quarta-feira, maio 30, 2007

Rally por Angola - Início

Sérgio chegou 15 dias ante de mim a Angola. Uma semana depois da sua chegada ele foi convidado a um rally que serviu como uma ótima forma de integração. Desde o dia que nos conhecemos que ele fala, com empolgação, como foi a sua aventura. As fotos são incríveis e eu fiquei morrendo de vontade que acontecesse novamente.

Semana passada, com um feriado chegando na sexta-feira 25/05, dia da África, foi combinado um novo passeio. Dessa vez o acampamento seria na ilha do Mussulo. Bom, a ilha que na verdade é uma península, tem uma passagem pela qual é possível se chegar num bom 4X4. A idéia era procurar um ponto na ponta da “ilha” e montar as barracas. Seriam 5 carros com 4 pessoas por carro e um aparato grande. Dentre as tranqueiras estão: 2 churasqueiras, 6 barracas, colchões de ar, gerador, luminárias, muita comida e um bocado de bebida.

Acordei 6:40 h sonolento, mas sem a ajuda do despertador, isso é um bom sinal. Juro que pensei em desistir, dois dias inteiros na praia, sem banho, fiquei pensando como seria. A minha consciência só ficava pensando que se fosse minha irmã, ela não perderia esse passeio por nada desse mundo. Criei coragem, levantei da cama e comecei a aprontar uma pequena mala. A barriga roncou e fui à cozinha, Sérgio já estava por lá preparando um sanduba, encarei um corn flakes. Na mala duas camisas, uma bermuda, duas cuecas, escova de dentes e produtos de uso pessoal, máquina fotográfica e MP3. Alguns remédios são necessários, principalmente uma para o nariz, que vive entupido, nada como o bom e velho Sorine. Sérgio, que descei na frente, já me ligava perguntando se eu havia desistido, a essa altura eu já estava na porta.

As descobertas começaram na hora em que coloquei o meu pé lá em baixo. No carro, um Nissan cabine dupla, três estranhos. Henrique, o motorista, um cara bem legal, um pouco mais velho, na faixa dos 45. Fred, um novato em Angola, chegado a10 dias, ainda estava cara de assustado. Por fim Samia, médica, uma figura. Pedi para ir na frente, sem problemas, combinei de voltar atrás com Fred. Equipe montada, vamos ao que interessa.

Os papos começam naquele clima de “conversa de elevador”, sabe como é, um gelo. Fred por sinal poderia nesse momento de cubo de gelo, não deu um piu. Samia fala pelos cotovelos e eu vou na onda. Henrique dá umas risadas e como já está a mais de 3 anos em Angola, comenta sobre a sua experiência. Depois dele o que tem mais tempo sou eu, quase 8 meses agora. Samia está aqui a pouco mais de 2 meses e está ansiosa para primeira volta ao Brasil.

A aventura está só começando.

quarta-feira, maio 23, 2007

O fuso horário dá um soooono

Eu juro que eu ainda jogo esse celular na parede, oh bicho chato, só mais 20 minutinhos. O quarto está gelado, estou coberto pelo edredom que de tão quentinho parece até a minha segunda pele. Eu queria saber quem foi o infeliz que inventou de colocar Luanda tão longe de Recife. O quarto está bem escuro e ao fundo só escuto o som do ar condicionado. Meu corpo está relutante em levantar, na verdade estou pensando seriamente e nem abrir os olhos, estou pensando em apostar se consigo chegar no banheiro de olhos fechados. Nesse momento eu quase posso ver o meu pai no pé da cama dizendo: “Acorda Sply não quero saber de chegar atrasado e trate de fazer a barba logo”. “Ta pai, já estou indo” Oh veio para me aperriar...

Quanto coloco o pé no chão tenho certeza que o melhor é voltar para a cama, eu estava sonhando com a minha cama e com minha mãe me acordando com uns beijinhos. Minha mãe sempre foi mais mamata que o meu pai, me acordava com um beijo na testa e espera mais 10 minutos para me chamar novamente. Mamãe é legal!!!

Por favor que não esteja faltando água, por favor que não esteja faltando água, isso sim é que é oração. Nos dias em que chego no banheiro com aquela cara de maracujá de gaveta e do chuveiro não sai nada, eu só tenho vontade de chorar. Quando isso acontece, desenvolvi uma técnica de tomar banho com 1 litro e meio de água ou uma garrafa de água mineral. Esse é o famoso banho de gato, só falta eu me lamber para completar a limpeza. ECA...

Toda vez que chego a Angola é essa mesma agonia. Venho de férias e estou acordando tarde, às vezes as 10 da manhã, às vezes meio dia. Na região da África que me encontro são 4 horas a mais para o Brasil, considerando que eu acordava 4 horas depois das 7 da manhã e agora acordo as 7.... Resultado estou acordando pelo menos 8 horas mais cedo que a uma semana atrás.

Eu juro, ainda vou acabar com aquele maldito celular.

terça-feira, maio 22, 2007

Faz-se chamada - Em Angola não tem Orelhão

Olha a bateria vai aca... Pip... Pip... Pip... Pronto já se foi a minha bateria, oh raiva. Olho para o celular, tenho vontade de jogar no chão. Estou na rua, perto do trabalho, vim fazer lanche, a barriga estava colada nas costas. Eu odeio telefone, mas oh mal necessário. Nessas horas eu só lembro das leis de Murth, se algo tem que dar errado, vai dar errado. Estou olhando para o aparelho sem saber se alguém vai vir me pegar no trabalho, a essa altura cansado e doido para tomar um banho. Como aqui em Angola ninguém tem carro, utilizamos sempre os carros da empresa, tem que estar sempre combinando para saber como se vai voltar para casa. Hoje, justo hoje, estou sem carro e estava programando a hora para o pessoal vir me buscar. Eu mereço, sabia que não devia ter dito que aquela menina da quinta série tinha cabelo de cenoura, deve ter sido praga dela, só pode ter sido. O pior é que depois de uns 15 anos encontrei com ela e a danada ficou linda. Oh boca grande.

Primeiro pensamento um orelhão, claro, tem coisa mais comum no Brasil do que um orelhão??? Antes mesmo de levantar os olhos, lembro que EM LUANDA NÃO TEM ORELHÃO!!! Claro por que facilitar se pode complicar? Para a minha surpresa atrás do balcão botequim Three Sisters esta escrito: Faz-se chamadas.

Nada como o jeitinho. Aqui em Angola na falta de orelhões pela cidade, a maioria dos pequenos comércios, como bares e lanchonetes têm um telefone fixo que realizam chamadas. Olhei para a atendente que parecia estar mais ansiosa pelas 18h00h do que eu. Perguntei como funcionavam essas chamadas. Ela me olhou e pude ler nos seus olhos que estava escrito: De onde é esse mane? De Marte? Tive vontade de dizer: Oh minha tia, tenha paciência, sou apenas um rapaz latino americano. Besteiras à parte por 50 Kwanzas foi possível fazer uma ligação bem rápida e pedir para o pessoal do trabalho vir me buscar.

Pronto, está ai a solução, se faltar o cartão ou o bateria te deixar na mão, faça uma chamada meu irmão. Adoro essas soluções simples.

segunda-feira, maio 21, 2007

Kwanza valoriza frente ao Dólar

A tendência é mundial, mas que preocupa isso com certeza. Quem está aqui fica sempre pensando até que ponto vale à pena, o fator financeiro sempre foi um grande atrativo, mas com a queda do dólar... No Brasil a cotação já vai abaixo de dois reais. Aqui o valor da moeda que sempre foi negociado a 80 agora já é negociado a 75.

Com a queda do valor do dólar fica ainda mais difícil contratar profissionais expatriados. Acredito que as empresas vão ter problemas e em breve haverá muita gente renegociando os contratos.

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Kwanza finta Dólar Agora
http://www.angonoticias.com/full_headlines.php?id=14702

A moeda nacional tem estado nos últimos dias, aparentemente a ganhar a dura batalha em relação ao dólar. O kwanza tem levado uma certa vantagem face a moeda norte-americana. Na última quinta-feira Abril, a taxa de câmbio fixada pelo Banco Nacional de Angola (BNA), estava a oscilar entre os 79.661 a compra e 80.059 a venda. A queda da «nota verde» voltaria a registar-se nas primeiras duas semanas deste mês com a compra a ser fixada em 75.314 Kz e a venda em 75.565kz.

No mercado informal, a tendência era praticamente a mesma, com os cambistas a fixarem a compra em 75 Kz e a venda em 80 Kz.

Como se vê, a forma do dólar tende a baixar de intensidade. Só que a isto associam-se outros fenómenos para a economia.

Num debate recente na Rádio Luanda Antena Comercial (LAC), o economista e consultor Fernando Heitor, revelou que num cenário em que ocorra a desvalorização do dólar, as importações serão mais baratas, ao passo que os produtos internos serão mais caros.

Este mesmo posicionamento de Heitor já tinha sido avançado também por um estudo recente da Associação Angolana de Bancos (Abanc) que realçava na altura, serem por demais conhecidos os perigos que uma moeda forte poderia provocar em economias em desenvolvimento.

“Por forma, a valorização da moeda tende a encarecer as exportações nacionais, tornando-as menos competitivas e poderá inclusive provocar a “morte” prematura de industrias nascentes, uma vez que torna mais barata as importações”,

O estudo da Abanc revela porém, que dificilmente um Kwanza forte poderá por em risco o desenvolvimento económico do país já que as exportações são dominadas quase exclusivas pelo petróleo, um produto cujas leis da procura e da oferta se regem por factores muitos particulares.

Segundo a análise, o maior perigo talvez resida nos impactos futuros que poderá causar no desenvolvimento da actividade e da produção na indústria ou na agricultura, embora actualmente a produção nacional seja praticamente inexistente e o país importe quase tudo o que consome.

Para a Abanc, dois factores têm sido determinantes para a apreciação da moeda angolana: uma conjuntura favorável e a habilidade na condução da política monetária por parte do Governo.

O aumento das reservas cambias, tem contribuído também para a apreciação e estabilidade do Kwanza, de acordo com os especialistas da Abanc. Este ano, as reservas cambias, na óptica do governador do BNA, Amadeu Maurício, devem ascender a 11,6 mil milhões de dólares, um aumento de 6.6milhões de dólares em relação ao ano anterior.

O BNA atribui a debilidade do dólar diante do Kwanza a uma combinação de factores internos e externos, em que predominam politicas governamentais em Angola como nos Estados Unidos de América.

Voltando de Férias

Aeroporto do Galeão, Rio de Janeiro. Sinto o meu rosto igual àquelas máscaras de carnaval em que metade está sorrindo e a outra metade chorando. Acabei de desembarcar de um vôo da Gol que para a minha felicidade não atrasou nem 10 minutos. Será que hoje é o meu dia de sorte??? Já estou chegando à fila de check-in da Taag – Linhas Aéreas de Angola – vejo as pessoas que vão fazer parte do meu cotidiano nos próximos meses. Muitos Angolanos, com algumas roupas típicas. Os Angolanos quando vem para o Brasil são a imagem dos Brasileiros desembarcando de Miame, tênis Nike, Ipod, e um monte de bagagens. As crianças cheias de tranqueiras das mais diversas, realmente engraçado.

Essa é a segunda vez que eu vou para o trabalho pela Taag, da última vez o vôo atrasou 13 horas, vamos ver no que dá dessa vez. O rapaz da Zorzi, empresa que auxilia com os vistos e o embarque, chega perto de mim, ele me reconhece por conta da viagem anterior. Digo o meu nome no meio de umas 10 pessoas, esse balcão é sempre meio confuso. São pessoas da Odebrecht, a turma da Zorzi, outros despachantes, além das pessoas que tem que se aventurarem sozinhas. Junte tudo isso um monte de Angolanos e uma fila que parece não ter fim... Vamos lá.

Bagagem entregue e eu ainda com cara de bobo, olhando para qualquer lugar, sou chamado pelo rapaz da companhia, ele me informa que devo ir para um restaurante no último andar do aeroporto até as 20:00 h. Epa, perai, mas o vôo não será as 19:00 h. O atendente com uma má vontade daquelas, me informa que o avião atrasou e que só deve sair por volta das 23:30 h. Quem legal eh? Que jeito, o que não te solução, solucionado está.

Vai para frente e para trás e entro no avião... 7 horas depois chego a Angola. (Spíndola deixa de enrolar e fala logo o que você quer)

Bom, voltei e comprei uma máquina nova. Espero que o blog fiquei ainda mais legal. Obrigado pelos e-mails enviados, vou responder a todos.

:)

quinta-feira, maio 10, 2007

Férias, Férias, Férias

Estou de férias... LEGAL!!!

Por isso não tenho escrito no blog esses dias.

Vou voltar cheio de novidades.

Forte Abraço