sexta-feira, agosto 10, 2007

Nova capital em Angola

Muito interessante essa notícia, principalmente considerando as pessoas envolvidas, o presidente José Eduardo dos Santos e o arquiteto Oscar Niemeyer.

Recentemente estive em Huambo, como comprovam post’s anteriores. A capital dessa província, que também se chama Huambo, foi concebida para ser a capital de Angola, inclusive já se chamou Nova Lisboa. Parece-me que essa é uma nova tentativa do governo.

Meus votos de sucesso a essa grande empreitada.Norte de Luanda espera pela nova capital angolana
Diário de Notícias
http://www.angonoticias.com/full_headlines.php?id=15966


As autoridades angolanas estão apostadas na construção de uma nova capital para o país. Para já, o projecto não passa disso mesmo, mas Oscar Niemeyer, o arquitecto brasileiro que projectou os edifícios mais emblemáticos de Brasília, já confirmou ter sido sondado pelo Presidente José Eduardo dos Santos para esse efeito.

Numa entrevista ao jornal britânico The Guardian, Niemeyer, que em Dezembro fará 100 anos, explica, entusiasmado, que já só está espera que Angola lhe diga o que pretende para passar à acção. "O Presidente angolano convidou-me para projectar a nova capital do seu país, que deverá ser quatro vezes maior que Brasília."

Já a sua mulher, Vera Niemeyer, mostra-se mais prudente, como as suas declarações à Lusa evidenciaram na terça-feira. "Ele foi sondado há cerca de um mês. Em princípio, está interessado, mas aguardamos que esse convite seja oficializado."

Só que em Luanda ninguém parece estar muito à vontade para falar deste projecto. Pelo menos, a título oficial, tendo em conta que a sondagem a Niemeyer foi feita pelo próprio José Eduardo dos Santos, razão pelo qual o DN foi remetido dos assessores do Presidente para o Governo provincial de Luanda ou para o Gabinete de Reconstrução Nacional, dirigido pelo general Hélder Vieira Dias "Kopelipa", que chefia também a Casa Militar presidencial. Sendo certo que este projecto que, segundo Niemeyer, envolve a construção de uma cidade para dois milhões de pessoas, pode levar muitos anos a concretizar. "Se o paralelo fosse Brasília, seriam 16 anos."

À margem dos contactos oficiais, o DN apurou, no entanto, que o projecto da nova capital angolana está planeado para o norte de Luanda, numa região que vai do município de Cacuaco à Barra do Dande.

"É a melhor opção", confirmou ao DN uma fonte do Governo angolano, aludindo às condições climatéricas e geográficas que favorecem essa localização. Em detrimento da zona Sul, para onde Luanda tem vindo a expandir-se nos últimos anos, através da construção de vários condomínios.

Ao ponto de muitos angolanos, e não só, aludirem já à Luanda II que estaria a ser edificada nas imediações do Futungo, onde José Eduardo dos Santos vivia até há dois anos, altura em que se mudou para o palácio do antigo governador-geral colonial.

"Ao contrário da região Norte, onde até nem há muitas pessoas a viver, a zona a sul de Luanda é mais inóspita e árida, duas limitações que só se alteram depois da Barra do Kwanza."

Talvez, por isso, o Conselho de Ministro de Angola tenha decidido, entretanto, atribuir a designação de "reserva do Estado" a três blocos de terrenos situados a Norte de Luanda e que, em conjunto, totalizam 187 quilómetros quadrados, como o Semanário Angolense revelou no final de Maio.

Mas nem todos os terrenos abrangidos se destinam à futura capital. Dois dos três blocos envolvem outros projectos no município de Cacuaco.

De reserva para a futura capital estão apenas 77 quilómetros quadrados - Lisboa, por exemplo, ocupa uma área de 84,8 quilómetros quadrados - na região do Dande, admitindo-se que a nova cidade pudesse vir a incluir igualmente a construção de um novo porto que possa substituir ou ampliar as infra-estruturas já existentes em Luanda, e que estão a ser objecto de requalificação.

Mas, como explicou outra fonte angolana ao DN, o planeamento da nova capital de Angola ainda não chegou à fase de projecto. Mesmo que José Eduardo dos Santos já tenha sondado Oscar Niemeyer, rejeitando, ao que tudo indica, um outro projecto que lhe tinha sido anteriormente apresentado por Troufa Real: o da construção de Angólia.

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