terça-feira, maio 22, 2007

Faz-se chamada - Em Angola não tem Orelhão

Olha a bateria vai aca... Pip... Pip... Pip... Pronto já se foi a minha bateria, oh raiva. Olho para o celular, tenho vontade de jogar no chão. Estou na rua, perto do trabalho, vim fazer lanche, a barriga estava colada nas costas. Eu odeio telefone, mas oh mal necessário. Nessas horas eu só lembro das leis de Murth, se algo tem que dar errado, vai dar errado. Estou olhando para o aparelho sem saber se alguém vai vir me pegar no trabalho, a essa altura cansado e doido para tomar um banho. Como aqui em Angola ninguém tem carro, utilizamos sempre os carros da empresa, tem que estar sempre combinando para saber como se vai voltar para casa. Hoje, justo hoje, estou sem carro e estava programando a hora para o pessoal vir me buscar. Eu mereço, sabia que não devia ter dito que aquela menina da quinta série tinha cabelo de cenoura, deve ter sido praga dela, só pode ter sido. O pior é que depois de uns 15 anos encontrei com ela e a danada ficou linda. Oh boca grande.

Primeiro pensamento um orelhão, claro, tem coisa mais comum no Brasil do que um orelhão??? Antes mesmo de levantar os olhos, lembro que EM LUANDA NÃO TEM ORELHÃO!!! Claro por que facilitar se pode complicar? Para a minha surpresa atrás do balcão botequim Three Sisters esta escrito: Faz-se chamadas.

Nada como o jeitinho. Aqui em Angola na falta de orelhões pela cidade, a maioria dos pequenos comércios, como bares e lanchonetes têm um telefone fixo que realizam chamadas. Olhei para a atendente que parecia estar mais ansiosa pelas 18h00h do que eu. Perguntei como funcionavam essas chamadas. Ela me olhou e pude ler nos seus olhos que estava escrito: De onde é esse mane? De Marte? Tive vontade de dizer: Oh minha tia, tenha paciência, sou apenas um rapaz latino americano. Besteiras à parte por 50 Kwanzas foi possível fazer uma ligação bem rápida e pedir para o pessoal do trabalho vir me buscar.

Pronto, está ai a solução, se faltar o cartão ou o bateria te deixar na mão, faça uma chamada meu irmão. Adoro essas soluções simples.

Um comentário:

Anônimo disse...

Spin,
dei boas gargalhadas imaginando a situação, sem contar que lembrei que em uma cidadezinha no sertão de Pernambuco, apesar de ter orelhões, há até muito pouco tempo havia um local para se fazer chamadas também...

Ah! Pensei duas vezes antes de dizer, mas aqui vai: o chapéu quase ficou bom!

Beijos