Procura a bicha para tomar pica no rabo !
Com certeza uma das coisas mais engraçadas aqui em Angola é que, apesar de os dois povos terem o português como língua oficial, os costumes locais e os dialectos das tribos, dão todo um tempero no vocabulário. O título do post de hoje é justamente o trocadilho que os Brasileiros adoram fazer aos novatos. Antes que alguém diga que virei “paneleiro”, vamos a explicação do que significa.
- Bicha = Fila, fileira de pessoas que se colocam umas atrás das outras, pela ordem cronológica de chegada
- Pica = Seringa, injeção
- Rabo = É isso mesmo o que você entendeu e pronto. Popular bunda.
O engraçado é que a quase um mês em Luanda ainda não aprendi nenhum palavrão. Mas os sabores e as gírias locais já fazem parte do cotidiano e cada vez mais os utilizamos. Veja o caso do meu amigo, Sérgio, que divide o apartamento comigo. Nos chamamos de Kamba, que quer dizer amigo. Existem até alguma variações para amigo. Tipo, na primeira semana aqui, um outro Brasileiro virou para mim e me disse: você é meu puto. Eu prontamente respondi: mais nê lasca mesmo, sai de Recife para ser chamado de puto na África. Na mesma hora fui informado que Puto é como se chamam as pessoas novas, ou novatos ou crianças, mas aplicado a crianças. Já Cota é outra variação para amigo, contudo dessa vez é com respeito, uma pessoa mais velha ou mais experiente. Cota é como se fosse o mestre, o cacique, o manda-chuva, assim se você quiser tirar uma onda com um amigo dizendo que ele manda no pedaço, chama ele de Cota. Para fechar as classificações de pessoas, tem o Soba. Soba é o ancião, o cara mais velho, não tem moral nenhuma, diferente do Cota.
Encontrei um dia desses um site que havia um dicionário para o português originado a partir do principal idioma local, o Kimbundo. A página é bastante interessante e vai como dica para conhecer um pouco mais do país. Abaixo o dicionário.
Um forte abraço e cuidado com as picas, principalmente quando tiver que pegar uma bicha.
www.multiculturas.com/angolanos/contactos.htm
Vocabulário de kimbundu no português de Luanda
Organizado, na sua grande maioria, com base no Dicionário de Kimbundu–Português de António de Assis Júnior, no Dicionário Complementar de Português–Kimbundu–Kikongo do Padre António da Silva Maia e no Dicionário de Regionalismos Angolanos de Óscar Ribas.
-Arimo – (Do Kimbundu ku rima ou ku dima, cultivar) – Lavra, pequena plantação agrícola. Termo em desuso a partir do início do século XX.
-Avilo – Amigo (gíria luandense).
-Axiluanda – V. Muxiluanda.
-Bantu – Plural de muntu; designação dos povos africanos entre si, significando seres humanos; aplicável também às línguas africanas, cuja flexão se faz por prefixação.
-Banzo – (Do kimbundu ku banza, pensar, raciocinar) – Admirado, aparvalhado, pensativo.
-Bazar – (Do kimbundu ku baza, romper) – Fugir, sair subitamente.
-Bufunfa – Medo (calão luandense).
-Bungula – Dança efectuada pelos feiticeiros quando pretendem atingir alguém com um malefício; ritmo inspirado nesta dança com muita voga em Luanda nos anos 70 e 80 (t. kimbundu).
-Calema – (Kimbundu, Kalemba) – Procela, tempestade no mar.
-Calundú – (Aportuguesamento de Kilundu, plural Ilundu) – Espírito de antepassado.
-Camalongo – Tributo de honra prestado pelo noivo à família da noiva. Correspondente ao kimbundu alembamento (t. kikongo).
-Camba – (Kimbundu, Dikamba) – Amigo.
-Cambuta – (Kimbundu, Kambuta) – Homem baixo.
-Candongueiro – (Do kimbundu Candonga, negócio ilegal) – Termo aplicado modernamente aos táxis colectivos urbanos que, de início, eram ilegais.
-Caporroto – Aguardente de milho.
-Cassule – (Do Kimbundu ku suluka, ficar livre) – O filho mais novo.
-Cassuneira – (Do kimbundu ku suna, ter carranca) – Espécie de cacto que chega a atingir quatro metros de altura.
-Cazumbi – Alma do outro mundo, duende (t. kimbundu).
-Curibotice – (Do Kimbundu ku dibota, palrar, dizer mal) – Maledicência.
-Dibata – Ver Kubata.
-Dicanga – Terreiro de dissaquela (t. kimbundu).
-Dicosso-dos-calundús – Água lustral destinada ao ritual de evocação dos espíritos (Tradução do Kimbundu, Dicosso dia Ilundu).
-Dikamba – Amigo, companheiro (t. kimbundu).
-Dilombe – Pequeno santuário ou altar de oração do quimbanda (t. kimbundu).
-Diongo – Arpão bifurcado para fisgar peixes (t. kimbundu).
-Dissaquela – (Do kimbundu ku sakela, adivinhar) – Ritual de evocação dos espíritos.
-Dongo – (Kimbundu, Ndongu) – Canoa de madeira de mafumeira.
-Dunda – (Kimbundu, Ndunda) – Penhor prestado aos espíritos pelo seu chamamento.
-Eme – Designação, em gíria, do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola).
-FAA – Forças Armadas Angolanas. Designação das PAPLA a partir de 1992.
-FAPLA – Forças Armadas Populares de Libertação de Angola.
-Fenela – Designação, em gíria, da FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola).
-Funji – Massa cozida de farinha, denominada fuba, geralmente de milho, massambala, massango mandioca ou batata doce (t. kimbundu).
-Gasosa – Gorgeta (gíria).
-Ilamba – Ver Kilamba.
-Ilêmbu – Dote ou tributo de honra prestado pelo noivo à família da noiva; veio a ser aportuguesado para alembamento (t. kimbundu).
-Imbanda – Ver Kimbanda.
-Jimbamba – (Kimbundu, plural de mbamba) – Pequeno búzio.
-Jindandu – (Kimbundu, plural de ndandu, parente) – Família, parentes.
-Jindombe – Gémeo (t. kimbundu).
-Jingola – Ver Ngola.
-Jingolôlo – Gritos tumultuosos, clamores, berraria (t. kimbundu).
-Jinguindo – (Kimbundu, plural de ngindu, trança, do verbo ku inda, entrançar) – Trança.
-Jinguingi – Bagre (t. kimbundu).
-Jisoba – V. Soba.
-Jota – Abreviatura para designar a Juventude do MPLA (JMPLA).
-Kabetula – (Do kimbundu, ku betula, levantar; alusão ao levantamento das nádegas) – Antiga dança carnavalesca dos musseques de Luanda, nos anos 50.
-Kabasa – O mais novo de dois gémeos; é também sinónimo de contemporâneo ou de mundo dos vivos; também aplicável à cidade fortificada do Ngola, na zona onde o rei convive com os vivos (t. kimbundu).
-Kakulu – O mais velho de dois gémeos; é também sinónimo de antepassado ou de mundo dos mortos; também aplicável à zona da cidade fortificada do Ngola onde o rei guarda os objectos sagrados e as relíquias dos antepassados (t. kimbundu).
-Kakusu – Tilapia, peixe de rio (t. kimbundu).
-Kalemba – Agitação violenta do mar; por corruptela portuguesa, foi-se transformando com o tempo em calema (t. kimbundu).
-Kalundu – Aportuguesamento de kilundu, espírito de antepassado; também se usa para designar a cerimónia do chamamento desses espíritos ou o culto das yanda (t. kimbundu).
-Kalunga – Mar, abismo; termo também utilizado no sentido de morte, firmamento ou mundo dos mortos (t. kimbundu).
-Kalungangombe – Ente espiritual que acolhe as almas dos mortos no outro mundo (t. kimbundu).
-Katutu – Mês do calendário kikongo e kimbundu correspondendo aproximadamente a Julho, época do ano compreendida no kixibu e onde se queimam os morros; antecede o mês da Kisepa, das queimadas dos terrenos agrícolas (v. Kixibu).
-Kiangala – Pequena estação seca correspondendo ao mês de Janeiro (t. kimbundu).
-Kianda – (plural, Ianda) – Espírito das águas (t. kimbundu).
-Kibaka – Pequeno cepo usado como banco; espécie de mocho rudimentar (t. kimbundu).
-Kibinda (Plur. Ibinda) – Caçador profissional, um estatuto iniciático entre os Mbundu, dispondo de poderes sobrenaturais para lidar com animais selvagens de grande porte (t. kimbundu).
-Kiela – Espécie de gamão africano jogado com pedras na areia (t. kimbundu).
-Kijibanganga – Assassino, destruidor (do kimbundu ku jiba, matar).
-Kijiku (gentes de) – Serviçais dos de mudinda originários de outros clãs, em geral prisioneiros de guerra ou seus descendentes; literalmente, gentes de fogo, por alusão ao acto do serviçal acender o fogo da lareira da casa daqueles a quem serve; também chamados gentes de quintal ou gentes de fora (t. kimbundu).
-Kijila – Interditos; em Portugal, por influência dos escravos africanos, esta palavra entrou no léxico português sob a forma de quezília, cujo significado foi evoluindo com o decorrer dos séculos (t. kimbundu).
-Kijinga – Espécie de gorro usado como coroa pelos jingola ou como distintivo de linhagem pelos altos dignitários Mbundu (t. kimbundu).
-Kilamba – Intérprete ou “condutor” das sereias (ianda); com a instituição da chamada “Guerra Preta” e de outras formações militares coloniais constituídas por africanos, adquiriu também o significado de capitão ou condutor de homens (t. kimbundu).
-Kilembu – Palavra que viria a ser aportuguesada para alembamento; o mesmo que dote (t. kimbundu).
-Kilombo – Acampamento fortificado, entre os Mbangala.
-Kimbanda (plur. Imbanda) – Especialista de magia Mbundu e Imbangala, havendo vários tipos consoante o espírito que tratavam e os meios que utilizavam (t. kimbundu).
-Kimbiji – Peixe grande (t. kimbundu derivado da junção do aumentativo ki com o substantivo mbiji).
-Kimenga – Preparado à base de qualquer animal doméstico que as raparigas kikongo têm de comer durante os ritos de puberdade.
-Kinhoka – Cobra comprida (t. kimbundu que está na origem da palavra minhoca).
-Kinzári – Monstro imaginário com corpo de fera e pernas humanas (t. kimbundu).
-Kipa – Magia que concede o poder da metamorfose, geralmente em animais ou árvores, ou da transmissão de remédios ou preventivos (t. kimbundu).
-Kisoko – Costume bantu que consiste no acordo íntimo entre duas famílias transmissível aos descendentes (t. kimbundu).
-Kixibu – Grande estação seca, nebulosa e ventosa que corresponde aos meses compreendidos entre Maio e Setembro; veio a ser aportuguesada para cacimbo; dela fazem parte os seis meses de Kasambéua, Kanake, Kávuá, Kakui, Katutu e Kisepa.
-Kixima – Cachimbo, chaminé; escavação aberta numa superfície formando um buraco, que originou o verbo cachimbar e também a palavra cacimba no sentido de poço ou cisterna (t. kimbundu).
-Kizaka – Esparregado de folhas de mandioqueira (t. kimbundu).
-Kofu – Cesto estreito e comprido usado outrora pelas mulheres da Ilha de Luanda na pesca do nzimbu; também usado como medida de capacidade.
-Kota – (Kimbundu, Dikota) – Mais velho.
-Ku Luanda – Segundo determinados autores, significa para ocidente (t. kimbundu).
-Kubata (plur. Dibata) – Casa (t. kimbundu).
-Kudúro – Ritmo muito em voga em Luanda na segunda metade dos anos 90, próximo do “Braek” e do “Rap”.
-Kuku ia diala – Avô (t. kimbundu).
-Kula – O mesmo que, em kimbundu, Tacula (t. kikongo).
-Kulembe – Estado lendário muito antigo do planalto de Benguela.
-Kumbú – (Do kimbundu Ukumbu, vaidade) – Dinheiro.
-Kusamanu – Período das grandes chuvas entre Fevereiro e Abril (t. kimbundu).
-Kutanu – Meses de Novembro e Dezembro, compreendidos na estação quente das chuvas (t. kimbundu).
-Lemba dya Ngundu – Tio da linhagem matrilinear, entre os Mbundu (t. kimbundu).
-Luanda-Dois – Expressão de gíria, popularizada depois do projecto urbanístico Luanda-2, para designar a companheira de uma relação extraconjugal.
-Lumbu – Termo kikongo usado para designar o conjunto dos descendentes de alguém pela via patrilinear.
-Lunga – Pedaço de madeira símbolo de autoridade Mbundu muito antigo, associado em particular aos bapende; acreditava-se que viera do mar e tinha estreita ligação com a água de lagoas e rios.
-Maiombola – Sortilégio para aproveitamento da alma de um vivo, levado a cabo, ou por iniciativa de espíritos mortos, ou por acção de feiticeiros; a palavra também é usada para designar a própria alma da vítima (t. kimbundu).
-Maka – Questão, conflito (t. kimbundu).
-Malunga (Santo de) – (Kimbundu, plural de dilunga) – Espíritos de indivíduos de raça branca e raça negra que se revelam por simpatia e isoladamente, em lugar apropriado.
-Mambo – Doutrina, preceito (t. kimbundu). Modernamente usado no sentido de assunto, estória.
-Mangonha – Preguiça (t. kimbundu).
-Marufo (ou maruvo ou maluvo) – Vinho do sumo de caju ou de seiva de matebeira, palmeira, palmito ou bordão (t. kimbundu).
-Massambala – Milho de sorgo ou milho miúdo, que serve para fazer fuba mas também para alimentar as galinhas.
-Matacos – (Kimbundu, plural de Ditaku) – Nádegas, ânus.
-Matebeira – Árvore da família da palmeira cujas folhas são utilizadas para o fabrico de vassouras, abanos, sacos e e cordas e de cuja seiva, depois de fermentada, se extrai o maluvo (t. kimbundu).
-Matubas – (Kimbundu, plural de Dituba) – Testículos.
-Mavunga – Ver vunga.
-Mazanga – Designativo da Ilha de Luanda ou Ilha das Cabras; tanto pode querer dizer ilha como baía ou mesmo cântaro de barro, pois deriva do verbo kimbundu ku sangana, que significa convergir; pode igualmente, com a grafia masanga, designar lagoas (plural de disanga, lagoa).
-Mbambi – Cabra pequena, de pele muito usada na confecção de tambores ou na arte da adivinhação (t. kimbundu).
-Mbiji – Peixe (t. kimbundu).
-Mbondo – Adansonia digitata. Árvore africana gigantesca conhecida também pelo nome de baobá ou baobabe e, nos países lusófonos, por embondeiro ou imbondeiro, aportuguesamento do termo kimbundu.
-Menha a ndungu – (Kimbundu, literalmente água ajindungada) – Ensopado ajindungado de peixe seco assado.
-Milongo – Remédio (t. kimbundu).
-Minzangala – (Kimbundu, plural de Munzangala, rapaz) – Juventude.
-Miondona – Espírito que, de par com a alma, coexiste num indivíduo e se transmite pela via paterna (t. kimbundu).
-Monacaxito – BM-21, engenho bélico de fabrico soviético introduzido em Angola pelos cubanos.
-Monandengue – Criança (t. kimbundu).
-Muadiê – (Do kimbundu Muadiakimi, mais velho) – Termo usado na gíria luandense no sentido de indivíduo, fulano, tipo, gajo.
-Mucasso – Risca de pós especiais feita no corpo para protecção do mal (Do verbo kimbundu ku kasumuna, desimpedir).
-Mudinda (gentes de) – Homens livres, na maior parte proprietários de terras, que viviam fora do perímetro da "cidadela real" ou mbanza do ngola (t. kimbundu).
-Mukulu – Antepassado (t. kimbundu).
-Mulamba – Cozinheiro (t. kimbundu).
-Mulemba – Figueira africana. Árvore frondosa (t. kimbundu).
-Mulôji – Feiticeiro, condutor das forças ocultas maléficas (t. kimbundu).
-Mundele – (Plural, Mindele) – Homem branco. Há várias explicações para a origem da expressão, mas inclinamo-nos para a tradição que relaciona os europeus com os espíritos dos antepassados (ndele, plural jindele), de cor branca (t. kimbundu).
-Musonge – Acácias (t. kimbundu).
-Muxacato – (Do kimbundu ku xakata, friccionar, arrastar) – Instrumento de adivinhação material do quimbanda consistindo num pedaço de madeira friccionado por uma vara. Actualmente, em linguagem urbana, a expressão é, por vezes, usada enquanto sinónimo de umbanda em geral.
-Muxiluanda – (plur. Axiluanda) Natural da Ilha de Luanda.
-Muxito – Bosque, mata; conjunto de árvores, geralmente ao pé de um rio ou de uma lagoa (t. kimbundu).
-Muzonguê – Caldo de peixe (t. kimbundu).
-Ndandu – Parente. Também usado no sentido de família (t. kimbundu).
-Ngaeta – Harmónica (aquimbunduamento do português gaita).
-Ngangula – Ferreiro (t. kikongo, também usado em kimbundu).
-Ngola (plur. jingola) – Pedaço de ferro que a maioria das linhagens Mbundu detinha como importante insígnia de autoridade, a qual substituíu o lunga, estando associada ao povo Samba; termo vulgarmente aplicável para designar o seu detentor, ou seja, o Rei (t. kimbundu).
-Ngola-Mbole – Grande chefe dos exércitos, imediatamente abaixo do Ngola (Rei) (t. kimbundu).
-Nzambi – Deus (t. kimbundu comum à generalidade das línguas bantu).
-Nzimbu – Pequeno búzio em tempos pescado pelas mulheres da Ilha de Luanda, que servia de moeda de troca ao Rei do Kongo.
-Pancar – (Do Kimbundu ku pangala) – Embater, chocar.
-Paracuca – Doce de jinguba em torrões (palavra originada no facto de este doce seco ser comido no acompanhamento da cerveja, sobretudo da marca Cuca).
-Pemba – Argila branca usada em umbanda para afastar os malefícios e atrair os espíritos benéficos (t. kimbundu).
-Pula – Pessoa de raça branca.
-Quarto do kuosa – Quarto de reclusão.
-Quifumbe – (Do kimbundu ku fumba, danificar) – Bandido, salteador.
-Quilumba – (Kimbundu, Kilumba) – Rapariga, moça.
-Quilunzar – (Do Kimbundu Kilunza, arma de fogo) – Dar um tiro, balear.
-Quimbanda – (Kimbundu, Kimbanda) – Sacerdote mbundu dos espíritos dos antepassados, que se encontram na terra.
-Quínguila – (Ou kingila, a que espera, do kimbundu ku kinga, esperar) – Mulher que procede, na rua, ao câmbio mais barato do dólar pelo kwanza.
-Roque Santeiro – Grande mercado paralelo situado na zona norte de Luanda, onde se vende toda a espécie de mercadorias. Actualmente é o principal abastecedor da cidade.
-Sanga – Cântaro de barro (t. kimbundu).
-Sembar (Do kimbundu ku semba, requebar-se e dar umbigadas) – Dançar.
-Soba – (Plur. Jisoba) Chefe local (t. kimbundu).
-Sualala – Formiga térmite; o aportuguesamento deste termo kimbundu deu origem ao vocábulo salalé, hoje usual.
-Sunguilamento – Ver Sunguilar.
-Sunguilar – Passar a noite a conversar, geralmente a contar histórias ou adivinhas (t. kimbundu).
-Tacula (ou takula) – Árvore de cuja casca se extrai uma tinta vermelha usada nos rituais da puberdade femininos e em cosmética; a palavra tacula designa também a própria tinta (t. kimbundu).
-Trapalhões (Mercado dos) – Mercado paralelo da Ilha de Luanda especializado no serviço de refeições.
-Trespassar – Termo usado em Luanda após a Independência para designar, não apenas a venda de estabelecimento comercial, mas também a ocupação de casa devoluta.
-Uanda – Termo usado tanto no kikongo como no kimbundu e que designa rede, quer de pesca, quer carga de pessoas ou bagagens.
-Uanga – Feitiçaria, malefício (t. kimbundu).
-Ucussu – Ocre vermelho usado em umbanda para atrair a graça dos espíritos (t. kimbundu).
-Ulungu – Embarcação de madeira similar ao ndongo, mas mais pequena (t. kimbundu).
-Umbanda – (Do kimbundu ku banda, desvendar) – Ciência do quimbanda, podendo consistir na arte de curar ou adivinhar, sempre mediante o chamamento dos espíritos dos antepassados.
-Vunga (plur. mavunga) – Título de nomeação, introduzido entre os Mbundu através do Libolo, distinto das posições hereditárias e perpétuas.
-Xaxatar – (Do kimbundu ku xaxata) – Tocar, apalpar.
-Ximbicar – Remar à vara, geralmente de bordão, espetando-a no fundo da água do mar, rio ou lagoa (t. kimbundu).
-Xingar – (Do kimbundu ku xinga) – Injuriar, praguejar.
-Xinguilar – (Do kimbundu ku xinguila) – Entrar
-Zungueiro – (Do kimbundu ku zunga, circular) – Vendedor ambulante.
Um comentário:
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