quinta-feira, novembro 08, 2007

Dundo – Lunda Norte - Curiosidades

A cidade do Dundo apesar de muito pitoresca (não sei porque coloquei essa palavra, mas falando em voz alta parece até meio ridículo, quer ver? Fale ai PITORESCO KKKK), ainda precisa melhorar a infra-estrutura. Fomos ao que indicaram ser o melhor restaurante da cidade. Esse era muito simples e a garçonete muito simpática. Fico sensibilizado, pois em lugares como esse as pessoas oferecem o que tem de melhor, valorizo muito isso. Por conta disso que afirmo que apesar de simples adorei cada momento que estive nessa cidade.

Como a intenção é falar das curiosidades, lá vai. Nesse restaurante os pratos do primeiro dia eram dois, ou fungi ou mão de vaca, só. Apesar do cardápio não ser enorme comi com muito gosto a mão de vaca. O importante nesses lugares é não ter frescura, caso contrário ta lixado (lixado = lascado, ferrado, ...).

Almoço no melhor restaurante da cidade


Vamos às acomodações. O melhor e único hotel da cidade, que por uma questão de preciosismo não vou colocar o nome, tem um dono que é mais grosso que papel de enrolar prego. A criatura contamina o ambiente e por conta disso os serviços no hotel são bem ruins. É preciso colocar que a diária nesse hotel é de 130 dólares. Tem hora para apagar a luz, falta água o tempo todo, sem serviço de quarto e as baratas fazem parte do pacote. Por conta desses pequenos problemas (fala sério) fiquei em uma pousada.

Na pousada fui muito bem recebido pela dona que com aquela simpatia de interior foi me mostrar as acomodações. O preço, uma pechincha, 100 dólares sem café da manhã. Eu já sabia que estava ferrado antes mesmo de entrar no quarto, mas vamos lá. O quarto duas camas, estava até limpo. A porta não fechava muito bem em baixo e deixava passar alguns mosquitos, se não fosse a malária estava tudo certo. Então fui ao banheiro... Ai ai, deixa eu descrever... O banheiro era grande e sujo, como se diz em Recife, teia de aranha era bóia (quando uma coisa é “boia” é porque tem muito), escuro e sem luz. Uma pequena janela estava aberta e tinha tanto mosquito que desejei ter um sapo de estimação. A pior parte, além do chão sujo e o vaso sem tampa, não tinha chuveiro. No recinto apenas uma banheira suja com uma torneira para tudo, banho, escovar os dentes, barba,.. Vamos lá, só tem tu vai tu mesmo, fico com esse. Foi então que a senhora me falou do pequeno problema: - “Meu filho só tem ponto, estamos com poucas vagas e você vai ter que dividir o quarto com outra pessoa”. Nessa hora eu não agüentei, ai já é demais, sei lá quem é esse cara... Só pensava no cara roncando no meu ouvido a noite, sem falar em todos os outros inconvenientes. Respondi: - “Nem a pau juvenal”. Na verdade não respondi assim não, mas a historia ficaria melhor contando dessa forma. Disse que não, foi então que ela ia ver o que podia fazer.

Pousada - Reparem no detalhe da porta e da janela que falo no post


Passados alguns minutos ela falou que havia outro quarto. Esse era melhor e com ar-condicionado e tudo, até que gostei e sem mosquitos. O banheiro tinha chuveiro, frio, mas estava muito melhor que o outro. Agora os problemas... O forro de cama não foi trocado, tenho certeza que dormi na poeira deixada pelo último hospede que por sinal teve suas coisas retiradas enquanto eu entrava no quarto. Nada de toalha e eu esqueci de trazer a minha, resultado, fiquei três dias me enxugando com uma camisa. No terceiro dia essa camisa estava com um cheiro, que nem eu estava agüentando. O banheiro não tinha luz e como a janela estava fechada por conta dos mosquitos eu não via nada. Em um dos banhos o sabonete caiu, rapaz que trabalho que deu par achar. Fiquei tateando com o pé e rodando feito uma barata tonta, até lembrei das brincadeiras de criança de gato mia. Estou pensando seriamente em instalar um bip no sabonete para achar mais fácil ou ainda uma luz de emergência no estilo daquelas da tropa de elite.

Por falar em tropa de elite, vou trazer o capitão Nascimento para o Dundo, tenho certeza que ele só vai realizar os treinamentos aqui, afinal, quando a pessoa chega, a placa de boas vindas deveria ter a seguinte frase: “01, pede pra sair!!!”

Tirei uma foto do meu amigo da pousada. Detalhe essa luminária tem uns 35 centímetros de diâmetro. A parti de hoje batizo ele de “Aspira”.

Aspira - Meu amigo da pousada


Fui ao maior supermercado da cidade, que fica bem ao lado do obelisco e do banco. Lá só encontrei latas, suco, água e bolacha Maria. Como na pousada não havia café da manhã e muito menos jantar, foram três dias de café da manhã e jantar a base de bolacha Maria e suco de maça. Chupa essa manga!!!

No final da viagem me levaram para conhecer o zoo da cidade. O passeio foi ótimo e pela primeira vez pude ver alguns bichos diferentes na África. Dá para acreditar que ainda hoje me perguntam no Brasil se tem leão no meio da rua em Luanda? Sem noção.

Jacarés


Águias


Macaco


Para arrematar na porta do aeroporto encontrei algo realmente curioso. São vendidas, como um tipo de petisco, larvas assadas. Isso mesmo, larvas, elas são tiradas das inúmeras árvores da cidade, assadas e consumidas como tira gosto. Arrependi-me de não ter provado!

Comércio na porta do aeroporto


Insetos como tira gosto - Vai encarar?


Obrigado pela hospitalidade Dundo!

quarta-feira, novembro 07, 2007

Dundo – A cidade das mangueiras

Província de Lunda Norte


Viagem a província de Lunda Norte ao município de Dundo. A viagem foi bem tranqüila se desconsiderar-mos as 2 horas de atraso no aeroporto. É como dizem: Tirando o que está ruim, o resto está bom.

Não sei bem o porque, mas desde que pisei no aeroporto as 5:30 h que só penso em queda de avião. Fiquei tempo todo tentando me concentrar em outra coisa, mas nada. Comecei a me preocupar afinal eu nunca me vem a cabeça isso, muito menos tenho medo de avião. Quando vi a aeronave que iríamos viajar foi que o medo bateu. A fuselagem era toda em metal, sem pinturas, com uma cara de ferro-velho. Pintada apenas, na parte superior, estava escrito “A serviço da TAAG transportes aéreos Angolanos”.

Avião da TAAG com escada na traseira


Outra novidade, não foi necessária escada para subir no avião, por trás da calda baixava uma escada. Eu nunca havia viajado em uma aeronave assim. O que não tem solução, solucionada está, um olhar no futuro e pé na estrada.

Na chegada outra surpresa, paramos no meio da pista e descemos pela mesma escada da calda. Fomos desembarcados a espera das bagagens em um galpão ou seria um armazém. Alguns entulhos pelo local e todos os passageiros se amontoam de pé a espera da bagagem. Demora muito, uns 30 mim, mas chega a nossa bagagem. Todas as malas foram colocadas na caçamba de uma camionete. Depois de entrar no armazém o motorista desligou o carro e cada um que pegue a sua mala. Na saída do galpão, novamente uma revista no meu passaporte e no visto.

Aeroporto do Dundo


A primeira impressão do Dundo são as mangueiras, elas estão por toda parte da cidade. Dos dois lados pista só se vem as imensas árvores, todas enfileiradas. Realmente muito bonito. A cidade é muito verde e parece um grande condomínio de luxo fechado, pois nenhuma das casas tem muro. Os jardins são bem cuidados e há grama por todo lugar, eu disse grama e não mato.

Mangueiras enfileiradas por toda cidade


A cidade parece um grande condomínio fechado


As arvores estão carregadas e ao chegar na pousada, no final da tarde, sai para dar uma volta a pé. Muitas pessoas comem mangas com as mãos, mais a frente, no que seria uma grande praça apenas com gramado e algumas arvores, está acontecendo uma animada partida de futebol.

Pousada


Continuo caminhando e vejo uma agencia bancária e um supermercado. No centro do dois uma rotunda com um grande obelisco. Os jardins da cidade me encantam e nesse obelisco tudo está bem tratado ou em reforma.

Banco da cidade


Obelisco do Dundo


As ruas estão molhadas, choveu muito pela manhã, a caminhada tem um cheiro molhado de terra. Sinto-me caminhando em uma cidade de filme americano, tipo Small Vile.

Apensar da guerra se vê todo cuidado que a população tem com a sua querida e distante cidade. Ainda há muito mais o que conhecer no Dundo.


A cidade é muito verde e a manhã chuvosa deixa um cheiro gostoso de terra molhada

quarta-feira, agosto 15, 2007

Angola país com menor expectativa de vida segundo universidade de Washington

Questiono o resultado essa pesquisa. Angola que se encontra no período pós-guerra deve ter sido influenciada por dados anteriores 2002.

Diferente do que diz a matéria sobre os investimentos em saúde nos EUA, em Angola os investimentos em saúde são exemplares. O governo investe fortemente nos hospitais, reformas, modernização e melhoria de processos. Além disso, o que se vê são campanhas focadas no bem estar da população, como a contra a AIDS, e que são realizadas com grande esforço pelo governo.

Sobre o programa Angolano de luta contra a AIDS, posso falar com firmeza por conhecer bem, é elogiável e muito bom. A motivação e engajamento de todos que fazem esse programa tem que ser destacada. O INLS (Instituto Nacional de Luta contra a SIDA – www.angolainls.org) tem se destacado e investido pesado no combate a essa doença.

Tenho certeza que nas próximas pesquisas Angola vai subir consideravelmente de posição. Por enquanto, infelizmente, amarga a última posição.
Angola na cauda de estudo sobre esperança de vida Lusa
http://www.angonoticias.com/full_headlines.php?id=16051

Angola é um dos países com menor esperança de vida no Mundo. Segundo o estudo do Instituto de Mediação e Avaliação da Saúde da Universidade de Washington, (EUA), Andorra, com 83,5 anos, Japão, Macau, Singapura e a República de São Marino lideram a lista dos países e territórios com maior esperança média de vida. Os Estados Unidos surgem em 42º lugar, posição que leva o responsável científico pelo estudo, Christopher Murray, a afirmar que «alguma coisa está errada quando um dos países mais ricos do mundo, um dos que mais investe nos cuidados de saúde, não consegue acompanhar outros países menos desenvolvidos.

A esperança média de vida também está relacionada com as taxas de mortalidade infantil e nos Estados Unidos, em cada mil nascimentos registam-se 6,8 mortes e entre os afro-americanos, a taxa sobre para 13,7, valor idêntico ao da Arábia Saudita. Os países com valores mais baixos no índice de esperança média de vida estão localizados na África sub-sahariana, regiões mais afectadas pelo vírus HIV/SIDA, pandemias e conflitos armadas.

De acordo com o estudo Suazilândia, com 34,1 anos, Zâmbia, Angola, Libéria e Zimbabué são os países com menor esperança média de vida.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Morre Álvaro Holden Roberto – Último dos três

Morre aos 83 anos Holdem Roberto em 02 de agosto de 2007. Holdem foi o fundador de um dos três principais movimentos de libertação Angolano – FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola). Juntamente com Agostinho Neto (MPLA) e Jonas Savimbi (UNITA) esses três notáveis ajudaram a terminar a colonização Portuguesa sobre esse país.

Pode-se dizer que o seu falecimento encerra um ciclo e coloca na memória do povo Angolano mais um ícone. Honrar e construir um grande país é a obrigação do legado para as gerações futuras.


Holdem Roberto


Faleceu líder histórico da FNLA
Angop
http://www.angonoticias.com/full_headlines.php?id=15874%3Cb

O presidente da FNLA, Álvaro Holden Roberto, faleceu ao princípio da noite de hoje, quinta-feira, aos 83 anos, na sua residência, em Luanda, indica uma declaração do Bureau Político deste partido.

Holden Roberto foi um nacionalista angolano durante a guerra colonial portuguesa, que culminou com a proclamação da independência do país, em 11 de Novembro de 1975.

Nascido em 1924, Holden Roberto criou, em 1962, a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) ,da qual se tornou presidente até a data da sua morte.

Foi igualmente membro do Conselho da República, órgão de consulta do Chefe de Estado.


Reservamos em exclusivo o espaço de comentário para mensagens de condolências. Não aceitaremos qualquer outro tipo de mensagem por está via. Administração AngoNotícias

UPNA - União dos Povos do Norte de Angola


Holden Roberto
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Holden_Roberto

Holden Roberto (São Salvador, 12 de janeiro de 1923 — Luanda, 2 de Agosto de 2007) foi um dirigente nacionalista angolano durante a Guerra Colonial portuguesa. Iniciou a sua actividade política em 1954 com a fundação da União dos Povos do Norte de Angola (UPNA), mais tarde designada UPA. Assina em 1960 um acordo com o MPLA que não iria cumprir, para assumir sozinho a liderança na luta contra o colonialismo português.

Em 1962 criou a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), da qual se tornou presidente. Seria esta organização que viria a constituir o Governo Revolucionário de Angola no Exílio (GRAE), em que Jonas Savimbi surge como ministro dos Negócios Estrangeiros.

FNLA - Frente Nacional de Libertação de Angola


Frente Nacional de Libertação de Angola
http://pt.wikipedia.org/wiki/Frente_Nacional_de_Liberta%C3%A7%C3%A3o_de_Angola

Este artigo faz parte da série:
Politica e governo de
Angola

* Presidente
o José Eduardo dos Santos
* Primeiro-Ministro
o Fernando dos Santos
* Governo
* Assembleia Nacional
* Partidos políticos
o MPLA - UNITA - PLD - FNLA
* Eleições:
o Legislativa de 2008
o Presidencial de 2009
* Províncias
* Guerra civil
* Política externa

Portal de Política

A Frente Nacional de Libertação de Angola é um movimento político de Angola. Foi fundada em 1957 com o nome de União das Populações do Norte de Angola.

O FNLA foi um dos grandes movimentos nacionalistas durante a Guerra do Ultramar, juntamente com o MPLA e a UNITA.

[editar] Na Guerra Colonial Portuguesa

Ver artigos principais: Guerra Colonial Portuguesa, Guerra da Libertação de Angola.

Antiga bandeira da FNLA, do tempo da independência de Angola.
Antiga bandeira da FNLA, do tempo da independência de Angola.

A União dos Povos de Angola (ou apenas UPA), anteriormente designada de União dos Povos do Norte de Angola (UPNA), foi a designação dada a um dos movimentos de libertação da província ultramarina portuguesa de Angola sob o regime português desde 1484. Este movimento de libertação iniciou a sua luta armada na região do norte de Angola em 15 de Março de 1961, nomeadamente no concelho do Uíge estendendo-se mais tarde para o sul, até a actual província do Bengo.
Emblema da UPA.
Emblema da UPA.

A sua primeira manifestação neste sentido consistiu num ataque às fazendas de café, não poupando nada nem ninguém incluindo os trabalhadores africanos. Este movimento, alegadamente regionalista e racista, criticado a nível interno e externo, estaria na base da alteração da designação da UPA deixando cair o N.

Mais tarde, voltaria a ser rebaptizada para Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA).

A UPNA - UPA - FNLA teve como retaguarda de luta o ex-Congo Belga, actual República Democrática do Congo, a seu tempo liderada pelo falecido General Mobuto Sesse seku Uasabanda que deu o seu incondicional apoio ao movimento desde o início da luta armada em 1961. Boas relações foram mantidas ao longo dos anos entre o presidente Mobutu e o carismático lider da UPA/FNLA, Holden Roberto que, com mais de oitenta anos, e ainda líder do agora partido FNLA, vive em Luanda e propôs-se recandidatar à sua própria sucessão no Congresso que teve lugar no mês de Dezembro de 2005.

O movimento que conheceu o seu maior enfraquecimento nos anos oitenta, pela deserção dos seus principais dirigentes, tendo alguns deles regressado ao país e incorporados no partido que está no poder em Angola, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), liderado por José Eduardo dos Santos, Presidente da República, mormente o falecido Jony Pinoc Eduardo, Paulo Tuba, Hendrique Vaal Neto e outros que chegaram a ser ministros no Governo de Reconciliação Nacional, e ainda a fixação de residência em Paris até 1992, altura em que tiveram lugar em Angola as primeiras eleições gerais.

O afastamento de Holden Roberto que se fixou em Paris durante muitos anos levou a fissura do partido em duas alas sendo um delas a liderada pelo sociólogo Lucas Ngonga. A aproximação das segundas eleições gerais em Angola levou a que as duas alas negociassem o reencontro que culminaria no próximo congresso marcado para o mês de Dezembro de 2005 onde seria debatida a questão da liderança.

Para além de ser um dos três partidos históricos na luta de libertação nacional a FNLA é o terceiro partido mais votado com assento no parlamento angolano. Nas cerimónias dos festejos dos trinta anos da independência de Angola, Holden Roberto e Ngola Kabango foram distinguidos com uma das mais altas condecorações de mérito e honra da República.

sexta-feira, agosto 10, 2007

Nova capital em Angola

Muito interessante essa notícia, principalmente considerando as pessoas envolvidas, o presidente José Eduardo dos Santos e o arquiteto Oscar Niemeyer.

Recentemente estive em Huambo, como comprovam post’s anteriores. A capital dessa província, que também se chama Huambo, foi concebida para ser a capital de Angola, inclusive já se chamou Nova Lisboa. Parece-me que essa é uma nova tentativa do governo.

Meus votos de sucesso a essa grande empreitada.Norte de Luanda espera pela nova capital angolana
Diário de Notícias
http://www.angonoticias.com/full_headlines.php?id=15966


As autoridades angolanas estão apostadas na construção de uma nova capital para o país. Para já, o projecto não passa disso mesmo, mas Oscar Niemeyer, o arquitecto brasileiro que projectou os edifícios mais emblemáticos de Brasília, já confirmou ter sido sondado pelo Presidente José Eduardo dos Santos para esse efeito.

Numa entrevista ao jornal britânico The Guardian, Niemeyer, que em Dezembro fará 100 anos, explica, entusiasmado, que já só está espera que Angola lhe diga o que pretende para passar à acção. "O Presidente angolano convidou-me para projectar a nova capital do seu país, que deverá ser quatro vezes maior que Brasília."

Já a sua mulher, Vera Niemeyer, mostra-se mais prudente, como as suas declarações à Lusa evidenciaram na terça-feira. "Ele foi sondado há cerca de um mês. Em princípio, está interessado, mas aguardamos que esse convite seja oficializado."

Só que em Luanda ninguém parece estar muito à vontade para falar deste projecto. Pelo menos, a título oficial, tendo em conta que a sondagem a Niemeyer foi feita pelo próprio José Eduardo dos Santos, razão pelo qual o DN foi remetido dos assessores do Presidente para o Governo provincial de Luanda ou para o Gabinete de Reconstrução Nacional, dirigido pelo general Hélder Vieira Dias "Kopelipa", que chefia também a Casa Militar presidencial. Sendo certo que este projecto que, segundo Niemeyer, envolve a construção de uma cidade para dois milhões de pessoas, pode levar muitos anos a concretizar. "Se o paralelo fosse Brasília, seriam 16 anos."

À margem dos contactos oficiais, o DN apurou, no entanto, que o projecto da nova capital angolana está planeado para o norte de Luanda, numa região que vai do município de Cacuaco à Barra do Dande.

"É a melhor opção", confirmou ao DN uma fonte do Governo angolano, aludindo às condições climatéricas e geográficas que favorecem essa localização. Em detrimento da zona Sul, para onde Luanda tem vindo a expandir-se nos últimos anos, através da construção de vários condomínios.

Ao ponto de muitos angolanos, e não só, aludirem já à Luanda II que estaria a ser edificada nas imediações do Futungo, onde José Eduardo dos Santos vivia até há dois anos, altura em que se mudou para o palácio do antigo governador-geral colonial.

"Ao contrário da região Norte, onde até nem há muitas pessoas a viver, a zona a sul de Luanda é mais inóspita e árida, duas limitações que só se alteram depois da Barra do Kwanza."

Talvez, por isso, o Conselho de Ministro de Angola tenha decidido, entretanto, atribuir a designação de "reserva do Estado" a três blocos de terrenos situados a Norte de Luanda e que, em conjunto, totalizam 187 quilómetros quadrados, como o Semanário Angolense revelou no final de Maio.

Mas nem todos os terrenos abrangidos se destinam à futura capital. Dois dos três blocos envolvem outros projectos no município de Cacuaco.

De reserva para a futura capital estão apenas 77 quilómetros quadrados - Lisboa, por exemplo, ocupa uma área de 84,8 quilómetros quadrados - na região do Dande, admitindo-se que a nova cidade pudesse vir a incluir igualmente a construção de um novo porto que possa substituir ou ampliar as infra-estruturas já existentes em Luanda, e que estão a ser objecto de requalificação.

Mas, como explicou outra fonte angolana ao DN, o planeamento da nova capital de Angola ainda não chegou à fase de projecto. Mesmo que José Eduardo dos Santos já tenha sondado Oscar Niemeyer, rejeitando, ao que tudo indica, um outro projecto que lhe tinha sido anteriormente apresentado por Troufa Real: o da construção de Angólia.

quarta-feira, agosto 08, 2007

Casamento Angolano - Abraão e Tunicia

Abraão e Tunicia


Fiquei muito contente quando um amigo me convidou para o seu casamento. Abraão, Angolano, estava se cansando com Tunicia, uma menina muito simpática. Os dois têm um filhinho lindo que tive inclusive a oportunidade de tirar uma foto. A criança é uma graça apesar de eu achar que ele não gostou muito de mim.
Filho de Abraão e Tunicia


Já havia ouvido falar muito sobre o casamento Angolano e como a cultura local influencia esse ritual. Tinha muita curiosidade em conhecer e não me desapontei. O casamento ocorreu em uma sexta-feira, fim de tarde, o dia estava bonito e um pouco frio. Entramos pelo bairro do Kinaxixi até a igreja. Nesse mesmo local funcionam uma associação de moradores, uma escola e um centro de apoio. No centro de um grande terreno de terra batida a igreja.

Coro da igreja


Antes de entrar no recinto fui levado ao noivo que nervoso, dentro de um Corola, esperava o tradicional e muito cultural atraso da noiva. Ao chegar para a missa encontramos o local decorado com muito carinho. Cetim amarelo e flores naturais, via-se o cuidado por esse dia tão especial em cada detalhe.
Igreja decorada


Com certeza a parte que mais gostei foi o coro formado por meninas da igreja. Antes de começar o culto, já que estamos em uma igreja evangélica, a equipe faz um ensaio geral e eu viajo nas vozes que me lembram um documentário do Discovery Channel. Pedimos para que elas cantassem uma música em dialeto local, fomos atendidos. Uma canção sobre a família cantada em Umbundo, simplesmente incrível. Gravei tudo pena que de tão grande não dá para colocar no blog.
Os noivos se preparam para entrar, primeiro o noivo, que entra pela lateral da igreja. Diferente do Brasil a entrada do noivo também faz parte da cerimônia e todos já estão de pé à sua espera quando ele dá o primeiro passo na igreja. Em seguida ele vai até a porta principal da igreja onde recebe a noiva e caminha de mãos dadas até o altar.

Tudo corre bem, apesar Abraão está visivelmente um pouco nervoso. O coro entra várias vezes e em todas as oportunidades o ambiente se enche de harmonia inundado pelas vozes afinadas.

Já perto do fim da cerimônia outra surpresa. Os convidados se posicionam ao lado do altar com uma série de presentes. Aqui, antes do final, as pessoas levam as “prendas” para serem entregues no próprio casamento. Uma das convidadas me chamou a atenção, não consegui ficar sem tirar uma foto dela. Uma figura, muito simpática por sinal.

Entrega dos presentes


Convidada do casamento


Antes de irmos para recepção um costume bem Angolano, as pessoas entram em seus carros para um passeio pela cidade. Uma fila de automóveis com os piscas ligados andando no engarrafamento, olhe, foi legal pelo Abraão, mas ninguém merece entrar em um super engarrafamento porque quer. Paramos no meio de um condomínio para algumas fotos e em seguida o cortejo seguiu até a recepção.
Recepção


Chegando ao local da festa, muitos, mas muitos bolos mesmo, uns 15, nunca vi tantos em uma só festa. Havia também alguns caranguejos pendurados em uma madeira. As mesas bem arrumadas para os convidados deixavam uma excelente impressão em cada pessoa, como tudo foi feito com carinho. O ponto alto da comemoração foi o corte do bolo. A noiva corta uma grande fatia e a divide em vários pedaços. Em seguida ela coloca na boca das pessoas mais queridas, muito bonito. Mais uma tradição Angolana.

Bolos, muitos bolos


O bolo da noiva


O casamento foi uma experiência muito bonita e enriquecedora. Sinto-me cada dia mais envolvido por esse país e sua cultura. Angola é maravilhosa.

sexta-feira, agosto 03, 2007

Huambo - Guia turístico

Encontrei um guia turístico de Angola que fala um pouco sobre cada província – Guia Turístico Oficial 2006/7 www.guiaturisticoangola.co.ao. Como o produto tem por objetivo divulgar Angola e não é vendido, visando abranger o acesso a esse, o coloquei no blog.

Os textos abaixo foram retirados desse guia e dão uma descrição mais detalhada sobre a província e principalmente sua capital. Um ponto interessante é que a capital de Huambo foi preparada para ser a capital de Angola. O nome da cidade chegou a se chamar Nova Lisboa e era residência de muitos portugueses. Talvez pela presença desses estrangeiros o Huambo foi uma das províncias mais destruídas durante a guerra.

Sites sobre Huambo
www.guiaturisticoangola.co.ao
www.huambodigital.net
pt.wikipedia.org/wiki/Huambo_(prov%C3%ADncia)

Spíndola e mulheres de Huambo


Geral

A província de Humabo está localizada na parte centro do país e tem 11 municípios, Huambo (Capital) Bailundo, Ekunha, Caála, Katchiungo, Londuimbale, Longonjo, Mungo, Tchindjenje, Tchicala Tcholohanga e Ucuma, e cobre uma superfície de 34.270 km2.

O clima é tropical de altitude, com uma estação ceca e fria e uma estação chuvosa, onde o calor quase não se faz sentir, pois as precipitações são constantes. As temperaturas médias anuais chegam a ser inferiores a 19ºC.

O grupo étnico majoritário é o Ovimbundo. A agricultura é o principal fator econômico da população.

A 8 de agosto de 1912 foi fundada a cidade de Huambo, que em 1928 foi batizada com o nome de Nova Lisboa. Foi proposta para Capital de Angola o que não aconteceu, pois Luanda tinha melhor posicionamento a nível de contatos pelo mar. Já foi considerada uma das mais bonitas cidades de Angola. A língua nacional mais usada na província é o Umbundo.


Como Chegar

Existe um aeroporto – Albano Machado – no Humabo com 2.800 de extensão e capacidade para aviões de pequeno e grande porte.

A linha férrea funciona para passageiros e carga do Humabo para Calenga e regresso, quatro vezes ao dia.

O acesso por via rodoviária pode ser feito a partir de Luanda, passando pelo Kwanza Sul ou por Benguela.


Visitar

Huambo – Na cidade existem vários jardins e viveiros municipais. A sua zona florestal e os campos de cultura de flores mostram a diversidade da flora existente, onde sobressai uma coleção de dálias, com mais de 500 variedades.

Parque Almirante Américo Tomás – Situado no centro da cidade, têm um parque para crianças e uma estufa-fria.

Museu Antropológico – no Humabo – Museu municipal – com seções de etnografia, quadros e fotografias.

Nove estátuas – Estão espalhadas pelos jardins da cidade de Huambo.

Ruínas da Embala Grande – A cerca de 20 km de Huambo.

Túnel subterrâneo – Onde se abrigou o Soba (chefe) Cambundo.

Morro de Santo Antônio de Bailundo – Local onde se encontra o túmulo do rei Ekuikui

Ilha dos amores – Em Ekunha

Paços do Conselho – Onde está situada a biblioteca Constantino Kamoli

Reserva Florestal do Kavongue – Tem 39 km2 de área

Morro do Moço – O ponto mais alto de Angola com 2.619m, encontra-se a sul de Londuidale.

quinta-feira, agosto 02, 2007

Huambo – Volta a Luanda – Fim

Acorda!!! Ainda bem cedo, dormi tranqüilo, calmo, acordei melhor ainda. Disposto para a minha volta. Estou feliz, não conto o tempo, vivo o aqui, o agora. Voltar para Luanda, para o projeto. Coloco tudo no bolsa da mesma forma que minha queria irmã faria... Sei que ela entendeu KKKKK. Tomei um banho a conta gotas, o dia está frio e para que o banho fique quente tem que ser com o chuveiro quase no fechado.

Decidi ir de terno para o aeroporto, chegando ao destino já vou direto para o trabalho. Desço para o café da manhã, pequeno almoço ou mata bicho, com esses termos vamos chegar ao mesmo lugar, desjejum. O pão está duro, se o jantar é uma maravilha tenho a impressão que o cozinheiro só trabalha a noite. Acabou, foi só para enrolar mesmo.

Subo para quarto e logo em seguida recebo a ligação do ponto focal, ele já está me esperando para me levar ao Aeroporto. Antes de seguirmos, entretanto, peço para dar uma parada em uma loja onde sejam vendidos cd’s, quero deixar em Huambo de forma que eles possam realizar o backup.

Chego cedo ao Aeroporto e de caro estranho a entrada. O local está em reforma e o meu caminho anterior agora está interditado, vou entrar por outro local. Tudo novinho, simples, lembra um pouco as rodoviárias de Pernambuco. Nunca havia visto isso, o check-in atrasou uma hora! Impressionante, atrasar check-in... Só em luanda. É um entra e sai danado de pessoas e todos se amontoam em um espaço que caberiam 10 têm umas 40 pessoas. A cada minuto de passa mais confusão. Finalmente as bagagens começam a ser liberadas e o fluxo de passageiros vai diminuindo. Antes porem uma surpresa, eu era o primeiro da fila, já que cheguei na hora, Angolano não gosta de pontualidade, simplesmente mudaram o balcão. Acabei ficando quase no fim da fila, coisas de Angola.

Sala de embarque do aeroporto


Passar pela imigração, pois mesmo sendo um vôo domestico, sempre conferem os documentos das pessoas. Sentar em uma cadeira nova da sala de embarque. Nada de climatização, apenas umas cadeiras simples e uma telha metálica, um bocado de poeira e o banheiro bem molhado. Infelizmente falta muito de gerencia, tudo novinho, pecam na manutenção, isso para quase tudo aqui em Angola.

Três horas de atraso do avião... Affffff. Gastei a bateria toda do notebook e ainda tive que esperar. Ainda bem que levei uma revista. Como estava sozinho o tempo custa a passar. Como estamos no cacimbo, época fria nessa região, agradeço haja vista que essas telhas devem esquentar um bocado.
Lanchonete da área de embarque


A aeronave finalmente chega, um 747 da Air Gemini. Percorremos a pista toda à pé, bem engraçado isso. Cruzamos a pista principal do aeroporto, onde os aviões realizam pousos e decolagens, nunca tinha visto isso. Outra coisa que Angolano não gosta, fila ou bixa se preferir, mais uma pouco de confusão na hora de entrar. A turma da classe executiva fica quase 20 mim no sol.
www.airgemini.com

Jato Air Gemini

O tempo passa calmo quando já estamos sentados e a comissária, bonita, ajuda no visual. Como vamos a uma baixa altitude posso ver os campos durante todo o caminho de volta.

Chegamos a Angola, fim da viagem, adorei Humabo. Recomendo a visita.

terça-feira, julho 31, 2007

Huambo - A Cidade – Parte 3

A capital da província de Huambo tem o mesmo nome. Haviam me informado que Huambo tem aproximadamente 2 milhões de habitantes, pensei que fosse a cidade, mas na verdade é a província toda. Juntamente com a província de Bié, esta localidade foi a mais destruída pela Guerra. A máquina fotográfica está a postos para registrar tudo o que eu puder.

Já na saída do aeroporto vejo alguns galpões abandonados e sem o telhado. Percebo também muitas marcas de bala. Passamos por uma praça com algumas estátuas e nelas também é bem visível os buracos dos projeteis. Fico imaginando a loucura que foi isso a poucos anos atrás. Existem também prédios novos e sem nenhuma marca, vejo máquinas e material de construção por todo lado. Mais a frente fazemos um desvio, várias são as ruas sendo asfaltadas.

Huambo - Galpão abandonado


Passamos por uma grande praça totalmente restaurada. Infelizmente não consigo tirar uma foto, devido à posição do carro. No meio desta um grande obelisco e uma estátua que me disseram ser do Agostinho Neto. Viramos a direita e nesse momento consigo tirar uma foto de uma casa bastante destruída, com vários buracos. Essa parte da cidade parece estar menos restaurada, só vendo a imagem para entender do que estou falando.

Huambo - Casa das balas


Outras tantas ruínas e muitas, muitas marcas de bala. Passamos pelo banco nacional de Angola, que foi restaurado, realmente muito bonito. Uma passada rápida no hotel Nino para deixar as malas, tomar um banho e trocar de roupa e estou pronto para seguir para o treinamento.
Huambo - Ruina do Nova York Social


Huambo - Ruinas


No prédio onde os treinamentos ocorrerão, uma estrutura simples, mas limpa e organizada. Subimos duas escadas até o segundo andar. Lá aviso um prédio de uns 10 andares com a parte superior totalmente destruída. Disseram-me que foi um bomba lançada, a imagem impressiona.
Huambo - Bomba no telhado


Sou apresentado a turma, como são quase 15:00 h vamos almoçar. Um bom e velho bitoque é o prato do dia em um restaurante gerenciado por uma Portuguesa. Para quem não conhece o bitoque, este é um prato que em qualquer lugar de Angola pode ser pedido. Absolutamente qualquer birosca vende. Bife (ou prego se preferir), salada, arroz e batata frita, simples e gostoso.
Huambo - Turma do treinamento


Na volta já sigo para treinamento. A minha apresentação corre sem problemas, todos os alunos se saíram muito bem. No dia seguinte vamos continuar, está previsto o inicio as 8:30 h até as 12:00 h.

Volto para o hotel próximo as 18:00 h, combino com Sérgio de descansar um pouco e nos encontrarmos no restaurante do hotel as 19:30 h. Assim que Sérgio sobe para o seu quarto, coloco vou a rua rapidamente para dar uma espiada. Realmente esse não é o meu ambiente, não vou me arriscar a sair sozinho, melhor voltar para o quarto.
Huambo - Hotel Nino


Após tomar um banho deito na cama, coloco o despertador do celular só por garantia, essa foi minha salvação. Quase que instantaneamente pego no sono. Acordo com celular tocando, é hoje que eu jogo esse danado no chão. Chego a implorar para o aparelho por mais 10 mim. Marquei com Sérgio e não quero me atrasar. Saio da cama, quase que me arrastando. Outro banho está fora de cogitação, falta coragem. Lavo o cabelo e passo uma água no rosto, isso deve bastar. Coloco a calça jeans e sigo para o restaurante no térreo.

Sérgio já esta me esperando na mesa. Lá ele me disse que é por hábito encomendar a comida com antecedência. Sabendo disso ele deu um pulo à tarde e marcou para aquele horário um bacalhau, excelente escolha.

Já com a barriga cheia só consigo pensar na minha cama, que por sinal é muito boa. Nessa seqüência, tirar a roupa, deitar e apagar, ainda bem que já havia programado o despertador para o dia seguinte.

O segundo dia de treinamento foi novamente tranqüilo. Após a manhã com os alunos vamos almoçar em um restaurante muito simpático, aqui também é necessário encomendar a comida, assim vamos no bom e velho bitoque novamente.
Huambo - Restaurante Novo Império


Sérgio vai seguir para o Bié de carro e eu vou para o hotel. Comprei a minha passagem pela Air Gemini na tarde de ontem, pouco depois de ter chegado a cidade. Está marcada para a quinta-feira, amanhã.

As 15:00 h sou deixado no hotel e marco com o ponto focal, que vai me levar ao aeroporto, para as 9:00 h. Como não me arrisquei a sair sozinho, fiquei no hotel trabalhando até mais ou menos umas 19:00h. Já havia aprendido na noite anterior, assim, por volta das 16:00 h passei no restaurante e encomendei outro bacalhau, dessa vez apenas com legumes, bem ligth.

Ao chegar no quarto abri as janelas e fiquei pensando... Família, trabalho, amigos, Angola, Brasil, estudos, internet, PAN... Não sei ao certo quanto tempo fiquei refletindo, será que isso que é filosofar? Viajei eh??? Estou em África, como eles dizem aqui, faz parte. Fui acordado por um por do sol que invadiu o ambiente e meu coração com jeito de presente. Vermelho intenso a terra que cobre todos os cantos. Vou sempre lembrar do crepúsculo daqui, o mais lindo de todos, nem mesmo o de Brasília, Rio de Janeiro ou Fernando de Noronha tem o fim de tarde como o da África... Lindo.
Huambo - Por do sol


O jantar estava ótimo, muito gostoso mesmo. Batatas, cenoura, couve e o bacalhau, bem preparado, com pouca gordura, do jeito que eu gosto. Bem servido, após pagar a conta, subi para o quarto, sabia que iria pegar a estréia do basquete masculino no Pan. O jogo foi legal, depois foi só enrolar um pouco nos canais para esperar o sono chegar. Acerto o despertador e bons sonos.

Huambo – Desembarque – Parte 2

Huambo - Aeroporto


Huambo - Aeroporto


O bimotor segue por uma pista longa e pela janela eu não vejo nem sombra do aeroporto. Percorremos uma boa parte da pista, que parece ser capaz de receber aviões bem maiores ao que estou. No final da pista, quando paramos totalmente, damos uma volta de 180 graus e retornamos pelo caminho que acabamos de passar. Dois minutos se passam e me pergunto: será que é isso que chamam de táxi aéreo... Não sei se vão entender a piada – passeio pela pista, táxi... Bom, cheguei ao prédio onde vamos descer.

Como havia sentado na primeira cadeira da primeira fila, fui o primeiro a desembarcar. Assim como na partida ao desembarcar um tapete vermelho está estendido, cheio de pompa essas viagens. O prédio é simples e vejo mais à frente duas entradas, uma diz passageiros e a outra bagagens, foi fácil saber para onde ir, lógico. Percebo obras, vou descobrir na volta a Luanda que existe um projeto de ampliação em execução.
Huambo - Aviões parqueados


A primeira parada é na imigração que analisa meus documentos. Com uma cara de poucos amigos o agente carimba minha passagem, anota o meu nome e pergunta onde vou ficar. Informo que existe uma pessoa esperando por mim na saída. O agente devolve meus documentos e me libera.

Inusitado foi local para pegar as bagagens, mais parece um local de inspeção. Nada de esteira rolante ou coisa parecida, apenas uma estrutura metálica onde serão depositadas as bagagens. Como aqui em Angola os Angolanos não gostam de fazer fila, ou bixa se preferir, fica aquela agonia para pegar as bagagens. O carrinho com os pertences dos passageiros chega e cada um vai indicando qual é a sua. Nenhum controle para sair, mas isso é até compreensível, afinal de tão pequeno, poucos problemas de extravio de bagagem devem ocorrer. Esqueço que não estou no Brasil e mantenho a minha neura de estar a todo o momento olhando para as minhas coisas com medo que algum espertinho leve.

Já na saída Dona Helena me aguarda, ela é funcionária do INLS e veio com o Sérgio para Huambo. Subimos no carro sinalizado e seguimos até o local dos treinamentos. Estou animado.
Huambo - Esteira de bagagens