PAC - Pacote de Aceleração do Crescimento
O assunto do dia no Brasil é o tão esperado pacote de aceleração do crescimento. Apesar de estar em Angola, a vida na terrinha é o que me chama atenção. Adoraria viver no Brasil e exportar resultado do meu trabalho, ganhar bem e morar ai. Infelizmente a realidade é que com o meu salário em Recife, que não era ruim se comparado com os dos meus amigos, mal dava para pagar as contas e eu vivia pendurado. A solução, do ponto de vista financeiro, vir para Angola. Claro que outras coisas me fizeram vir para cá, até mais importantes que a grana, cito o crescimento profissional e a realização de trabalhar fora do país, contudo bom mesmo é o Brasil. Fico na expectativa do país melhorar e em alguns anos escutar pelo mundo, “rapaz, adoraria morar no Brasil”. Bom, muitos sonhos e um olho no peixe e outro no gato.
Infelizmente não me animei muito com o que li sobre o tal pacote. Abaixo impressões coletadas de especialistas. Deixo para o leitor tirar suas próprias conclusões, pois, caso escrevesse, acabaria sendo tendencioso.
Comecei lendo a coluna do Carlos Sardenberg referente ao dia 22/01/2007.
http://g1.globo.com/Noticias/Colunas/0,,7407,00.html
Em seguida achei um matéria cheia de multimídia que deixa a leitura fácil sobre o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) no site do G1 – www.g1.com.br.
http://g1.globo.com/Noticias/0,,IIF2124-5599,00.html
Mas quem arrematou mesmo foi a Cristiana Lôbo.
http://g1.globo.com/Noticias/Colunas/0,,7374,00.html
O título do post dela foi “É só um computador”.
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É só um computador
No final desta segunda-feira em que só se falava no lançamento do tal Pacote de Aceleração do Crescimento -, uma amiga leu e releu as medidas anunciadas para chegar a uma conclusão:
- A única novidade que tem é para quem quer comprar um computador...
O governo anunciou a desoneração para compra de computador - tanto o de mesa como os lap tops. O preço pode cair em até 10%.
Cristiana Lôbo
http://g1.globo.com/Noticias/Colunas/0,,7374,00.html
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Segunda impressão do PAC
Parece que não há dinheiro novo nos R$ 503 bilhões de investimentos anunciados pelo governo para os próximos quatro anos.
O governo recolheu todos os projetos em andamento ou apenas previstos, relacionou-os como prioritários e garantiu que não faltarão recursos para eles.
Dos 503 bilhões previstos, R$ 274 bilhões estão na área de energia. E disso, cerca de R$ 170 bilhões ficam por conta da Petrobrás – dinheiro já previsto nos planos normais da estatal. Ou seja, quase 35% de todo o programa vem de planos já em andamento da Petrobrás.
Ainda na área de energia, o governo incluiu diversas usinas hidrelétricas cujos projetos estão parados por questões ambientais e disputas na justiça. Qual a garantia de que serão liberados? Qual a garantia de que o governo conseguirá mudar as regras ambientais e a lei de licitação?
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo poderá reduzir o superávit primário de 4,25% do PIB para 3,75%. Esse superávit é a economia nas contas do governo de modo a sobrar dinheiro para pagar juros. O ministro está dizendo que o governo vai pagar menos juros e investir mais.
Tudo bem, se os juros de fato caírem na velocidade esperada pelo governo; se o país de fato crescer os 5% esperados pelo governo; e se não houver turbulências internacionais. Além disso, esse 0,5% do PIB representa, hoje, R$ 10 bilhões ao ano, o que é pouco dinheiro.
Outro problema é que o governo parece tomar a meta – crescer 5% - como garantida. E aí faz todas contas com essa meta. Por exemplo: disse que o déficit da Previdência vai ficar estável em 8% do PIB. Mas isso só vai acontecer se a economia como um todo crescer os 5%. Que não cresceu até aqui.
Outro ponto: os R$ 503 bilhões em quatro anos equivalem a R$ 126 bilhões/ano. Isso equivale a, na média, 5% do PIB ao ano. Para o país crescer 5% são necessários 25% do PIB de investimento ao ano. Até aqui, tem sido de 20%. Como os 503 bilhões não são dinheiro novo, não se vê onde estão os recursos adicionais para turbinar o PIB.
Carlos Sardenberg comentários (11)
22/01/2007
Primeira impressão
Foi interessante o discurso com que o presidente Lula apresentou o PAC.
Pode, inclusive, ser tomado como uma defesa de suas opções no quadro da América Latina. Por exemplo: sua insistência na tese de que a plena democracia é um ativo importante não apenas político, mas também como base de um bom ambiente para o desenvolvimento. Pode ser um contraponto a Hugo Chávez e seus amigos.
Na questão da base macroeconômica, Lula notou que a inflação baixa é condição indispensável e assinalou: “sem controle de preços”.
Ora, controle de preços não está na agenda brasileira faz tempo. Mas é a política oficial de Kirchner, na Argentina. De novo aqui, Lula fala para a região, parece.
De resto, o presidente brasileiro relacionou todos os pontos considerados básicos nas modernas regras de política econômica, sobretudo o equilíbrio fiscal, com a meta de reduzir o endividamento público.
Ou seja, pelo que disse o presidente, ficam mantidas todas as linhas de política econômica até aqui, acrescentando-se esse esforço de aumentar os investimentos públicos e privados.
Mas Lula também disse algo que me intrigou. Lá pelas tantas, entre as condições que relacionou como positivas para o crescimento (inflação baixa, juros em queda, controle fiscal...) incluiu o “câmbio”. Ora, é entendimento amplo entre empresários que o câmbio hoje, com o real valorizado, atrapalha.
No que será que Lula estava pensando?
Finalmente: Lula leu o discurso preparado. Não arriscou maiores improvisações. Ficou bom. A questão agora é saber se o programa de investimentos vai funcionar.
Carlos Sardenberg
http://g1.globo.com/Noticias/Colunas/0,,7407,00.html
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