abraão.
O casamento nesse país é bem diferente do nosso. Primeiro não tem noivado, segundo não tem casamento, pelo fato da cultura aqui não ser de origem cristã. Aqui funciona da seguinte forma: O rapaz vai a casa do sogro e faz um “Pedido”.
O pedido consiste em solicitar a filha ao sogro e a partir da liberação do sogro o rapaz pode levar a moça para casa. Só isso? Na verdade agora vem a parte ruim. O sogro no momento do pedido faz uma lista de coisas que ele deve receber do genro por estar cedendo a filha, uma espécie de “dote”. O dote pode variar de “pedido” para “pedido”, no caso do nosso motorista foi composto por:

U$ 200,00 (duzentos do dólares)
7 caixas de cerveja
7 caixas de refrigerante
1 garrafão de vinho de 5 litros
1 garrafa de champanhe
1 roupa completa para o sogro (terno)
1 sapato para o sogro
1 roupa para a sogra
1 sapato para a sogra2

Toda essa lista não tem por finalidade realizar a festa não, é pelo fato do sogro ter criado a filha e agora ele quer aproveitar do investimento dele. Quando tem festa é outra coisa, e nesse caso, diferente do Brasil onde o sogro paga a festa, aqui também é o pobre do genro que paga a festa.
Agora fico imaginando no Brasil esse tipo de cultura, se já está difícil para os rapazes casarem com o sogro pagando a festa, imagine aqui que o rapaz, literalmente, tem que pagar para casar. Meninas agradeçam por não terem nascido aqui. Posted by Picasa

quarta-feira, outubro 18, 2006

O transito e as Candongas

Imagine a cena: uma cidade de 3 milhões de habitantes, com carros, sem transporte público de massa como metro, sem ônibus, sem táxi e com um monte de gente no meio da rua. Se nesse cenário você acha que não dá para ficar pior, imagine tudo isso sem nenhum sinal de trânsito. Nenhum é exagero, eu devo ter visto, literalmente, uns dez, só isso. Há mais um detalhe, quase não há guarda de trânsito, mão e contra mão, local que seja proibido estacionar. A palavra para definir isso tudo é, CAOS.


Seguindo a máxima que, nada está tão ruim que não possa piorar, chegam nessa mistura as Candongas. Candongas é jeito como a população em Angola, que não tem carro, se locomove. Traduzindo para o bom português brasileiro, são as lotações, vans, peruas, bestas, ou o que mais você venha a chamar ai no Brasil.




Pude constatar aqui em Luanda que motorista de lotação é ruim de volante em qualquer lugar da terra. Eles, como as regras de trânsito não são seguidas, fazem o que querem, desde fechar os carros, parar em fila dupla, até a dar pequenas batida. Esse tipo de transporte aqui é sempre igual, o veículo, são brancas e azuis. É difícil encontrar um tipo de automóvel para esse fim que não seja desse modelo.


Os engarrafamentos existem a qualquer hora do dia ou da noite, sendo final de semana ou não. Houve um dia em que sai do trabalho, que fica a quinze quilômetros de onde moro, e demorei incríveis duas horas e quarenta minutos para chegar. Esse negócio de engarrafamento é um saco. Posted by Picasa

terça-feira, outubro 17, 2006

População

Angola tem cerca de 12 milhões de habitantes distribuídos principalmente pela orla costeira e planalto central ocidental (região de Huambo). A densidade populacional é de 11,2 habitantes por quilómetro quadrado.














A população é composta de várias etnias, a maior parte das quais descendentes dos povos Bantus, sendo os mais importantes os ovibundus, grupo com maior expressão, os quimbundus e bakongos, com uma diversidade que compõem o país de uma comunidade cultural muito rica. Além destes, encontra-se ainda os bosquiamanos no sudoeste do território, assim como mestiços e brancos em todo território.

A língua oficial é o português e existem mais de 42 línguas, sendo as mais faladas, consideras línguas nacionais: o Umbundo, o Quimbundo (ou Kimbundu) eo Quicongo (ou Kicongo) Posted by Picasa

A guerra

Ainda há marcas da guerra, seJa em alguns militares que ainda circulam pelas ruas, seja pelos velhos canhões e tanques que é possível se ver ao passear pelo interior. Há também algumas pessoas mutiladas, sem uma perna por exemplo, mas isso é muito pouco.
Os piores resquícios de guerra são com certeza as marcas do país maravilhoso que este já podia ser. Existe ainda uma certa censura, tipo, a forma como os militares são tratados e forma como o povo tem medo de falar do governo.


Entretanto, uma característica da guerra que está arraigada na cultura popular, vai demorar muitos anos para ser superada ou digamos assim, evoluída, melhorada. Quando os tempos de combate eram correntes, o pensamento do povo concentrava-se em conseguir chegar no dia seguinte. Com isso as pessoas no ambiente de trabalho não se preocupam com os outros, estão querendo apenas fazer o seu, sem se preocupar com a coletividade, sem haver empatia. No hospital onde trabalhamos e no instituto onde estou, há sempre exemplos de situações de falta de diálogo e cooperação. O pensamento é sempre, o meu primeiro e o resto é o resto.


Apesar da situação colocada, o povo de Angola é um povo bom, receptivo e simpático. As pessoas lhe cumprimentam e são educadas. Os nossos dois países se parecem nesse ponto, aqui é uma nação acolhedora.


Esse ainda, com certeza, será um grande e
maravilhoso país.  Posted by Picasa

segunda-feira, outubro 16, 2006

Meus Kambas (Amigos no dialeto local) - Mais fotos do aniversário

Meu "kamba" Sergio que me ajudou bastante no almoço (camisa branca), primeiro ajudante. Iva, o segundo ajudante, mas um Brasileiro perdido aqui.



Meu "kamba" Rodrigo, primeiro pedaço.

Festa de aniversário


A mesma distância que machuca também aproxima. Hoje comemoramos ou meu aniversário. Como gosto de cozinhar, chamei a todos para um almoço aqui em casa. Meu amigo Sérgio, que mora comigo, e Iva, outro paulista que este aqui em Luanda também, me deram a maior força para preparar tudo. Uma bela macorronada foi feita, ainda bem que todos gostaram. Para fechar fiz um bolo de chocolate que todos repetiram. Pelo jeito a festa foi um sucesso, afinal alegria de cozinheiro é quando não sobra nada na panela.


A distância do Brasil faz com que pessoas que normalmente apenas se cumprimentariam, se tornem amigas. Uso com exemplo amigos com idades bem distintas. Fiz amizade com um cara que trabalha comigo, Eduardo. É uma pessoa “arretada” e de cara simpatizei com ele, também gosta de cozinhar e inclusive já foi dono de restaurante. Digo que somos distintos pois existem uma certa diferença de idade, mas isso realmente é o de menos. Talvez seja a falta de muitas opções, acho que seja só o pretexto inicial, mas com certeza a medida que se conhece, vê-se que é apenas a boa amizade.


Sábado, demos uma saída, um lugar chamado “Chill Out”. Gostei muito do ambiente, realmente muito bem feito. Um monte de tendas, uns sofás de couro muito branco de madeira. Um bar bem transado e a melhor parte do lugar, na beira mar. Com isso a boate é aberta para a praia e dá para ficar vendo as ondas e a areia. Mais umas tochas aqui, um bar na areia e está pronto um lugar muito bonito.


Uma coisa que chama atenção aqui é a roupa das Angolanas. Elas estariam muito bem vestidas para um baile funk. Roupas muito decotadas, bem curtas, chegando a ser até engraçado, mas costumem são costumes. Outro problema, tem muito mais estrangeiro homem que mulher, assim o bar quase não tem meninas, estrangeiras então, muito poucas e as que tem, sempre estão acompanhadas dos amigos ou namorados, assim, azaração nem pensar. O jeito é tomar uma com meu amigo Sérgio que por sinal tem sido uma ótima descoberta para mim, grande cara.

Shopping Samba


Comprei um mapa de Luanda, quero saber como faço para andar aqui, principalmente quando estiver de carro. O trânsito é caótico e a falta de sinais causa um engarrafamento constante que não dá para explicar. Mas com certeza uma das coisas que mais chama atenção dos visitantes é um tipo de comércio popular de rua.


Quando passamos pelo bairro do Samba para ir para o trabalho, todos os dias nos deparamos com pessoas vendendo de tudo na rua, entre os carros. Como a velocidade é bem baixa, devido aos engarrafamentos, os vendedores trafegam por entre os carros na maior tranquilidade.


Vende-se de tudo, desde electrodomésticos, roupas, sapatos, utensílios para casa, comida, varal, pente, artigos importados, artigos falsificados, canetas e tudo mais o que você possa imaginar. Os vendedores fazem de tudo para você negociar e caso você peça para ver um produto e não compre, pode ter certeza, acabou de arranjar uma companhia para o caminho. Coloco como uma companhia pois o vendedor vai ficar ao lado da sua janela insistindo para você comprar por muitos metros. Como o trânsito não anda, ele fica tentando te convencer a fazer negócio. A forma que eles procuram negociar aqui é sempre a mesma, pergunta-se o preço e todos eles, sem exceção, vão lhe dar um valor bem acima do que eles realmente podem vender. Caso declare que não quer ou comece a pechinchar, o preço vai caindo. Já cheguei a comprar produtos por até um terço do preço inicial e tenho certeza que se tivesse insistido mais teria comprado ainda mais barato. Mas o que desejo não é ter vantagem na negociação e sim chegar ao preço que acho justo. A negociação deve ser boa para os dois lados e negociar em Angola é no mínimo uma distração.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Mais fotos da maravilhosa Luanda






Posted by Picasa

Um país de grandes investimentos

Estou a cada dia mais impressionado com Angola, positivamente. Cheguei pensando encontrar um país totalmente destruído onde tudo era difícil e tudo faltava. A realidade é que Angola está longe disso, é bem verdade que tudo o que falo agora não está disponível para toda população, mas com dinheiro, se viver até melhor que no Brasil. A melhoria é tão rápida que uma pessoa que esteve no país a apenas seis meses vai notar de imediato as mudanças, positivas.

Os carros são em sua grande maioria de luxo. O que se vê pela rua são Cherokees, Toyotas de todos os tipos (principalmente os melhores modelos), Mercedes, Audi, BMW, Opel, e assim por diante. É difícil de ver no centro da cidade, em meio a todos esses carrões, carros pequenos como Corsa, Gol e 206, mesmo assim quando são vistos são os melhores da linha, completos em todos os seus opcionais. Os carros de luxo pelo que tenho visto correspondem a mais da metade da frota. A outra metade é composta por vans, alguns poucos carros pequenos e muitos carros de luxo sucateados.

Muitos dos produtos aqui são baratos. Ontem comprei um garrafa de Jonny Walker Red por aproximadamente U$ 12,00 (doze dolares). Uma garrafa de Chivas ou um Jonny Black sai por uns U$ 22,00, valores muito baixos isso porque aqui se ganha muito bem. Para se ter uma ideia de comparação de preço, um pacote de pão de caixa fica em torno de U$ 1,50 – U$ 2,00, um almoço simples na rua fica entre U$ 15,00 e U$ 25,00.

Hoje fiz um jantar muito bom, a receita vai abaixo. Cheguei em casa por volta das 19:30 h e passei por uma loja de conveniência, onde os preços são mais caros, no pilotis do meu prédio. Lá comprei uma garrafa de vinho Surise, muito bom por sinal. O vinho saiu por U$ 8,00 mais ou menos, considerando tudo mais, astante barato.

Realmente não há do que reclamar até agora. Estou feliz, vendo a cada dia o resultado do meu trabalho, sendo bem pago e dando resultados. Amigos, aqui vivemos como reis.



















Receita : Molho Rubro do Sply

Ingredientes:
5 fatias de presunto magro
10 a 15 champpions
1 xícara de polpa de tomate
1 cálice de vinho tinto
1 colher de manteiga ou azeite


Preparo:Corte em pedaços bem pequenos o presunto, mais ou menos 2 cm por 2 cm. Corte em fatias o champpion. Em uma frigideira utilize a manteiga ou o azeite para refogar o presunto, em fogo médio. Após o uns 7 mim de do presunto no fogo, quando boa parte da água do presunto já saiu, adicione o camppion cortado. Refogue por mais uns 5 mim. Em seguida coloque o cálice de vinho tinto e espero secar um pouco. Antes de estar totalmente seco coloque a polpa de tomate. Mexa bem e espero o preparo ficar bem quente. Posted by Picasa

quarta-feira, outubro 11, 2006

Para quem gosta de chá, tome um chá de cadeira


Posso dizer que passei literalmente o dia viajando. Há duas formas de se chegar a Luanda a partir de Recife. Ou se faz Recife – Rio – Luanda, esse é um vôo direto e mais rápido, ou se faz Recife – Lisboa – Luanda. O vôo direto pelo Rio é pela Taag – linhas aéreas de Angola, http://www.taag.com.br/, e o tempo no ar são de aproximadamente 7 horas. O avião que vim é muito bom, um 747-312, bastante grande inclusive com dois andares. Só para constar o preço aproximado da passagem de ida e volta RIO – LUANDA – RIO é de aproximadamente U$ 1.500,00.

Sobre o tempo de viagem, acordei em Recife as 8:00 h da manhã e meu vôo pela Gol, http://www.voegol.com.br/, estava marcada para as 9:30 h. Logo na saída houve um atraso de aproximadamente 1:30 h, ou seja, saí de Recife as 11:00 h. Estava programando um escala em Salvador e por volta das 15:30 h havia chegado no Rio.

Ao chegar no Galeão me dirigi para o balcão da Taag para fazer o check-in. O atendimento deveria ter começado as 14:00 h, contudo, mais um atraso, somente chegaram os funcionários as 16:30 h. Agora é que vem o drama. A saída da aeronave estava programada para as 20:00 h, houve um pequeno atraso e eu só saí do Rio as 2:00 h da manhã. Ai é que eu vi o que é “Chá de cadeira”, então para quem gosta de chá, está bem servido.

Durante a viagem inteira não consegui dormir, dei umas cochiladas de 20 mim, mas nada mais do que isso. Cheguei a Angola por volta das 9:00 h da manhã do Brasil e em Angola já eram 13:00 h. Só para colocar Luanda tem um fuso com diferença de mais 4 horas em relação a Recife. Hora da saída do avião, pegar bagagens, passar pela alfândega e tudo isso, somente saí do aeroporto por volta das 14:30 h, horário de Luanda. Fui direto para o escritório conversar com meu chefe e depois de uma reunião ele me aconselhou a continuar acordado, para que eu não acordasse no meio da noite. Resultado, saí do escritório as 17:00 h e fui para casa.

Chegando em casa conheci meu amigo que vai dividir o apartamento comigo, Sérgio. Como tinha que ficar acordado, fui arrumar a mala, mas antes tinha que tomar um banho, afinal eu estava imundo. Advinha, estava faltando água. Mais tempo, um pouco mais de espera e eu simplesmente desmaiei por volta das 22:00 h daqui.
Resultado da viagem, passei por volta de 34 h acordado. Quer saber o melhor, estou feliz da vida.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Pessoas são insubstituíveis

Assisti esses dias a um filme com Deni Devito em que seu personagem falava no filme, “Gosto mais do jogo do que dos jogadores”. Identifiquei-me com esse pensamento, acho que geralmente ajo dessa forma. O importante é manter a ética e ser bom caráter e leal, principalmente ser honesto.


Existem momentos, porém, em que pessoas são mais importantes. Muitos momentos por sinal. Um dos meus pontos fortes são as relações de amizade e profissionais que fiz durante a vida. Impossível seria desprezar isso, pessoas por motivos diferentes são insubstituíveis para mim.


A minha distância da cidade natal, não vejo como um adeus a meus queridos amigos, quero a todos muito bem e mesmo com a distância continuarei a pensar neles. Vou sim, em busca de novos amigos e de novas conquistas.

Hoje, infelizmente, um adeus foi inevitável. Fui cortar o meu cabelo com o meu velho amigo Alex e o salão estava fechado. Alex foi meu cabeleireiro por mais de 15 anos e como eu gosto desse cara. Quando cheguei para aquelas gostosas conversas com ele, hoje, descobri que um ACV o havia ocorrido. Inexplicável é a minha tristeza ao falar desse meu grande amigo de tantos anos. Sequer vou poder me despedir dele, pois além de estar sem celular, agora a sua mãe é quem cuida dele em Caruaru.

O salão de Alex ficava em Setúbal, no primeiro andar de uma galeria que fica de frente a um colégio. Ele tem muitos amigos e caso algum encontre com ele e leia esse blog, diga que mando um abraço grande e que sinto muitas saudades dele. A meu grande amigo Alex desejo que se recupere, e que em breve, numa dessas minhas voltas a Recife, possamos jogar conversa fora enquanto ele corta meu cabelo. Um forte abraço meu amigo e espero vê-lo em breve.