segunda-feira, julho 30, 2007

Huambo – Saída de Luanda – Parte 1

Terça-feira 24 de julho de 2007, finalmente vou conhecer a primeira província, Huambo. Foram uma série de desencontros e reorganizações de cronograma até chegar a essa primeira viagem. Para as próximas semanas viagens a Benguela, Namibe, Lunda Sul, Lunda Norte, Zaire e Cabinda. As províncias, que são o mesmo que estados, são 18 no total, sendo Luanda uma delas.

Tudo ao meu redor treme, escrevo em pleno vôo em um avião bi-motor da Embraer da companhia Air26. Hoje realmente foi um dia de estréias, nunca havia andado em aparelho assim. Abordo aproximadamente 30 pessoas, contando com a tripulação, sendo três na cabine e mais a comissária de bordo. As hélices fazem muito barulho, parece que estamos no meio de um liquidificador. Apesar de estar com o fone de ouvido a 70% do volume, quase não escuto a música.

Aeronave que fui a Huambo


Acordei cedo e atrasado. Havíamos combinando de sair as 6:00 horas da manhã, mas não sei porque coloquei na cabeça que eram as 6:30 h, assim as 6:30 h estava lá em baixo. O carro saiu apertado com o motorista Judy, André Leão na frente e eu, Ana Flávia e André no banco de trás. Estavam todos com aquela cara de sono, de abuso mesmo, mas eu parecia um menino, estava excitado com a viagem e quase não encosto no banco. Após deixar a tropa no Josina Machel para mais um dia de trabalho, seguimos para aeroporto de vôos domésticos.

Os vôos domésticos são realizados uma espécie de anexo do aeroporto 4 de fevereiro, ou se preferir o aeroporto internacinal. Passamos por uma rua que está sendo reformada, mas que agora é pura terra. A reconstrução do pais ainda me assusta, são obras por todo lado. Chegamos na entrada, um estacionamento pequeno na frente. O vigilante não queria me deixar desembarcar sem pagar 100 Kwanzas, após argumentar consegui seguir sem desembolsar nada.
Sala de embarque do aeroporto doméstico de Luanda


É recomendado realizar a primeira viagem com alguém que já tenha feito isso antes, havíamos programado assim, todavia problemas acontecem e é necessário improvisar. Como não conseguimos bilhetes no mesmo dia, vou encontrar com o Dr. Sérgio no local, ele embarcou ontem. Sozinho no aeroporto tudo é novidade. Tenho que tirar de letra essas dificuldades. Foi mesmo assim, como diriam os Angolanos, pergunta daqui, se esquiva dali e consegui fazer o check-in. A minha bagagem de mão teve que ser despachada, quando cheguei ao avião entendi, realmente não tem espaço para acomodá-la.

Antes de chegar à sala de embarque tive que passar pelo oficial da imigração. Angola está mudando as suas leis de imigração e foi necessário um pouco de conversa para ele me deixar passar. Os meus documentos estão todos corretos e válidos, passei afinal.

Ontem não consegui dormir cedo, cheguei a sala de espera, coloquei o Ipod e fiquei cochilando sobre a mala do note book. Estava naquele esquema, um olho no peixe e outro no gato. Após pouco mais de 1 hora e meia chamaram para o embarque.
Luanda - Aeronave na pista


Hélice do bi-motor Embraer


Gostei muito de ver a aeronave no pátio, com aquelas grandes hélices. A escada parece bem frágil e subimos com ela fazendo barulho. Sento logo na primeira cadeia, perto da porta. A aeromoça fala os procedimentos de segurança e quando chega ao momento em que ela explica os procedimentos para o caso de um pouso de emergência, só consigo pensar: "Vira essa boca para lá". O comandante deu as boas vindas e falou isso em dois idiomas. Até ai nada de novidade, a primeira língua foi o português, já a segunda foi Umbundo, essa é a língua nativa da província de Huambo. Bem legal, estou em África.

Já vamos pousar, tenho que desligar o note. Huambo ai vou eu.

Um comentário:

Anônimo disse...

Spindola, achei bem legal o seu blog, fico feliz que estais, fazendo um excelente trabalho e aproveitando as delícias e ded Angola. Que Deus continue te abençoando e te usando como instrumento. Grande beijo