terça-feira, setembro 23, 2008

Oportunidade de trabalho em Angola

Bruno, Adelaide e Spíndola - Advance, Angola

Diariamente recebo pelo menos três e-mails de pessoas que visitaram o blog. Gostaria de dividir com todos a minha felicidade por esse fato, ainda mais pela quantidade de elogios. São muitas as questões levantadas pelos leitores, contudo qual seria o e-mail mais comum? Acertou quem falou oportunidades de emprego.

Angola é vista como o novo eldorado para os profissionais do Brasil. A idéia que se tem são bons salários e novas aventuras. Entretanto, na teoria a prática é diferente! Há bons salários sim, mas há uma série de dificuldades que se precisa transpor.

-Competitividade excessiva
-Distância da família e dos amigos
-Mudança de cultura
-Conflitos com os colegas do trabalho, pois se acorda, dorme, trabalha o tempo todo praticamente com as mesmas pessoas
-Etc.

Em minha opinião existe um perfil para se trabalhar em Angola. Pessoas novas, solteiras, qualificadas, boas de relacionamento e ambiciosas. Claro que não apenas nesse perfil se dá bem, mas como regra é isso ai.

Para todos os que me perguntam, “Vale à pena trabalhar em Angola?”, a minha resposta é sempre a mesma: Vale muito à pena.

Aos que desejam se aventurar por terras Africanas estão aqui dois ótimos canais. Empresas de consultoria em RH que contatam para Angola.

www.wrh.com.br
www.optimizarh.com

Boa sorte a todos!
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segunda-feira, setembro 22, 2008

Orgulho Negro

 
Crianças Angolanas - Província de Namibe


Há um modo de agir deferente, um olhar vitorioso, a certeza de simplesmente ser e estar feliz com isso. Existe mesmo em cada Angolano que conheço o orgulho de ser NEGRO.

Se em alguns países como África do Sul as pessoas tem problemas por serem negras, aqui isso é motivo de muita satisfação. É difícil explicar porque isso acontece, para mim, que sou uma mistura como todo Brasileiro, entender esse sentimento não pertence a minha essência. Da mesma forma nunca me senti humilhado por ser “branco”.

Perguntei-me: O que é ser negro? Do ponto de vista de um “misturado” como eu, acredito que ser negro é ser persistente. Depois de tantos anos de escravidão, Apartheid, Nazismo, Luther King e outros, a certeza de continuar aqui. Por outro lado, também há perguntas que sempre me ocorrem: Se a África é o berço da civilização, logo os primeiros habitantes, porque os negros não dominam o mundo? O que se vê é que tem muito mais brancos à frente das empresas e dos grandes cargos. Um exemplo disso é a fórmula 1, só agora um negro entrou na categoria. Outro são os governos, a exceção da África, onde mais os negros comandam os governos? Qual país governado por negros é um exemplo de evolução econômica e tecnológica? Essas perguntas eu não sei responder.

A verdade é que todo tipo de racismo é pura besteira, seja contra negros, seja contra nordestinos, mulheres, pobres, ricos, fracos, etc. o que vale mesmo é que somos todos seres humanos.
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terça-feira, agosto 12, 2008

Spíndola - Novo certificado PMP - Gerenciamento de Projetos

Fiquei muito feliz quando recentemente consegui uma importante certificação na área de gerenciamento de projetos, a certificação PMP do PMI. Escrevi um e-mail aos amigos e mandei para todos. Gostaria de dividir com as pessoas que acessam o blog.


E-mail:

Amigos

A comemoração faz parte de toda conquista. Sempre nos trás felicidade quando um amigo atinge uma conquista. Esse o meu propósito nesse e-mail, dividir com todos uma conquista.

Recentemente conquistei uma importante certificação na minha área de atuação. Como gerente de projetos um título como esse ratifica a experiência acumulada dando mais credibilidade as minhas ações e decisões. A certificação PMP – Project Management Professional, concedida pelo PMI – Project Management Institute, www.pmi.org – é a mais reconhecida certificação para gerentes de projetos do mundo.

Hoje trabalho na África, Angola, e com meu trabalho espero contribuir de forma responsável para a melhoria de vida das pessoas atingidas pelos restados dos projetos.

Gostaria de agradecer o apoio de pessoas fundamentais nesse processo que com certeza são co-responsáveis pela conquista. Lígia que abdicou de muitos finais de semana e noites, enquanto eu estudava, sempre ao meu lado apoiando e acreditando. Minha família que sempre me incentiva e me apóia. Vocês são fundamentais, obrigado.

A quem interessar conhecer mais sobre o PMI e a certificação PMP alguns links.

Um forte abraço a todos e mandem notícias.

Antônio Spíndola

Gerente de Projetos – PMP

segunda-feira, março 24, 2008

As zungueiras Angolanas no Brasil

Zungueira de tecido

Tudo o que está descrito na reportágem abaixo do Estadão é a mais pura verdade. É impressionante a quantidade de roupas e artigos brasileiros. Verifico andando pelas ruas que existem muitas lojas Portuguesas concorrendo com as Brasileiras, mas com certeza as Brasileiras fazem muito mais sucesso.

Recentemente ví as reportágens da Regina Casé no Fantástico, que por sinal aqui passa na segunda-feira a noite, falando das lojas de roupas Brasileiras. Conheci uma pessoa de Caruaru que têm 3 ou 4 lojas aqui e vive de vende roupa para Angolanos. Além do sucesso o nome das lojas sempre lembra a sua origem e em todas o nome Brasil aparece.

Realmente as novelas fazem muito sucesso e se depender do gosto do Angolano, o Brasil ainda vai vender muito para o publico daqui.


Domingo, 23 de Março de 2008 | Versão Impressa
Sacoleiras de Angola invadem SP

Já assíduas no Brás, elas seguem a moda de atrizes brasileiras e voltam à África carregadas de roupas e bijoux
Adriana Carranca
É hora do almoço de um dia ensolarado e as ruas estão cheias de belas mulheres negras alegres e falantes, de penteados caprichadíssimos, roupas de cores vibrantes e adornos dourados, mas sem fazer ''banga''. Elas falam um português muito ''giro'' entre si e estão carregadas de sacolas. São respaldadas por homens fortes que entram e saem dos pequenos hotéis da redondeza levando nos ombros imensas ''pastas'' lotadas de compras feitas por elas. Uma loja de calçados exibe a bandeira desse povo alegre e apaixonado pelo Brasil. Isso, unido ao burburinho e colorido nas ruas e, por um instante, tem-se a impressão de estar em Angola.

Mas o local descrito é a esquina das Ruas Cavalheiro e Joaquim Nabuco, no Brás, centro de São Paulo. Fazer ''banga'' é ostentar riqueza, ''giro'' é palavra herdada dos colonizadores portugueses e quer dizer legal e ''pastas'' é sinônimo de malas. São palavras que se aprende em um giro - este, do português brasileiro - pelo Brás. A cena se repete no Bom Retiro e, mais recentemente, nas pontas-de-estoque de Moema. As mulheres são sacoleiras e lojistas angolanas que vêm ao Brasil comprar roupas, calçados e acessórios para vender no seu país. Algumas atravessam o Atlântico a cada duas semanas.

No 5º andar do Hotel Vitória, na Rua Cavalheiro, Cristina Rafael, a Tininha, de 31 anos, abre a porta desconfiada. Como trazem muito ''kumbu'' para as compras, feitas à vista e pagas com dólares, as angolanas ficam espertas. Costumam viajar em grupo, não andam sozinhas e só se relacionam com outros angolanos. Mas ela logo abre o sorriso - tem um cunhado paulistano e está acostumada com os brasileiros.

No ''cubico'' com TV e ''geleira'', Tininha abre as seis ''pastas'', cada uma com US$ 2 mil em mercadorias, em média. São 204 kg de roupas e sapatos, 50 pares de Havaianas e cabelo. As angolanas adoram os fios lisos e os cachos soltos das brasileiras e chegam a pagar US$ 150 por um rabo-de-cavalo de madeixas naturais - o preço depende do comprimento. Na Mãe Lú, a primeira das oito lojas de cabelo no Brás, 90% das clientes são africanas.

Os jeans e as calças coloridas e justíssimas usadas por Solange e Gislaine, de Duas Caras (leia abaixo), são mais vendidos porque, segundo Tininha, as angolanas têm o corpo das brasileiras: bem distribuído, de coxas grossas e bumbum avantajado. E ginga, elas têm? Tininha acha graça: ginga, para ela, quer dizer bicicleta.

Com três filhos para cuidar, ela vende as roupas em casa. Paga cerca de US$ 100 por sete ou oito calças e blusas femininas no Brás e vende cada uma a US$ 30, US$ 40, US$ 100 em Luanda, uma das capitais mais caras do mundo. Mas para atravessar a alfândega em Angola ela paga entre US$ 100 e US$ 350 por mala e garante que o lucro é pouco. Com a valorização do real, a China passou a fazer concorrência, mas o sucesso das novelas brasileiras sustenta o comércio de moda entre os dois países. ''O Brasil é um bocadinho caro, mas compensa a qualidade'', diz Dolores Hilário, de 28 anos.

Sua clientela faz parte da classe média e alta de Angola, que aumenta no rastro do PIB, com taxa de crescimento de 20% ao ano, uma das mais altas do mundo, desde o fim da guerra civil. Ela busca a moda brasileira nas pontas-de-estoque de Moema. Na semana passada, embarcava com a amiga Fefinha, dona de um salão de cabeleireiro em Lubango (interior de Angola), com 408 kg de roupas e sapatos Jorge Alex.

Entre janeiro e março, mais de 800 angolanos desembarcaram em São Paulo, em dois vôos diários da South African Airlines - o dobro dos 385 que chegaram no mesmo período em 2007. O número pode ser muito maior. A Associação de Lojistas do Brás estima que 700 angolanas circulam todos os dias no bairro. De olho nelas, a OceanAir inaugura em 23 de abril o vôo São Paulo- Luanda três vezes por semana, em um Boeing 767-300 para 203 passageiros.

Hoje, único vôo direto entre Brasil e Angola faz a rota Luanda-Rio três vezes por semana em um 747-300 para até 400 passageiros. A companhia só permite 20 kg - e não há sacoleira que saia do Brasil com menos de 200 kg de bagagem. Para atendê-las, pipocaram no centro de São Paulo pequenas transportadoras como a Express Luanda, com matriz no número 99 da Rua Joaquim Nabuco e filial no Brás. Emprega 6 angolanos e 12 brasileiros e despacha 16 toneladas por semana para Luanda. Cobra U$ 5 por kg e faz a entrega em 15 dias.

Pelo menos oito hotéis simples do Brás são sustentados pelas angolanas. Com 84 apartamentos, a R$ 35 a diária com café da manhã, o Hotel Vitória tem 50% de sua ocupação garantida pelas estrangeiras. ''O Brás, hoje, depende das angolanas'', exagera o gerente Leonardo Hoeppner. Pelo menos 80 angolanos fazem ali o check-in semanalmente e ficam hospedadas, em média, cinco dias.

''As relações entre os dois países vêm desde o século 17, agora intensificadas pelo desenvolvimento de Angola. Embora tenha grande contingente de miseráveis, há uma considerável parcela da população com poder aquisitivo alto'', diz a professora de português e literatura africana da Universidade de São Paulo Rita Chaves. ''A concentração de renda e a fragilidade das instituições angolanas fazem o comércio informal sobreviver fortemente no país.''

GLOSSÁRIO

Avilo ou dikamba: Amigo

Bazar: Ir embora, vazar (gíria)

Bué: Muito

Chuimga: Chiclete

Cubico: Casa, quarto

Fazer banga: Ostentar marcas

Garina: Garota

Geleira: Geladeira

Ginga: Bicicleta

Giro: Legal (gíria)

Iá: Sim

Kandongueiro: Táxi, lotação

Kazucuteiro: Preguiçoso

Kumbu: Dinheiro

Machimbombo: Ônibus

Matabicho: Café da manhã

Musseque: Favela

Raias: Óculos de Sol

Salo: Trabalho

Zungueria: Ambulante

sexta-feira, março 14, 2008

Lubango - Huila

Abraçando a Serra da Leba - Lubango

Huila com certeza, dentre as províncias que visitei, é que tem a melhor estrutura. Além disso Lubango é uma cidade linda, conhecida por seus moradores como a Europa da África. O frio durante o dia e principalmente à noite dá o ar aconchegante a esse lugar.
Lubango, a Europa Africana

Logo na chegada ao aeroporto uma indicação de que estamos em um dos lugares mais altos e de Angola. Lubango, segundo a indicação, está há mais 1700 m de altura. A primeira coisa que se avista ao chegar é o morro do Cristo rei.

Chama muita atenção a infra-estrutura da cidade, as ruas asfaltadas e limpas juntamente com casas muito bonitas. Passei pelo hospital que está em reformas, realmente uma grande estrutura condizente com população da cidade que é de um milhão de habitantes.
Residência de Lubango

Lubango é famoso não só pelo seu clima como também pela serra da Leba. Me faltam as palavras para descrever tamanha beleza, é com certeza um dos lugares mais lindos que tive oportunidade de conhecer. A estrada da serra visa ligar o Namibe a Huila. Dizem que antes da estrada era necessário dar um contorno muito grande. A obra foi realizada por uma mulher, uma inglesa. Fico imaginando como deve ter sido essa aventura.
Serra da Leba

Como se não bastasse a estrada, que é uma beleza estonteante, no mesmo local uma cachoeira maravilhosa. O barulho das águas preenche lugar como se fosse uma música. Um frio gostoso da serra dá um ar todo romântico. As nuvens, que se formam no local, ficam abaixo do seu olhar, parece que estamos acima do céu. Nesse dia em especial um espetáculo a mais. Por trás das nuvens do fim de tarde, o sol projetava uma luz. Não consigo achar definição melhor para essa luz que “ a imagem de Deus”.
Cachoeira

Todo visitante ou morador de Angola deveria conhecer Lubango. Realmente vale muito a pena o passeio.

Luz entre as núvens

quinta-feira, março 06, 2008

Redondo, redondo, estou cada dia mais.... Redondo!!!


Oh saudade do tempo em que minha casa ficava dez minutos do trabalho, a academia a dez minutos de casa e por sua vez academia e o trabalho a dez minutos. Era um triângulo muito cômodo, adorava minha vidinha de acordar tarde e chegar na hora para bater o ponto e melhor ainda sempre almoçar em casa. A melhor parte porém, ou melhor, as melhores partes, eram justamente ir parar a academia ao meio-dia e não pegar engarrafamento.

Ontem, foi mais um daqueles dias normais em Luanda. Para chegar ao trabalho demorei 2h e meia, a volta para casa mais 2h e meia. Toda vez que pego trânsito me pergunto se as autoridades dia Angola não ficam presas no engarrafamento. Não é que seja chato... é que é muito chato mesmo.

Sempre me perguntam como é viver em Angola. Uma resposta clássica é que boa parte do meu viver se passa dentro de um carro, e olhe que a distância entre a minha casa e trabalho são de apenas 16 km. Nunca pensei que pudesse existir em um trânsito tão caótico como de Luanda. O pior é ver aquelas máquinas incríveis como as BMW, Mercedes, Hummer, Audi, Porche, Jeep, e outra infinidade de carros que alguns eu sequer conhecia, parados, presos sem poder se mexer em meio aquele mar de carros se movendo a 5 km/h.

Se juntar todo meu cansaço e essa disposição para a academia com toda a facilidade que Angola tem para se fazer regime, chegamos na fórmula de eu estar tão redondo. Realmente não me orgulho disso e fico pensando que quando voltar para o Brasil vou entrar na academia e pagar um personal trainner.

A minha compensação por enquanto tem sido trabalho e pensar que em breve terei a minha certificação.

Amor, não fica brava, é o trânsito!

quarta-feira, março 05, 2008

A residência dos leprosos

Recentemente estive na província do Cunene. Chamou-me a atenção, nos fundos do hospital, a existência é algumas pequenas cabanas feitas de alvenaria. Era realmente muito interessante rever aquelas construções que pareciam abandonadas.

Antes mesmo que eu pudesse perguntar ao guia do que se tratavam e foi explicado. Esse local era antigamente a residência pessoas leprosas, como o mesmo chamou. As pessoas doentes ficavam confinadas nesses ambientes e podiam circular apenas próximo à sua moradia. Pelo que foi contada se previa alguém para tomar conta das pessoas e garantir que elas não saíssem do local.

Recentemente as construções estavam sendo usadas como apoio para a epidemia de cólera, mas no momento estão desativadas.

As pequenas casas são herança da época colonial, construídas e pelos portugueses hoje servem mais como lembrança do tempo que se foi.

terça-feira, março 04, 2008

Feriado no domingo em Angola se comemora na segunda

Quem disser que não gosta de feriado com certeza não sabe aproveitar o seu tempo livre. Em Angola uma característica muito especial da cultura chama a atenção. Todas as vezes que o feriado cai no domingo este é automaticamente colocada para segundo. Para a lógica local, é quase um sacrilégio perder feriado, então se ele cai no domingo, nada mais justo que jogar para segunda-feira.


Angola é recheada de feriadão, o primeiro semestre então... lembro no ano passado várias segundas-feiras seguidas com aquele belo fim-de-semana prolongado.

Entretanto não concordo com senso comum que o feriado de um dia de preguiça. Se você é comprometido com os seus objetivos então deve utilizar a semana inteira para trabalhar. Os feriados e finais de semana serve para realizar outras atividades digamos pessoas. Particularmente gosto muito de cozinha e se você quiser ser uma cobaia gastronómica é só dar uma ligada.

Semana passada fiz tomates secos. Eu não fazia ideia o Tanto que demora para eles ficarem prontos. São 10h forma, mas realmente ficou uma delícia.

Façam bom proveito no final de semana, principalmente em Angola.

quinta-feira, novembro 08, 2007

Dundo – Lunda Norte - Curiosidades

A cidade do Dundo apesar de muito pitoresca (não sei porque coloquei essa palavra, mas falando em voz alta parece até meio ridículo, quer ver? Fale ai PITORESCO KKKK), ainda precisa melhorar a infra-estrutura. Fomos ao que indicaram ser o melhor restaurante da cidade. Esse era muito simples e a garçonete muito simpática. Fico sensibilizado, pois em lugares como esse as pessoas oferecem o que tem de melhor, valorizo muito isso. Por conta disso que afirmo que apesar de simples adorei cada momento que estive nessa cidade.

Como a intenção é falar das curiosidades, lá vai. Nesse restaurante os pratos do primeiro dia eram dois, ou fungi ou mão de vaca, só. Apesar do cardápio não ser enorme comi com muito gosto a mão de vaca. O importante nesses lugares é não ter frescura, caso contrário ta lixado (lixado = lascado, ferrado, ...).

Almoço no melhor restaurante da cidade


Vamos às acomodações. O melhor e único hotel da cidade, que por uma questão de preciosismo não vou colocar o nome, tem um dono que é mais grosso que papel de enrolar prego. A criatura contamina o ambiente e por conta disso os serviços no hotel são bem ruins. É preciso colocar que a diária nesse hotel é de 130 dólares. Tem hora para apagar a luz, falta água o tempo todo, sem serviço de quarto e as baratas fazem parte do pacote. Por conta desses pequenos problemas (fala sério) fiquei em uma pousada.

Na pousada fui muito bem recebido pela dona que com aquela simpatia de interior foi me mostrar as acomodações. O preço, uma pechincha, 100 dólares sem café da manhã. Eu já sabia que estava ferrado antes mesmo de entrar no quarto, mas vamos lá. O quarto duas camas, estava até limpo. A porta não fechava muito bem em baixo e deixava passar alguns mosquitos, se não fosse a malária estava tudo certo. Então fui ao banheiro... Ai ai, deixa eu descrever... O banheiro era grande e sujo, como se diz em Recife, teia de aranha era bóia (quando uma coisa é “boia” é porque tem muito), escuro e sem luz. Uma pequena janela estava aberta e tinha tanto mosquito que desejei ter um sapo de estimação. A pior parte, além do chão sujo e o vaso sem tampa, não tinha chuveiro. No recinto apenas uma banheira suja com uma torneira para tudo, banho, escovar os dentes, barba,.. Vamos lá, só tem tu vai tu mesmo, fico com esse. Foi então que a senhora me falou do pequeno problema: - “Meu filho só tem ponto, estamos com poucas vagas e você vai ter que dividir o quarto com outra pessoa”. Nessa hora eu não agüentei, ai já é demais, sei lá quem é esse cara... Só pensava no cara roncando no meu ouvido a noite, sem falar em todos os outros inconvenientes. Respondi: - “Nem a pau juvenal”. Na verdade não respondi assim não, mas a historia ficaria melhor contando dessa forma. Disse que não, foi então que ela ia ver o que podia fazer.

Pousada - Reparem no detalhe da porta e da janela que falo no post


Passados alguns minutos ela falou que havia outro quarto. Esse era melhor e com ar-condicionado e tudo, até que gostei e sem mosquitos. O banheiro tinha chuveiro, frio, mas estava muito melhor que o outro. Agora os problemas... O forro de cama não foi trocado, tenho certeza que dormi na poeira deixada pelo último hospede que por sinal teve suas coisas retiradas enquanto eu entrava no quarto. Nada de toalha e eu esqueci de trazer a minha, resultado, fiquei três dias me enxugando com uma camisa. No terceiro dia essa camisa estava com um cheiro, que nem eu estava agüentando. O banheiro não tinha luz e como a janela estava fechada por conta dos mosquitos eu não via nada. Em um dos banhos o sabonete caiu, rapaz que trabalho que deu par achar. Fiquei tateando com o pé e rodando feito uma barata tonta, até lembrei das brincadeiras de criança de gato mia. Estou pensando seriamente em instalar um bip no sabonete para achar mais fácil ou ainda uma luz de emergência no estilo daquelas da tropa de elite.

Por falar em tropa de elite, vou trazer o capitão Nascimento para o Dundo, tenho certeza que ele só vai realizar os treinamentos aqui, afinal, quando a pessoa chega, a placa de boas vindas deveria ter a seguinte frase: “01, pede pra sair!!!”

Tirei uma foto do meu amigo da pousada. Detalhe essa luminária tem uns 35 centímetros de diâmetro. A parti de hoje batizo ele de “Aspira”.

Aspira - Meu amigo da pousada


Fui ao maior supermercado da cidade, que fica bem ao lado do obelisco e do banco. Lá só encontrei latas, suco, água e bolacha Maria. Como na pousada não havia café da manhã e muito menos jantar, foram três dias de café da manhã e jantar a base de bolacha Maria e suco de maça. Chupa essa manga!!!

No final da viagem me levaram para conhecer o zoo da cidade. O passeio foi ótimo e pela primeira vez pude ver alguns bichos diferentes na África. Dá para acreditar que ainda hoje me perguntam no Brasil se tem leão no meio da rua em Luanda? Sem noção.

Jacarés


Águias


Macaco


Para arrematar na porta do aeroporto encontrei algo realmente curioso. São vendidas, como um tipo de petisco, larvas assadas. Isso mesmo, larvas, elas são tiradas das inúmeras árvores da cidade, assadas e consumidas como tira gosto. Arrependi-me de não ter provado!

Comércio na porta do aeroporto


Insetos como tira gosto - Vai encarar?


Obrigado pela hospitalidade Dundo!

quarta-feira, novembro 07, 2007

Dundo – A cidade das mangueiras

Província de Lunda Norte


Viagem a província de Lunda Norte ao município de Dundo. A viagem foi bem tranqüila se desconsiderar-mos as 2 horas de atraso no aeroporto. É como dizem: Tirando o que está ruim, o resto está bom.

Não sei bem o porque, mas desde que pisei no aeroporto as 5:30 h que só penso em queda de avião. Fiquei tempo todo tentando me concentrar em outra coisa, mas nada. Comecei a me preocupar afinal eu nunca me vem a cabeça isso, muito menos tenho medo de avião. Quando vi a aeronave que iríamos viajar foi que o medo bateu. A fuselagem era toda em metal, sem pinturas, com uma cara de ferro-velho. Pintada apenas, na parte superior, estava escrito “A serviço da TAAG transportes aéreos Angolanos”.

Avião da TAAG com escada na traseira


Outra novidade, não foi necessária escada para subir no avião, por trás da calda baixava uma escada. Eu nunca havia viajado em uma aeronave assim. O que não tem solução, solucionada está, um olhar no futuro e pé na estrada.

Na chegada outra surpresa, paramos no meio da pista e descemos pela mesma escada da calda. Fomos desembarcados a espera das bagagens em um galpão ou seria um armazém. Alguns entulhos pelo local e todos os passageiros se amontoam de pé a espera da bagagem. Demora muito, uns 30 mim, mas chega a nossa bagagem. Todas as malas foram colocadas na caçamba de uma camionete. Depois de entrar no armazém o motorista desligou o carro e cada um que pegue a sua mala. Na saída do galpão, novamente uma revista no meu passaporte e no visto.

Aeroporto do Dundo


A primeira impressão do Dundo são as mangueiras, elas estão por toda parte da cidade. Dos dois lados pista só se vem as imensas árvores, todas enfileiradas. Realmente muito bonito. A cidade é muito verde e parece um grande condomínio de luxo fechado, pois nenhuma das casas tem muro. Os jardins são bem cuidados e há grama por todo lugar, eu disse grama e não mato.

Mangueiras enfileiradas por toda cidade


A cidade parece um grande condomínio fechado


As arvores estão carregadas e ao chegar na pousada, no final da tarde, sai para dar uma volta a pé. Muitas pessoas comem mangas com as mãos, mais a frente, no que seria uma grande praça apenas com gramado e algumas arvores, está acontecendo uma animada partida de futebol.

Pousada


Continuo caminhando e vejo uma agencia bancária e um supermercado. No centro do dois uma rotunda com um grande obelisco. Os jardins da cidade me encantam e nesse obelisco tudo está bem tratado ou em reforma.

Banco da cidade


Obelisco do Dundo


As ruas estão molhadas, choveu muito pela manhã, a caminhada tem um cheiro molhado de terra. Sinto-me caminhando em uma cidade de filme americano, tipo Small Vile.

Apensar da guerra se vê todo cuidado que a população tem com a sua querida e distante cidade. Ainda há muito mais o que conhecer no Dundo.


A cidade é muito verde e a manhã chuvosa deixa um cheiro gostoso de terra molhada

quarta-feira, agosto 15, 2007

Angola país com menor expectativa de vida segundo universidade de Washington

Questiono o resultado essa pesquisa. Angola que se encontra no período pós-guerra deve ter sido influenciada por dados anteriores 2002.

Diferente do que diz a matéria sobre os investimentos em saúde nos EUA, em Angola os investimentos em saúde são exemplares. O governo investe fortemente nos hospitais, reformas, modernização e melhoria de processos. Além disso, o que se vê são campanhas focadas no bem estar da população, como a contra a AIDS, e que são realizadas com grande esforço pelo governo.

Sobre o programa Angolano de luta contra a AIDS, posso falar com firmeza por conhecer bem, é elogiável e muito bom. A motivação e engajamento de todos que fazem esse programa tem que ser destacada. O INLS (Instituto Nacional de Luta contra a SIDA – www.angolainls.org) tem se destacado e investido pesado no combate a essa doença.

Tenho certeza que nas próximas pesquisas Angola vai subir consideravelmente de posição. Por enquanto, infelizmente, amarga a última posição.
Angola na cauda de estudo sobre esperança de vida Lusa
http://www.angonoticias.com/full_headlines.php?id=16051

Angola é um dos países com menor esperança de vida no Mundo. Segundo o estudo do Instituto de Mediação e Avaliação da Saúde da Universidade de Washington, (EUA), Andorra, com 83,5 anos, Japão, Macau, Singapura e a República de São Marino lideram a lista dos países e territórios com maior esperança média de vida. Os Estados Unidos surgem em 42º lugar, posição que leva o responsável científico pelo estudo, Christopher Murray, a afirmar que «alguma coisa está errada quando um dos países mais ricos do mundo, um dos que mais investe nos cuidados de saúde, não consegue acompanhar outros países menos desenvolvidos.

A esperança média de vida também está relacionada com as taxas de mortalidade infantil e nos Estados Unidos, em cada mil nascimentos registam-se 6,8 mortes e entre os afro-americanos, a taxa sobre para 13,7, valor idêntico ao da Arábia Saudita. Os países com valores mais baixos no índice de esperança média de vida estão localizados na África sub-sahariana, regiões mais afectadas pelo vírus HIV/SIDA, pandemias e conflitos armadas.

De acordo com o estudo Suazilândia, com 34,1 anos, Zâmbia, Angola, Libéria e Zimbabué são os países com menor esperança média de vida.

segunda-feira, agosto 13, 2007

Morre Álvaro Holden Roberto – Último dos três

Morre aos 83 anos Holdem Roberto em 02 de agosto de 2007. Holdem foi o fundador de um dos três principais movimentos de libertação Angolano – FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola). Juntamente com Agostinho Neto (MPLA) e Jonas Savimbi (UNITA) esses três notáveis ajudaram a terminar a colonização Portuguesa sobre esse país.

Pode-se dizer que o seu falecimento encerra um ciclo e coloca na memória do povo Angolano mais um ícone. Honrar e construir um grande país é a obrigação do legado para as gerações futuras.


Holdem Roberto


Faleceu líder histórico da FNLA
Angop
http://www.angonoticias.com/full_headlines.php?id=15874%3Cb

O presidente da FNLA, Álvaro Holden Roberto, faleceu ao princípio da noite de hoje, quinta-feira, aos 83 anos, na sua residência, em Luanda, indica uma declaração do Bureau Político deste partido.

Holden Roberto foi um nacionalista angolano durante a guerra colonial portuguesa, que culminou com a proclamação da independência do país, em 11 de Novembro de 1975.

Nascido em 1924, Holden Roberto criou, em 1962, a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) ,da qual se tornou presidente até a data da sua morte.

Foi igualmente membro do Conselho da República, órgão de consulta do Chefe de Estado.


Reservamos em exclusivo o espaço de comentário para mensagens de condolências. Não aceitaremos qualquer outro tipo de mensagem por está via. Administração AngoNotícias

UPNA - União dos Povos do Norte de Angola


Holden Roberto
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Holden_Roberto

Holden Roberto (São Salvador, 12 de janeiro de 1923 — Luanda, 2 de Agosto de 2007) foi um dirigente nacionalista angolano durante a Guerra Colonial portuguesa. Iniciou a sua actividade política em 1954 com a fundação da União dos Povos do Norte de Angola (UPNA), mais tarde designada UPA. Assina em 1960 um acordo com o MPLA que não iria cumprir, para assumir sozinho a liderança na luta contra o colonialismo português.

Em 1962 criou a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), da qual se tornou presidente. Seria esta organização que viria a constituir o Governo Revolucionário de Angola no Exílio (GRAE), em que Jonas Savimbi surge como ministro dos Negócios Estrangeiros.

FNLA - Frente Nacional de Libertação de Angola


Frente Nacional de Libertação de Angola
http://pt.wikipedia.org/wiki/Frente_Nacional_de_Liberta%C3%A7%C3%A3o_de_Angola

Este artigo faz parte da série:
Politica e governo de
Angola

* Presidente
o José Eduardo dos Santos
* Primeiro-Ministro
o Fernando dos Santos
* Governo
* Assembleia Nacional
* Partidos políticos
o MPLA - UNITA - PLD - FNLA
* Eleições:
o Legislativa de 2008
o Presidencial de 2009
* Províncias
* Guerra civil
* Política externa

Portal de Política

A Frente Nacional de Libertação de Angola é um movimento político de Angola. Foi fundada em 1957 com o nome de União das Populações do Norte de Angola.

O FNLA foi um dos grandes movimentos nacionalistas durante a Guerra do Ultramar, juntamente com o MPLA e a UNITA.

[editar] Na Guerra Colonial Portuguesa

Ver artigos principais: Guerra Colonial Portuguesa, Guerra da Libertação de Angola.

Antiga bandeira da FNLA, do tempo da independência de Angola.
Antiga bandeira da FNLA, do tempo da independência de Angola.

A União dos Povos de Angola (ou apenas UPA), anteriormente designada de União dos Povos do Norte de Angola (UPNA), foi a designação dada a um dos movimentos de libertação da província ultramarina portuguesa de Angola sob o regime português desde 1484. Este movimento de libertação iniciou a sua luta armada na região do norte de Angola em 15 de Março de 1961, nomeadamente no concelho do Uíge estendendo-se mais tarde para o sul, até a actual província do Bengo.
Emblema da UPA.
Emblema da UPA.

A sua primeira manifestação neste sentido consistiu num ataque às fazendas de café, não poupando nada nem ninguém incluindo os trabalhadores africanos. Este movimento, alegadamente regionalista e racista, criticado a nível interno e externo, estaria na base da alteração da designação da UPA deixando cair o N.

Mais tarde, voltaria a ser rebaptizada para Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA).

A UPNA - UPA - FNLA teve como retaguarda de luta o ex-Congo Belga, actual República Democrática do Congo, a seu tempo liderada pelo falecido General Mobuto Sesse seku Uasabanda que deu o seu incondicional apoio ao movimento desde o início da luta armada em 1961. Boas relações foram mantidas ao longo dos anos entre o presidente Mobutu e o carismático lider da UPA/FNLA, Holden Roberto que, com mais de oitenta anos, e ainda líder do agora partido FNLA, vive em Luanda e propôs-se recandidatar à sua própria sucessão no Congresso que teve lugar no mês de Dezembro de 2005.

O movimento que conheceu o seu maior enfraquecimento nos anos oitenta, pela deserção dos seus principais dirigentes, tendo alguns deles regressado ao país e incorporados no partido que está no poder em Angola, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), liderado por José Eduardo dos Santos, Presidente da República, mormente o falecido Jony Pinoc Eduardo, Paulo Tuba, Hendrique Vaal Neto e outros que chegaram a ser ministros no Governo de Reconciliação Nacional, e ainda a fixação de residência em Paris até 1992, altura em que tiveram lugar em Angola as primeiras eleições gerais.

O afastamento de Holden Roberto que se fixou em Paris durante muitos anos levou a fissura do partido em duas alas sendo um delas a liderada pelo sociólogo Lucas Ngonga. A aproximação das segundas eleições gerais em Angola levou a que as duas alas negociassem o reencontro que culminaria no próximo congresso marcado para o mês de Dezembro de 2005 onde seria debatida a questão da liderança.

Para além de ser um dos três partidos históricos na luta de libertação nacional a FNLA é o terceiro partido mais votado com assento no parlamento angolano. Nas cerimónias dos festejos dos trinta anos da independência de Angola, Holden Roberto e Ngola Kabango foram distinguidos com uma das mais altas condecorações de mérito e honra da República.