sexta-feira, outubro 20, 2006

Kwanza

Com o fim da guerra e a abertura económica do país, o povo teve que se adequar a novos produtos e investimentos. Para fortalecer a moeda local, assim como aconteceu na Argentina, foi feita uma dolarização, acredito que proposital mas informal, do Kwanza.

Kwanza é a moeda oficial do país. Hoje não se vê nas ruas mais moedas, entretanto oficialmente existem moedas de 10 e 50 centavos - http://pt.wikipedia.org/wiki/Kwanza. A abreviação para o dinheiro é Kz.

Juntamente com as cédulas de Kwanza circulam notas de Dólar. Apesar do governo não incentivar as duas moedas andam juntas. O câmbio atual está mantido desde o início do ano de 2006, sofrendo pequenas variações mas sempre em torno de Kz 80,00 = U$ 1,00. Com essa estabilidade monetária, a tendência é o fortalecimento da moeda local e a desvinculação da moeda americana, bem como seu desaparecimento na circulação cotidiana.


Câmbio em Kz.em 20/10/06 ( http://www.jornaldeangola.com/ )
Moeda Compra Venda
USD 80.17 80.57
EUR 100.54 101.05


As cédulas da Kwanza atualmente em circulação são:
1 kwanza
2 kwanzas
5 kwanzas
10 kwanzas
20 kwanzas
50 kwanzas
100 kwanzas
200 kwanzas
500 kwanzas
1000 kwanzas
2000 kwanzas

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Textos extraídos do site do Banco Nacional de Angola - www.bna.ao
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História da Moeda (http://www.bna.ao/30anos/artigo.aspx?c=3&a=6)
Do Zimbo ao Kwanza



Segundo registos históricos, muito antes da época colonial utilizava-se em Angola colares formados por rodelas de conchas de caracóis e outras conchas, furadas no centro e enfiadas em fios de fibras têxteis, como instrumento de troca.
Todavia, apesar da variedade de conchas, foi o Zimbo, pequeno búzio cinzento, um dos mais importantes e dos primeiros instrumentos de troca constituindo funcionalmente autêntica moeda local.



O Zimbo – njimbu ou lumache - , búzio do tamanho de um bago de café, teve curso como “ moeda” em quase toda a costa ocidental africana.
Apareciam em toda a costa de Angola, embora os mais belos fossem da ilha de Luanda. Dentre os mais valiosos era de cor cinzenta.
Pescavam-nos as mulheres, na contracosta da ilha, por alturas da praia-mar, sendo até frequente algumas serem atacadas por tubarões e tintureiras. Avançavam pela água alguns metros e, mergulhando, enchiam de areia uns cestos estreitos e compridos, a que chamavam “cofos”. Em seguida retiravam os “zimbos” da areia recolhida, que depois separavam, segundo o critério de classificação em “ puro”, “ cascalho”, e “meão”.
Com o passar do tempo o Zimbo começou a ser desvalorizado, e, assim, um “cofo”, que no tempo de Mbemba a Nzinga, valia trinta e três cruzados, desce para dez mil réis em 1615. Porém, já em 1616 não valia mais do que três mil réis.
A queda do valor do Zimbo deu lugar à predominância dos “panos” como moeda mais generalizada. Por outro lado, o sal, o cobre, os panos, os escravos, o marfim eram também outros instrumentos de troca utilizados na altura.



O Sal

Provinha de duas fontes distintas: as minas e as salinas. Em Angola, as minas mais importantes foram as de Ndemba, na Quiçama, onde os povos extraíam as pedras, a escopro, e moldavam-nas em barras de dois ou três palmos de comprimento e uma mão travessa de largura.
Foram também importantes as salinas de Benguela. O sal de Benguela vendia-se em Luanda à razão de mil réis de panos o alqueire.



O Cobre

Um dos metais que mais larga aplicação teve como meio de troca foi o cobre, e o conhecimento da sua existência em Angola vem de tempos muito remotos. Os Luchazes eram hábeis na confecção das manilhas, utilizando o cobre que os Lobares lhes levavam da Lunda para permutar a cera.
Os registos históricos da época permitem concluir que os povos de Angola sabiam extrair e trabalhar o cobre, fazendo pequenos objectos, quase todos para enfeites, como as manilhas, colares e outros ornatos. Fabricavam também peças e acessórios para as suas armas e até um fio de cobre muito semelhante ao actual.
Todos estes objectos serviram de instrumento de troca, mas o mais característico foi, sem dúvida, a “cruzeta”. Esta peça que circulou em Angola e no Congo, tinha a forma da cruz de Santo André, geralmente atribuída por alguns autores à imitação do X romano inscrito nas primeiras moedas portuguesas que apareceram em Angola no século XVII.
A origem desta peça monetária à Angola, depois de averiguações feitas, parece conduzir à conclusão de que ela provinha da Lunda, território confinante com o Catanga.
No reino do famoso Garangaja da Lunda, que usava o nome de “ Musiri Maria Segunda” dedicava-se uma especial atenção ao negócio do cobre. A sua extracção era feita por processos primitivos baseados na fragmentação. Derretiam o metal em fornos ou panelas, de onde derivavam tubos ou calhas de argila para os moldes, que iam desde a forma grosseira da cruz de Malta até barras longas ou quadrangulares.
Desde muito cedo os portugueses interessaram-se pelo cobre angolano, contudo, em 1801 ainda se desconhecia em Angola o local da minas de onde os povos extraiam o cobre.
No entanto, os povos que fundiam o cobre guardaram este segredo durante anos, chegando ao ponto de deixar de fundir as cruzetas, dedicando maior interesse ao negócio do marfim.



Os Panos

Os “panos” foram outra mercadoria-moeda de larga circulação entre os povos locais. Sucederam praticamente ao “Zimbo”.
Consistiam os panos, na acepção da época, em pequenos pedaços de tecido, feitos á base das fibras da palmeira-bordão, e tinham geralmente a dimensão duma mabela.
Tinham os “panos” duas origens distintas: o Congo e o Luango, onde os contratadores iam adquiri-los, trazendo-os para Luanda, onde circulavam como mercadoria moeda.
Os do Luango chamavam-se “libongos” e dividiam-se em “bongos”, “sangos” e “infulas”, enquanto os do Congo, denominados “panos limpos”, se repartiam, consoante o tamanho, em “cundis” e “meios “cundis”. Corriam ambos em Luanda.
Tanto os panos do Congo – panos limpos – como os Luango – libongos – só, passavam a ter curso monetário após haverem sido marcados pelo Senado da Câmara, com a marca real “R”.
Com os “panos” comprava-se tudo, cobrava-se os impostos e remunerava-se a tropa.



Os Escravos

A sua utilização com funções monetárias encontrou fundamento no generalizado comércio de escravos, praticado, desde épocas muito remotas pelas mais diversas sociedades, que o encaravam como coisa natural e o haviam enraizado nos costumes da época. Os escravos não foram apenas instrumento de trabalho, acabaram também por servir de espécie monetária.



O Marfim

Sem nunca ter atingido a projecção de outros instrumentos de troca, o marfim teve, no entanto, a sua época como meio de pagamento. O volume e o valor das transacções desta mercadoria cedo despertaram a atenção dos poderes públicos coloniais.
Constituindo objecto de contrato privado da Fazenda Real, proibiu-se a sua exploração por entidades privadas. Terá sido em consequência deste contrato privado que o marfim começou a revestir o cunho de meio de pagamento, pois a Fazenda Real aceitava-o em pagamento de impostos e utilizava-o em transacções como se tratasse de dinheiro corrente.
Comercializado em abundância no interior, principalmente nos sertões de Benguela, o marfim ocupou, durante largos anos, lugar de relevo no quadro das exportações, chegando a constituir, juntamente com os escravos, a principal fonte de receita do comércio com o exterior.



Valores Pré-Monetários de Proveniência Exterior

O “Cauris”, concha branca de rara beleza, cuja designação tem sido aplicada com frequência por vários autores a outras conchas (nomeadamente ao Zimbo) que tiveram igualmente função monetária, é conhecido desde tempos pré-históricos e constituiu moeda corrente em vários continentes. Pescava-se em Zinzibar e Moçambique, na Ásia, na América e na Oceânia.
A sua generalização em Angola e no Congo teve lugar a partir do século XVI e foi consequência das relações comerciais dos mercadores portugueses, que, por via marítima, o importavam do Oriente.



As Contas

A partir do Séc. XVI começaram a invadir o sertão contas e missangas das mais variadas cores e feitios. Muito apreciadas pelos povos de Angola, acabaram por suplantar as conchas, em especial o “zimbo” e o “cauris”, tanto na sua função ornamental como na de moeda. As contas azuis, pequenas, chegaram mesmo a usurpar o nome ao próprio “Zimbo”.
Constituíam um índice de riqueza das mulheres, que se enfeitavam o mais possível com elas, dispondo-as pelos cabelos, nos colares nas tangas, de onde as retiravam quando necessitavam de fazer compras.
As mais divulgadas foram a “missangas grossa”, a “miúda” – também chamada “olho de rola”-, a “Maria II” – pequena conta, encarnada na face exterior e branca no interior, com cerca de três milímetros de diâmetro - , a “ Cassungo” – conta de bordado -, a “ almandrilha” – apipada ou riscada, de forma alongada e um centímetro de comprimento - , e outras de menor importância, como a “missanga leite” e a “missanga azul celeste”.
Ao contrario das “fazendas”, que eram aceites como moeda em toda a parte, as “missangas” exerciam essa função com carácter mais regional.
No Bailundo, por exemplo, circulava a “missanga preta”, que, no entanto, já não tinha “curso legal” no vizinho Bié
Na Lunda era muito apreciada a “missanga branca”, grande, o que não acontecia no Sul. Como excepção a esta regra, apenas se aponta a “Maria II”, que circulava praticamente em toda a África Austral.



As Fazendas

De entre as mercadorias inicialmente introduzidas em Angola algumas pela sua utilidade especial, tiveram intensa procura, por parte das populações locais. Daí resultou que, com o correr do tempo, se passasse a aferir o valor de qualquer outra mercadoria em função dessas autênticas mercadorias – moeda, geralmente denominadas “fazendas”.
As fazendas inicialmente mais correntes foram a “garrafa”, o “pano”, o “cortador”, a “peça” e a “espingarda”.



O Surgimento da Macuta

A cunhagem das moedas de cobre constava de peças de 1 macuta, ½ macuta, ¼ de Macuta e 5 réis, atribuindo-se à Macuta o valor de 50 réis.
Quanto à emissão de moedas de prata, constava de peças de 12, 10,8,6,4 e 2 macutas, sendo estas, de uma forma geral, semelhantes às de cobre.
Neste período viviam-se tempos particularmente difíceis na colónia, motivados pelo monopólio da moeda.

Em 1960 a situação económico/financeiro em Angola era de facto deplorável.

Havia pouco dinheiro, as receitas que entravam nos cofres públicos eram na sua maior parte constituídas por letras e títulos de divida.
Com o objectivo de fazer afluir metal sonante aos cofres, decidiram as autoridades coloniais suprimir a aceitação de letras, limitando os pagamentos apenas a dinheiro e aos irrecusáveis títulos de divida.
Mas esta medida também não surtiu efeito, extinta a moeda de cobre carimbada, assim como as cédulas de papel, passou toda a moeda circulante da colónia, a macuta ( moeda de cobre angolense), a exprimir-se pelo valor Real, moeda do reino português.

Até 1864, a actividade económica em Angola repousava essencialmente sobre os mecanismos do tradicional sistema de permutação de géneros.
Nesta permutação os meios mais correntes de pagamento eram as fazendas, o Zimbo, as pedras de sal da Kissama (que corriam em toda a parte) e os libongos.
A quantidade de capital circulante, já por si diminuta, em virtude da ausência de indústria, perdia-se nas mãos de meia dúzia de particulares, geralmente contratadores.
Não existiam instituições de crédito, e em virtude disso eram os particulares que, regra geral, prestavam serviços próprios dos bancos, cobrando pelos empréstimos juros ruinosos.
Porém, com a ampliação do comércio e a criação de indústrias em Angola a situação modifica-se.
De 1910 a 1962 lança o Estado colonial português no mercado a emissão “Vasco da Gama”, o “escudo”, as cédulas do Banco Nacional Ultramarino, as “ritas” e os “chamiços”, os “angolares” e por último, em 1953, o “escudo” como unidade monetária.



Finalmente o Kwanza

Depois de algum tempo chegou o tempo novo e com ele o Kwanza verdadeiramente a moeda de Angola.
Considerando que um dos atributos da soberania de um Estado Independente é a faculdade de emitir moeda; Considerando que, com a Lei n.º69/76, que criou o Banco Nacional de Angola, a República Popular de Angola ficou dotada da instituição que beneficia de exclusivo da emissão monetária; Considerando que já se encontravam satisfeitas as condições de ordem técnica para o lançamento de uma nova moeda; Nestes termos ao abrigo da alínea a) do artigo 38.º, da Lei Constitucional o Conselho da Revolução decretou a Lei da Moeda nacional. À 11 de Novembro de 1976 , em cumprimento do disposto nos artigos 8.º e 30.º da Lei Constitucional, é criada a unidade monetária nacional designada o Kwanza. O Kwanza tinha como fracção o LWEI correspondendo cada Kwanza a cem Lwei. O Kwanza era representado materialmente por notas e moedas metálicas. O Lwei era representado materialmente por moedas metálicas com valor facial de cinquenta LWEI-0.50. 8 de Janeiro de 1977 foi uma data fundamental o Kwanza entra em circulação.

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Moeda em vigor (http://www.bna.ao/30anos/artigo.aspx?c=3&a=7)

A Lei n.º 11/99, de 12 de Novembro, criou e deu curso legal à moeda nacional, o Kwanza, tendo a Lei n.º 12/99, de 12 de Novembro, autorizado o Banco Nacional de Angola a pôr em circulação as notas de Kz: 1,00; 5,00; 10,00; 50,00 e 100,00.

Entretanto no prosseguimento do processo de estabilização e dada a necessidade de prover a economia nacional dos meios de pagamento adequados à normal realização das transacções, visando a redução do seu custo;

O Banco Nacional de Angola, em conformidade com o estipulado pela Lei nº30/03 de 30 de Dezembro de 2003, lançou no dia 19 de Julho de 2004 as notas de maior valor facial de 200, 500 e 1000kz.


Das Características e Elementos Comuns das Notas

O papel em que as notas são impressas tem incorporado uma marca de água fixa ou filigrama exclusiva para o Banco Nacional de Angola, representando a figura do Pensador, símbolo da cultura nacional.

As notas têm as seguintes cores predominantes segundo o seu valor facial:

a) Kz: 200,00: lilás;
b) Kz: 500,00: laranja;
c) Kz: 1000,00: rosa;


Na face das notas, o motivo principal representa duas efígies ligeiramente sobrepostas em dois planos, respectivamente a do Fundador da Nação, Doutor António Agostinho Neto e a do Presidente da República, José Eduardo dos Santos.


Na face das efígies está a inscrição “ A Vitória é Certa”, ladeada dos nomes “ José Eduardo dos Santos” e “ António Agostinho Neto” e ornamentada com folhas.


Numeração tipográfica é constituída por um elemento alfanumérico, impresso a preto com duas letras e sete dígitos com a seguinte disposição:

a) numeração no ângulo superior esquerdo com 3mm de altura;
b) numeração no ângulo inferior direito com 3,25mm de altura.


O elemento alfanumérico, a que se refere o número anterior, está colocado na horizontal na face das notas, figurando duas vezes, no lado superior esquerdo e inferior direito da faixa de ornamentos horizontal, que representa uma mabela, motivo da cultura nacional.


Na face das notas, centrada na parte da faixa de ornamentos figura a data de Novembro de 2003 e por baixo desta duas assinaturas legendadas com os dizeres à esquerda Governador e à direita Vice-Governador.


Na face das notas figura ainda a designação Banco Nacional de Angola, situada à direita da parte superior da faixa de ornamentos horizontal.


O fundo das notas tem uma cercadura que limita a faixa de ornamentos horizontal.


A insígnia da República de Angola está colocada no canto Inferior esquerdo do verso das notas.

Um comentário:

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