quarta-feira, abril 18, 2007

Prostitutas, diferente do Brasil aqui ainda não vi

É pacificado que infelizmente o nosso país, Brasil, tem um forte turismo sexual. Moro numa cidade, Recife, que parece conviver bem com essa situação, digo isso, pois, por parte das autoridades existe a impressão da conivência. Nas principais avenidas de Boa Viagem, bairro que morro, as garotas de programa e travestis transitam livremente, junto com eles todo tipo de marginais e problemas com as drogas.

Em Angola, pela minha observação, não há prostitutas, na verdade se não fosse pela reportagem abaixo ou o local onde trabalho, onde falo sobre essas pessoas, eu não teria conhecimento. Aqui, as prostitutas estão sendo chamadas de trabalhadoras do sexo, infelizmente não sei o nome usado nas ruas.

Alguns Brasileiros com quem conversei me disseram que elas estão pela cidade, em algumas ruas específicas, ou mesmo nas grandes avenidas. Entretanto, posso garantir que sou muito observador e nunca vi nenhuma prostituta aqui em Angola.

É difícil imaginar uma cidade, ainda mais que tenha uma população pobre, ou parte dela, e que não disponha de serviços da profissão mais antiga do mundo. De forma alguma quero julgar ou mesmo adentrar no mérito da questão sobre a prostituição, apenas uma observação pessoal sobre a cidade. Angola quase não tem prostituição, essa é minha opinião atual.

Abaixo noticia retirada do jornal

As garimpeiras do sexo
Acapital/Angonotícias
http://www.angonoticias.com/full_headlines.php?id=14218

Ruas e prostíbulos de Luanda, são tomadas de assalto por imigrantes congolesas que se prostituem na esperança de um dia reunirem dinheiro suficiente para mudarem-se para o continente Europeu. Paris, em França parece ser a terra prometida.

De acordo com uma reportagem do «Jornal A Capital», no local as coisas parecem não ser fáceis para as raparigas que ali se encontram.

Segundo a reportagem, eram 19 horas, quando jornalistas afectos ao periódico circulavam pela zona. Segundo ainda a mesma (a reportagem) na altura reinava uma certa acalmia no local, o frenesim de taxistas não se fazia sentir, assim como não se notava qualquer agitação no antigo balneário que, agora pintado de verde e branco, faz de restaurante, bastante concorrido por aquelas paragens.

Durante o percurso, conheceram duas raparigas, Lúcia e Nené.

Lúcia recebeu-os com uma toalha a cobrir-lhe a cintura para baixo. Por cima, diz a fonte, envergava uma curta blusa branca que mal escondia os seus fartos seios suportados por um par de sutiãs.

As duas jovens são irmãs e provêm da vizinha Republica Democrática do Congo (RDC). Com 34 anos de idade, Lúcia é a mais velha e também, a que mais tempo está em Angola. Há um ano chegava à Luanda e, a quatro meses, decidiu chamar a sua irmã Nené, dez anos mais nova, com quem partilha a casa, a profissão e os sonhos de uma vida melhor no velho continente.

Tanto Lúcia como Nené (esta última que não fala português), são trabalhadoras do sexo, a expressão que as organizações não-governamentais, que laboram na luta contra o vírus do HIV, utilizam para caracterizar as prostitutas. Têm sido, por outro lado alvo de uma atenção especial destas mesmas agremiações que se mostram preocupadas particularmente com o crescimento de um certo surgimento de trabalhadoras do sexo na província de Luanda.

Jovens mulheres, vindas da RDC, entregam-se à mais velha profissão do Mundo, expandindo-se, com certa velocidade, nos mais distintos bairros da capital angolana. Desde zonas como Palanca, Mabor, Rocha Pinto e Mesmo Viana, a presença dessas trabalhadoras do sexo é uma constante lado a lado como cidadãs angolanas igualmente dedicadas à prostituição.

Ainda sobre estas jovens, a equipa deste site também foi a rua. no local podemos constatar que cresce cada vez mais, o número de meninas nas mais variadas esquinas da capital a vender o seu próprio corpo.

“Vem fofo, é barato, estou a cobrar 1.500 kwanzas”, chamava-nos Ângela, uma jovem de baixa estatura e, com 27 anos de idade que, depois de uma breve conversa e apercebe-se de quem éramos, tentou esquivar-se mas sem sucesso, acabando mesmo por nos abrir uma das páginas do livro da sua vida.

Ângela disse ter 3 filhos e, estar neste momento sem emprego. “Não tenho outra saída se não fazer isso”, frisou a jovem. “Não tenho ninguém que me dá, vim da província de Benguela, não tenho família aqui, os filhos precisam de comer e estudar, como vou fazer”, explicou.

Ao seu lado, estava uma outra jovem, chamava-se Verónica, esta nos parecia ser mais tímida, mas mesmo assim conseguimos tirar dela algumas palavras.

Verónica disse ser da província da Lunda-Norte e que está em Luanda a 2 anos. Com o tom de pel muito clara, Verónica apresentava-se vestida de forma extravagante.

De poucas palavras, Verónica é da opinião da sua colega, a falta de emprego, é a razão que o leva a prostituir-se. “Quando vim para aqui, pensei que iria trabalhar, mas não pareceu”, revelou sem no entanto dar mais explicações.

De facto, cresce o número de meninas da noite em Luanda. É uma das formas que muitas delas arranjaram para sustentar a si e suas famílias.

Entretanto, não são somente jovens que se encontram nas artérias da capital para deste modo venderem os seus corpos. Ali encontra-se até mulheres com idades compreendidas entre 40 a 50 anos de idade.

As barracas,são alguns dos locais onde muitas delas fazem o seu trabalho. Lá, o consumo de álcool é exagerado. Disfarçados, fomos atendidos desta forma:

“Entrem filhos, o que é que vão beber?”, perguntou-nos uma senhora mestiça e corpulenta. “Temos tudo, da bebida a carne boa e fresca”, disse a senhora que nos aparentava ter 48 a 50 anos de idade.

É desta forma que muitas mulheres vivem em Luanda, é desta forma que muitas dessas mulheres dão o sustento até mesmo os seus maridos muitos deles desempregados e sem como dar uma vida digna a suas famílias.

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