terça-feira, janeiro 30, 2007

Angola evoluindo no capitalismo

Características socialistas são encontradas em Angola. Nada mais natural, o principal partido, MPLA, teve forte apoio de Cuba e da antiga Rússia. Medidas protecionistas para com as micro e pequenas empresas são claras. Sito o fato de apenas Angolanos poderem abrir pequenos negócios. Alem disso em alguns lugares há diferença de preços para Angolanos e estrangeiros, de forma informal, mas existe. Apesar disso o país se prepara para o capitalismo e para a abertura de mercado.

A noticia de hoje do jornal demonstra a vontade do país em se tornar competitivo e sério. Que instituição poderia sintetizar melhor o capitalismo e o livre comercio que uma bolsa de valores. Angola se prepara para um início de comercialização com mercado de capitais. A abertura do capital da empresa significa muito mais do que simplesmente possibilitar a qualquer pessoa possuir parte do patrimônio, significa uma maior transparência nas transações comerciais e principalmente financeiras.

No Brasil inicia-se um movimento da classe média e dos pequenos investidores a procura do mercado de capitais, devido principalmente a baixa inflação, a estabilização do câmbio e a baixa dos juros base da economia. Esse tipo de investimento, que permite maiores ganhos também impõem um maior risco, assim como nos EUA vai se tornando familiar das pessoas normais e não apenas aos grandes investidores e especuladores.

Ainda é cedo para que uma pessoal como eu venha a pensar em investir no mercado de capitais de Angola, contudo, já é um primeiro passo. Para quem gosta de investimentos em ações, assim como eu, é uma ótima forma de ver a montagem de um mercado aberto. Mais ainda fazer um paralelo do Brasil com os EUA ou Inglaterra onde o mercado de capitais já estava maduro na época em que no Brasil começávamos a dar os primeiros passos.

Abaixo a matéria e o link que fala sobre a abertura nesse ano da BVDA - Bolsa de Valores Derivativos de Angola.



Economia ganha nova dinâmica com a criação do mercado de capitais
http://www.angolaacontece.com/full.php?id=793


A Comissão de Mercado de Capitais (CMC) é uma entidade de direito público, dotada de autonomia administrativa e financeira, criada pelo Decreto 9/05 de 18 de Março de 2005 e que visa dentre outras missões, a promoção do mercado de capitais (onde releva a criação da BVDA - Bolsa de Valores e Derivativos de Angola, e do IFMC - Instituto de Formação do Mercado de Capitais) bem como a regulação, supervisão e fiscalização do mercado e de todos seus agentes.

Com a abertura prevista para este ano, a Bolsa de Valores e Derivativos de Angola (BVDA) conta já com 27 subscritores e um montante de 7 milhões e 710 mil dólares para a sua constituição. Entre os subscritores constam a Sonangol, a Endiama, a Ensa, FDES, BPC, BIC, BFA, BAI, Grupo António Mosquito, Sistec e Chicoil.

A bolsa de Luanda deverá estar em funcionamento perto do final do ano e é instrumento para acelerar privatizações de empresas angolanas. Angola está perto de contar com uma praça financeira moderna.

Com vista a promoção da BVDA, a Comissão de Mercado de Capitais (CMC) realiza em Luanda um fórum sobre mercado de capitais, iniciativa que visa congregar especialistas das principais bolsas mundiais, de forma a serem analisadas aspectos ligados a fiscalização do mercado de capitais, as seguradoras e os fundos de pensões como investimentos, intermediação financeira, a tributação das sociedades comerciais abertas, entre outras.

O evento conta com a presença de presidentes de bancos comerciais americanos, especialistas internacionais em montagens de bolsa de valores, administradores da Euronext, o director da Bolsa de Joanesburgo, o antigo presidente da Bolsa de Valores de São Paulo e representantes dos institutos de certificação profissional da América Latina.

Na mensagem de abertura do fórum o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, enalteceu a criação da mesma, realçando que "depois de um longo e cuidadoso processo de preparação, estão finalmente criadas as condições jurídicas, legais, materiais e orçamentais para o próximo arranque, em Angola, de um mercado de capitais moderno e sofisticado". Realçou igualmente que o mercado de capitais, cujo objectivo é o financiamento da economia enquanto ferramenta complementar ao orçamento público e ao sistema de crédito, "permitirá elevar a economia do país aos mais altos padrões de excelência e de competitividade, tanto a nível regional como continental".

O ministro-adjunto do Primeiro-ministro, Aguinaldo Jaime, considerou por seu turno, que a economia real do país ganhará uma nova dinâmica, com a criação do mercado de capitais em Angola. O governante defendeu que os sectores que impedem o amplo crescimento da economia, sobretudo nas áreas não liberais, vão desaparecer a partir do momento em que o sistema financeiro se tornar moderno, credível e diversificado. Por outro, considerou que a estabilidade económica é a premissa fundamental para a existência de um sistema financeiro moderno e credível, razão pela qual o executivo angolano tem estado a adoptar políticas, tendentes a estabilidade da moeda e a consequente redução da inflação. O sucesso do mercado de capitais do país, vai depender, em grande medida, da transparência dos balanços financeiros das empresas e do sistema de regulação do mercado, devido a dinâmica que se insere neste tipo de actividade, defendeu o presidente da Associação Fiscal de Angola, Rui Cruz, quando falava sobre a “Tributação dos rendimentos das sociedades abertas e o mercado de capitais”.

De acordo com Rui Cruz, se as informações financeiras fornecidas pelas empresas se mostrarem pouco fiáveis e os sistemas de fiscalização se configurarem ineficientes perante o quadro que se pretende criar, então, a garantia de seriedade dos investidores estará comprometida, o mercado perdera peso e as coisas sairão ao contrário. "Uma das garantias do mercado de capitais é a fiabilidade da informação financeira das empresas. Este pressuposto garante credibilidade e reconhecimento dos operadores económicos envolvidos no mercado", referiu o interlocutor, referenciando que, apesar de existirem ainda várias condicionantes, o país está em condições de dar os primeiros passos nesta matéria.

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