sábado, janeiro 20, 2007

Pense num frio!

Pelo menos já paguei o mico do início do ano. Quando vim à primeira vez a Angola, por volta de outubro de 2006, em pleno verão Brasileiro, não tive a melhor das experiências com minha roupa. Com conexão pelo Rio de Janeiro e um atraso de mais de 13 horas, passadas no galeão, o calor tomou conta. Estava de calça jeans e camisa de manga comprida, com o calor, suei e sequei umas 10 vezes. Na minha cabeça fiquei desejando durante toda viagem estar de bermuda para diminuir, pelo menos um pouco, aquele calor. Pensei, lição aprendida, não vou mais para Angola de calça e camisa comprida, da próxima vez vai ser vestido de bermudão.

Meu pai é quem diz certo: “Toda burrice será castigada”. O sabe tudo aqui veio na segunda volta conforme havia prometido. Uma bermuda e camisa de manga curta, tudo certo, a não ser o itinerário, dessa vez fiz conexão em Portugal. Só tem um detalhe, verão no hemisfério sul, inverno no hemisfério norte.

Chego no aeroporto de Lisboa com nada mais, nada menos, que 5 graus de temperatura. Um vento de rachar e uma neblina que não dava para enxergar 100 metros. Eu lá, firme e forte, com minha bermuda e camisa de manga curta. As pessoas que estavam no saguão de embarque estavam todas, sem exceção, vestidas com botas, calças jeans ou de couro, e uns casacos que mais pareciam que iam para o Ártico. Nunca havia visto casacos tão grandes. Imaginem a sena, eu lá, já roxo de frio, e as pessoas olhando para mim e pensando: Isso é um doido!

No caminho para o avião, pegado um pequeno ônibus, ao se falar saia até fumaça da boca, mas não era qualquer fumaça, era uma senhora fumaça. Como diríamos em Recife, cachecol era bóia, e o mane aqui de bermudão. Quando cheguei no avião, corri para a cadeira e me cobri com o lençol do meu acento. A cena foi tão gélida que até o comissário veio me perguntar se eu estava bem.

Conclusão, mais uma lição aprendida, cada viagem é uma viagem, mas não invente de viajar novamente sem um casaco, por favor.

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