sábado, março 10, 2007

Presidiários Chineses em Angola

Como sempre comento, em Angola existem os mais diversos tipos de povos. Um dos mais significativos, seja por sua cultura, diferença de raça ou cultura, são os Chineses.

Já escutei muitas histórias sobre os Chineses. Posso constatar no dia a dia que eles estão em muitas obras pela cidade, é comum ver chineses cavando buracos, concertando ou construindo coisas pela capital. Além da capital vez por outra aparecem notícias de obras sendo realizadas nas províncias. Também já vi missões diplomáticas e acordos comerciais sendo noticiados nos jornais.

Segundo informações dos Brasileiros que estão aqui a mais tempo, a maioria dos orientais que vem para esse país são presidiários. Essas pessoas cometeram crimes leves e ao invés de ocupar as cadeias no seu país são enviados para Angola para trabalhar na construção civil. Além de resolver a questão da super-população em sua terra natal, custam muito barado para os seus patrões.

Os asiáticos trabalham pesado, já cheguei a ouvir histórias de pedirem deliberadamente que diminuíssem o ritmo das obras, pois essas acabariam muito cedo. Tempo em Angola também é dinheiro, mas parece que ao contrário. Quanto mais tempo uma obra dura, mais as pessoas envolvidas ganham dinheiro.

Uma das histórias mais impressionantes, fora o fato deles serem presidiários, está em uma curiosidade chamada “cama quente”. A “cama quente” são contêineres em que os trabalhadores chineses dormem. Uma série de beliches dentro de um contentor que são revezados em três turnos. A cada 8 horas as pessoas têm que acordar para que um outro possa dormir no mesmo lugar. Dessa forma as camas nunca deixam de ficar quentes e daí vem o nome.

A quantidade de Chineses em Angola é bastante grande e uma das minhas reflexões é de como será a próxima geração de Angolanos. Pergunto-me isso, pois, além de influenciar culturalmente, inevitavelmente relacionamentos amorosos surgem dessa gente com o povo local. Uma na mistura de raça está se formado, lentamente, e que no futuro se fará notar. Os impactos disso na sociedade Angola são difíceis de saber, contudo que haverá mudanças, isso com certeza.

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